A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Parashá Shofetim


Um trecho da parashá de Shofetim se inicia com um chamado:
“ vens para a terra que Yihavehá teu Elohim de dá...”.
Este é um chamado de teshuvá, ou seja, de retorno ao Sagrado.
Esta seria a correção da ruptura original, quando o ser humano rompe a ligação direta que tinha com o Sagrado.
Seria o reencaminhar o homem ao Jardim do Éden, ao estado de espírito absolutamente integrado à natureza, ao Divino.
A parashá diz que esta terra o homem “herdará, habitará e dirá”.
Uma herança não é uma construção, mas é algo que foi de alguém antes de você. A herança aqui é a trajetória espiritual vivenciada na intenção de refazer a integração do homem com o Sagrado..
Somente podemos receber a herança de uma trajetória espiritual, de alguém que já teve essa trajetória.
Esta é a relação do discipulado, daquele que se submete a receber a herança de um mestre que já experienciou o caminho.
O que se recebe é a propriedade adquirida, a sabedoria deste caminho.
Já o “habitar” é uma referência a necessidade do indivíduo habitar sua Tradição Espiritual, habitar na sabedoria dela.
Para me considerar um cabalista tenho que pensar como um cabalista.
E, então, somente depois disso, eu “direi”.
Só assim estarei pronto para passar adiante minha Tradição.
Segundo a Torá, isto tudo não é obra para qualquer um, é obra para um “rei”.
O rei não é uma figura política, é aquele que tem uma coroa e que se coloca totalmente obediente a ela.
A coroa é uma representação da própria Tradição.
Os reis mudam, mas a coroa permanece.
Ela é que é o poder.
Para ser um rei da música, por exemplo, tenho que ser absolutamente obediente às leis e regras elementares da música e assim adquirir maestria.
Só então terei propriedade para desconstruir (com beleza) a música e até modificá-la, se eu quiser.
A Tradição é sempre maior que nós
 
No fim da Parashá, a Torah descreve leis de batalha.
Se um cerco é feito a uma cidade, a Torah nos proíbe de cortar suas árvores frutíferas.
Assim consta (Devarim 20:19): “o homem é [comparado] à árvore do campo”.
Em Bereshit (1:26), aprendemos que D-us criou o homem à Sua imagem.
O valor numérico da palavra hebraica Êts (“árvore”) é idêntico ao valor
numérico de imagem (tselem).
A árvore do campo é a imagem do homem criado à imagem de D-us.
O valor numérico da expressão “Êts hasadeh (árvore do campo)” é igual ao da sefira “Dáat (conhecimento)”.
É o conhecimento ou consciência, um estado abrangente da alma que une inteligência e emoção.
O poder de Dáat cria uma unidade dentro da mente, mas seu objetivo é o de unir todas as faculdades mentais e emocionais da alma.
Na cabala, aprendemos que todo sistema fisiológico corresponde a uma Sefira espiritual.
Dáat corresponde ao sistema nervoso.
Mais do que qualquer outro sistema do corpo, é o sistema nervoso que transmite os impulsos do conhecimento através do corpo, como pode ser visto em uma árvore. O tronco é a coluna espinhal e os ramos são os nervos.
Também aprendemos que existe uma forte interdependência entre a função correta
do sistema nervoso e o uso apropriado de nossas energias criativas.
A árvore do campo é a chave para todos os atributos emotivos.
Devemos ver o homem como uma árvore, cujo sistema nervoso direciona suas energias criativas para se manifestarem com serenidade.
Nossos Sábios ensinam que existe um versículo que exprime sucintamente como nosso serviço a D-us deve ser aperfeiçoado.
Em Mishlei (Provérbios)(3:6), consta:
“Em todos os teus caminhos, conhece-O e Ele ajeitará teus caminhos”.
O versículo diz para conhecermos D-us em todos os nossos caminhos.
Os caminhos de D-us são os caminhos dos Seus mandamentos.
Seus caminhos são todos os mínimos detalhes que tecem o tecido de nossas vidas. Seja trabalhando, comendo ou mesmo dormindo, devemos conhecer D-us e estar conscientes de Sua presença em nossas vidas e em todas as nossas ações.
Se assim fizermos, D-us promete que Ele endireitará nossos caminhos.
Quando nos conectamos à imagem do homem como uma árvore, podemos dirigir todas as nossas energias a um objetivo: conhecer D-us em todos os nossos caminhos e espalhar Sua consciência através do mundo.
 
Fonte: Academia de Cabala
 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Parashá Ekev ("Calcanhar")



E será, pois, que se, ouvindo estes juízos, os guardares e os cumprires, guardará o Eterno, teu Deus, para ti, a aliança e a bondade que jurou a teus pais. E Ele te amará, te abençoará e te multiplicará; e abençoará o fruto de teu ventre e o fruto de tua terra - teu grão, teu mosto e teu azeite -, a cria de tuas vacas e os rebanhos das tuas ovelhas, sobre a terra que jurou a teus pais que te daria
(Devarim 17:12-12-13).
 
Na semana regida por Ekev, os Bnei Israel continuam às margens do Jordão recebendo as orientações de Moshé.
Grande parte do texto ressalta as recompensas reservadas para aqueles que se dedicarem no cumprimento de todas as mitsvót ("conexões").
A Torá apresenta 613 mitsvót: 248 destas mitsvót são consideradas positivas e se referem a atitudes que nos aproximam do Eterno; as outras 365 são consideradas negativas e se referem a atitudes que devemos evitar para que não nos distanciemos Dele.
 
Ekev significa "pois que" ("E será, pois, que ouvindo estes juízos..."), mas, com as mesmas letras, também obtemos akêv ("calcanhar"), e isso terá uma grande importância na interpretação deste texto.
 
A palavra Ekev é formada por três letras: Ayin, Kuf e Beit.
As letras Ayin (70) e Beit (2) formam o número 72 e se referem ao Eterno em Seus 72 Nomes Sagrados - os mesmos utilizados por Moshé na abertura do Mar Vermelho.
Kuf, no centro, é a letra do alfabeto que mais desce, e, entre seus atributos, destacamos dois: a capacidade de ir além das aparências (além das clipót ou "cascas") e de levar Luz para as dimensões inferiores, elevando a natureza de tudo o que ali se encontra.
Combinando estas informações, temos que, através dos ensinamentos de Ekev, não só levamos Luz para os pontos mais sombrios do nosso ser como empreendemos, dentro de nós mesmos, uma busca por esta mesma Luz.
Por que isso é importante?
 
Na qualidade de Israel, somos todos portadores da Luz Espiritual, de modo que não devemos procurá-La (no sentido de depender Dela) no rabino, nos mestres da tradição, no Sefer Torá ou em qualquer outra pessoa ou objeto sagrado, o que seria um erro.
Esta Luz se revela quando reconhecemos o Eterno como o nosso único D-us ("Shemá Israel, Adonai Elohêinu, Adonai Echad") e quando desenvolvemos equilibradamente o Amor e o Temor a Ele, atributos associados à sefira Chessed e Guevurá, respectivamente.
E por que calcanhar?
Quando colocamos a Árvore da Vida sobre o corpo humano, os pés ficam alinhados à Malchut, o ponto mais vulnerável aos ataques da contra inteligência.
O calcanhar é citado pela primeira vez, ainda em Bereshit, no momento em que o Eterno amaldiçoa Nachash, a serpente:
"Porquanto fizeste isto, maldita és tu, mais do que todo quadrúpede e mais do que todo animal do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E a inimizade porei entre ti e a mulher, e entre a tua semente e entre a sua semente; ela te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar"
(Bereshit 3:14-15).
 
Sabemos que a mulher representa tanto o pilar da esquerda da Árvore da Vida (o desejo de receber) como Malchut, o Mundo Físico.
Devemos entender os códigos por trás do texto ou estaremos fazendo um julgamento equivocado: não se trata da mulher como gênero, mas como princípio energético.
Quando influenciada pela contra inteligência (Nachash), este desejo de receber pode atingir o seu ponto extremo, que é o desejo de receber só para si (egoísmo) - uma atitude condenável em qualquer circunstância.
Com relação a Malchut, quando numa situação de desvio, podemos nos fixar apenas no que é capaz de satisfazer os nossos sentidos, alimentando os nossos aspectos instintivos ao invés dos aspectos mais elevados da alma.
Lembremos que Malchut corresponde a Assiá, o Mundo da Ação, logo, está em pauta o que fazemos e como isso reverbera em todas as direções, pois quando agimos de acordo com as orientações da Torá, a Luz do Eterno não se manifesta apenas em nossas vidas, mas na vida de todos os seres humanos.
No sentido contrário, quando somos iníquos, não prejudicamos apenas a nós mesmos, como alguns imaginam ("o problema é meu!"), mas toda a humanidade ("o problema é nosso!"), daí a importância de contarmos com um número cada vez maior de pessoas conscientes de sua responsabilidade para com o mundo, pois estamos vivendo os momentos que antecedem o início da Era do Mashiach e cabe a cada um de nós acelerar este processo através do Tikun Olam ("correção dos mundos").
 
Fonte: Academia de cabala

domingo, 7 de agosto de 2011

Qualquer um pode se conectar com a Árvore da Vida


No final da Primeira Guerra Mundial, vivia na Rússia um grande sábio conhecido como Chafetz Chaim. Era o tempo da Revolução Russa, e os revolucionários haviam entrado na cidade onde o Chafetz Chaim morava. Eles logo criaram um tumulto, soltando todos os criminosos da prisão, inclusive um famoso ladrão e assassino chamado Moshe. Usando ameaças e intimidação, logo Moshe tornou-se uma pessoa poderosa na cidade. Um dia, quando o Chafetz Chaim estava caminhando com dois de seus alunos, Moshe estava vindo em sua direção. O Chafetz Chaim olhou bem para ele e disse, "Shabat Shalom, Moshe, " ao que Moshe respondeu, "Shabat Shalom, meu Mestre." O Chafetz Chaim então disse, "Talvez você queira se juntar a nós para a terceira refeição do Shabat?" Moshe respondeu, "Eu já fiz a terceira refeição," mas o Chafetz Chaim insistiu novamente dizendo, "Bem, talvez você venha conosco assim mesmo."

Então Moshe compreendeu que o Chafetz Chaim tinha algo importante a lhe revelar, e concordou em ir com eles.

Quando chegaram na casa, o Chafetz Chaim fez com que seus alunos se retirassem, para que pudesse ficar a sós com Moshe. Mas os alunos deixaram a porta entreaberta, a fim de escutar a conversa.

O Chafetz dirigiu-se ao criminoso e disse, "Moshe, quero lhe ensinar uma palavra da Torá". Moshe respondeu, "O que me importa a Torá?" Mas o Chafetz Chaim continuou, "Moshe, por favor escute. Está escrito no começo da Torá: 'E Deus plantou um jardim no Éden.' Por que Deus tinha que colocar a Árvore da Vida propositalmente no meio do Jardim? Porque se a Árvore da Vida estivesse em um canto do Jardim, a distância até a Árvore a partir de um dos lados seria maior do que de outro. Assim, Deus a colocou no meio, para que a distância até a Árvore fosse igual a partir de todos os lados."

E prosseguiu, "Depois do Shabat, estarei partindo. Você e os revolucionários prometeram dar comida e abrigo a todos nesta cidade. Mas até agora, vocês não fizeram nada a não ser causar problemas. Eu mesmo forneço alimento para 42 famílias. Quando eu me for, quem os alimentará? Foi por isso que lhe contei sobre a Árvore da Vida no Jardim, que é acessível por todos os lados no Mundo Vindouro. Se você me prometer que dará comida a todas as famílias, eu lhe prometo que você alcançará a Árvore da Vida."

Moshe respondeu, "Eu concordo, meu Mestre. Eu prometo. Negócio fechado!" Então Moshe se foi, e viu que os alunos haviam escutado o que ele dissera. Ele disse aos alunos, "Se houvesse mais mestres como ele no mundo, não precisaríamos de uma revolução!"

Isto nos ensina que literalmente qualquer um pode alcançar a Árvore da Vida, que se encontra no meio do Jardim do Éden; é um mérito que temos. O Rav, assim como o Chafetz Chaim, não se importa nem um pouco com o que uma pessoa possa ter feito no passado. O importante é como cada um de nós pode alcançar a Árvore da Vida.



Yehuda Berg

O Verdadeiro Idioma

 O grande sábio Yosef Bluch uma vez escreveu uma bela alegoria: Um homem estava se aprontando para ir do Oriente Médio até a América. Naqueles dias, a viagem durava vários meses por mar, e estava previsto que o navio pararia na França por duas semanas, para se reabastecer antes de seguir viagem.

Já que o homem sabia que pararia na França, decidiu estudar francês antes de iniciar a viagem. Quando chegou o momento do navio partir, ele realmente havia conseguido aprender francês, mas não teve tempo de aprender inglês, o idioma do seu destino final. Quando o navio aportou na França, o homem desembarcou, e gozou cada minuto de sua estadia; e saber francês ajudou-o tremendamente. Depois de duas semanas, ele voltou ao navio para continuar a viagem até a América.

Quando chegou à América, tentou novamente falar francês, mas ninguém conseguia entendê-lo. Os americanos lhe disseram, "Você é um tolo! Esteve na França apenas durante duas semanas, mas o resto da sua vida você vai ficar na América. Você aprendeu francês em vez de aprender inglês, que é o idioma que vai precisar pelo resto da vida."

Esta é uma alegoria que podemos aplicar às nossas vidas como um todo. Nossa existência aqui neste mundo físico é análoga à visita do homem à França. Ficamos aqui apenas por um instante, e ainda assim trabalhamos duro para aprender o idioma. Mas o "idioma" que realmente temos que conhecer é o desejo de receber para compartilhar. Ao aprender este idioma, mereceremos ver a face do Messias - e ver também a construção do Templo ainda nos nossos dias. 



Yehuda Berg

sábado, 6 de agosto de 2011

Os 48 Caminhos Rumo a Sabedoria: Caminho 5 – O Poder do Assombro

“Diante de uma visão tremenda como o Grand Canyon ou um furação, os seres humanos se sentem pequenos.
A gente se importa?
Não!
É estimulante.
É o poder do assombro.”
Por Rav Noach Weinberg
 
Imagine que você está parado na beira do Grand Canyon com um pôr-do-sol
violeta-alaranjado imponente atravessando o céu.
Você fica parado por uma hora, e olha para cima e vê um assombroso céu estrelado.
Você está transformado, admirado, assombrado.
B'eima literalmente significa “com assombro”.
Ficar assombrado é uma experiência tão poderosa que chega a ser paralisante.
Pelo outro lado, sabemos que é também divertida.
O que define uma experiência admirável?
Quando olhamos para as estrelas no céu, nós vemos poder, beleza, harmonia. Percebemos que cada estrelinha é, na verdade, como um sol. E, diante desta força tremenda, nos sentimos insignificantes se comparados a eles.
Percebemos nossa própria fraqueza, o quão pequeno somos, nossa mortalidade.
No entanto, surpreendentemente, isso não nos deprime.
Nos inspira.
Porque estamos misturados com o todo.
Esta percepção pode ser a fonte de uma energia positiva tremenda. E se você souber o segredo de ficar assombrado e usá-lo efetivamente, poderá ativamente usar seu poder no dia-a-dia.
 
Capturando o “Uau”
Alguns já tiveram momentos incríveis: Testemunhar o poder absoluto de um furação, avalanches, tsunami(s). Ou experimentar a admirável visão dos Alpes Suíços.
Ou estar na presença de um incrível líder político ou cultural.
Entretanto, muitas vezes, deixamos para trás essas experiências, e voltamos à nossa rotina mundana sem sermos afetados.
O segredo é capturar essa experiência de uma forma que possa relembrá-la e subordinar essa energia no futuro.
Eis como fazê-lo:
A próxima vez que uma situação incrível acontecer – seja realização humana, ou forças da natureza – verbalize o que você sente.
Diga em voz alta: Isso é incrível!
Enquanto uma pequena voz afirma dentro de você, você sente um calafrio e uma elevação momentânea. Mas, mais importante ainda, o momento foi concretizado. Você tem um ponto de referência para extrair no futuro.
O próximo passo, é claro, é reviver esta incrível experiência em sua mente. Imagine, por exemplo, que você tem um momento inútil enquanto preso no trânsito. Você se projeta naquela experiência admirável, e, de repente, o mundo parece diferente.
Você está em outra sintonia.
Isso não é um trânsito comum!
 
Ganhando Perspectiva
Imagine alguém chamando você de idiota. Ou que você está preso no trânsito. Ou que seu chefe está gritando com você.
Quando acontece, você pode ficar bravo e adentrar na mesquinhez da vida.
O remédio?
Tome um momento para ir para fora e caminhar debaixo das estrelas.
Quando você testemunha a vastidão do universo, isso põe as coisas em perspectiva.
Quando você voltar para dentro, não estará com um olhar de sonhador.
Estará energizado.
Você dirá: “eu sinto muito, vamos esquecer e ir para frente”.
Momentos admiráveis nos ajudam a nos libertar os limites do nosso corpo.
Você, de repente, está em um mundo de outra dimensão, transportado para uma realidade de beleza, poder, grandiosidade.
Você tem que expandir suas perspectivas.
Não é mais ‘eu contra você’. Somos todos um.
Então por que ficar irritado?
Esses momentos nos levam além de nós mesmos.
Em tempos de tragédia – assim como prosperidade e alegria – as pessoas ficam
“maiores”.
Elas se tratam melhor.
A mesquinhez é esquecida.
Qualquer momento que estiver em uma rotina, saia daí.
Vá caminhar embaixo das estrelas. Isso soltará o poder.
Você não pode estar entediado ou inferior quando está assombrado.
 
O “Uau” Silencioso
Um ‘uau’ silencioso pode ser igualmente assombroso.
Quando meditamos sobre a beleza da vida, nos elevamos, nos conectamos, e somos transportados para fora de nós mesmos.
Nós temos constante acesso a esse assombro quieto.
Uma caminhada pela floresta. Um riacho. Uma música majestosa. Um bebê rindo.
Um bater do coração.
Então por que não sentimos isso constantemente?
Porque a novidade de ontem é o tédio de hoje.
Note como as crianças acham tudo emocionante e fascinante. Mas depois, vão se acostumando com aquilo que eles têm constante acesso – pessoas, lugares, ideias. E a vida parece mundana.
Mas quem disse que crescer significa nos tornarmos ‘anestesiados’?
Ao invés de tomar o seu ambiente como normal, pare e se foque.
Quando você olha para um ser humano, aprecie o milagre na sua totalidade. Considere, por exemplo, a fala humana: a coordenação dos lábios, dentes, língua, laringe – enquanto o cérebro lembra, formula, e transmite pensamentos em movimentos de músculo, que de alguma forma produzem ondas de som.
E são somente um monte de elétrons girando à quase a velocidade da luz, conectados aos prótons através de uma força mágica.
Por um momento, ficamos assombrados.
Veja tudo na dimensão que ela realmente é, não a natureza mundana coma a qual estamos acostumados.
Tente uma vez.
Isso o sintonizará no assombroso poder da vida.
Você não precisa atravessar o mundo para ter momentos incríveis de inspiração. Eles estão à disposição constantemente, em qualquer lugar.
Se apenas abrirmos os olhos, eles nos impactarão.
Cada vez que vir uma locomotiva, o oceano, uma flor.
Não há nada de ordinário sobre a existência.
Nada.
Uma floresta inteira pode ser germinada de apenas uma semente.
É um mundo incrível.
Nós só temos que prestar atenção.
A batalha pela vida é estar alerta e sensível.
Caminhe pela vida constantemente mantendo seus olhos abertos com palitos de dente, nunca entediado, nunca ordinário, nunca dentro de uma simples
existência.
Sempre se indagando o quê é a vida, quem somos, o que estamos fazendo.
Se você prestar atenção e pensar sobre tudo que está acontecendo, terá um estilo de vida diferente, um diferente poder de existência, uma forma diferente de lidar com sua família, amigos e o meio em que você vive.
Você nunca será mesquinho.
Nunca se dará por vencido. Você está fora disso. Você é um adulto.
Tudo é incrível.
Isso o transformará pelo resto de sua vida.
 
Exaltado Potencial Humano
O guepardo é incrível, um supercomputador também o é.
Mas seres humanos são muito mais.
Há um potencial espiritual neles.
Cada ser humano é criado à imagem de D-us. Nós temos poderes divinos.
Podemos nos tornar grandiosos por emular D-us.
Só isso faz com que todo ser humano seja impressionante.
Rei David escreveu:
“Quando contemplo Teus céus, obra das Teus próprios dedos... eu penso no homem. E digo: O que é o ser humano para que dele Te lembres? E o filho do homem para que o consideres?
Entretanto, pouco menos que os anjos pó fizeste e de glória e esplendor o coroaste”
Salmos 8:4-7
Trate a você mesmo com a mesma incredulidade que trataria um vulcão.
Há uma energia tremenda à nossa disposição.
Você só precisa entrar nela.
Você tem um poder oculto esperando para ser usado.
Nunca perca esse fato de vista.
Não se subestime..
Pare de olhar onde você está.
Olhe para o que você pode ser.
Você pode resolver os problemas da humanidade, ao invés de simplesmente aceitá-los e sofrer.
Você pode destruir ou criar o mundo inteiro.
É com isso que estamos lidando.
Use esse poder pró ativamente.
Se você tiver um prazo de entrega importante, ou está se preparando para falar diante de uma grande plateia, vá e caminhe abaixo das estrelas.
Isso irá acalmá-lo, levá-lo a uma perspectiva correta.
Não há razão para ficar nervoso.
Um mundo de oportunidades espera por você.
Agora é a hora de se impor e realizar grande coisas.
Sempre esteja ciente do poder impressionante que há dentro de você, e dentro de cada ser humano.
Trate todos com reverência, precaução, respeito, admiração.
E se trate da mesma maneira.
 
A Fonte Final da Admiração
O atalho para alcançar essa admiração é ir direto para a fonte.
A verdadeira razão para o furacão, flor, neve e música serem tão impressionantes é porque eles refletem a força interna, transcendente que nós chamamos de D-us.
E se a criação é incrivelmente impressionante, imagine o quão impressionante será o próprio Criador!
Considere o que D-us faz para você diariamente.
A intervenção pessoal de D-us nas nossas vidas é incrível.
Tome um tempo para notar isso na sua vida.
Se você não sentir Sua presença, você não está na realidade.
Na realidade desse mundo, não há nada mundano, tedioso ou rotineiro.
Nós estamos tocando a infinidade cada momento das nossas vidas.
Quando nós sabemos que existe D-us – um Criador, Sustentador e Supervisor de tudo – então estamos à frente do jogo.
Isso nos abre.
Nos dá uma nova perspectiva.
Nós vemos novas possibilidades, novas dimensões.
D-us é um D-us pessoal.
Ele está ciente de nós.
Estamos na Sua presença.
Ele está prestando atenção.
D-us está se comunicando conosco através de Seus mundos de beleza e 'design'. Ele está aqui e à disposição.
O Criador Todo-Poderoso de todo o universo está dizendo: Minhas crianças, eu os amo. Eu os criei para dar a vocês prazer. Venham, vamos explorar o mundo juntos.
O Criador do universo ama você?
Acorde!
Isso são ótimas notícias!
A Torá é a mensagem pessoal do Criador para Seus filhos.
Trate-a com admiração.
Imagine que você recebeu uma comunicação secreta do espaço sideral.
Isso é incrível! Você descobriria quem enviou aquela mensagem, e a profundidade do seu significado.
Quer o saibamos ou não, cada um de nós está buscando uma experiência transcendente. Nós estamos realmente vivendo para esse momento de reconhecimento, de nos conectarmos com D-us.
Admiração é o reconhecimento do quão pequeno e insignificante sou – e a grandiosidade esmagadora de D-us.
Está preocupado com o seu carro, suas contas, a entrada do cinema?
É loucura se preocupar com essas coisas quando você está perante a presença de
D-us.
Essa é a razão pela qual você se sente elevado, transportado, e em contato com a eternidade.
A reza é a experiência de falar com D-us.
Você está falando com o Mestre de toda criação.
Então na próxima vez que recitar uma bênção, saiba com Quem você está falando.
A consciência cabalista diz que antes de fazer alguma coisa, você deve parar e se perguntar: Por que estou fazendo isso? Se foque quando começar a fazer alguma coisa. É pela honra de se conectar com Seu Criador.
Antes de comer, quando vai para o trabalho, quando regar as suas plantas.
Pare e diga: Isso é pela honra de conectar-me com meu Criador.
Trilhe esse caminho – com sua cabeça no céu e seus pés no chão.
 
Porque a “Admiração” é um Ingrediente para a Sabedoria?
- Admiração pode quebrar a preguiça e a rotina. Solta o potencial e as energias encerradas.
- É uma tendência humana ser mesquinho. A admiração nos bota para cima e nos tira disso.
- A verdade é que não há nada de ordinário nesse mundo.
- A vida tem o potencial de ser uma emoção atrás da outra, se você entender o poder de cada momento.
- Concretize experiências impressionantes para que você possa se lembrar delas a qualquer momento.
- Admiração é o resultado de ver o potencial realizado.
- Procure os pequenos “uaus”. As possibilidades de admiração não têm fim.
- Use a admiração de cada dia para se relacionar com o Criador de tudo.
- Veja o poder e o prazer de entender a verdade. Você está em contato com a admiração da “sabedoria”.
- Vá caminhar sob as estrelas. Isso o colocará de volta aos trilhos.
 
Por: Noach Weinberg