A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 27 de outubro de 2012


Nunca é tarde demais - Karen Berg 

Na leitura bíblica desta semana, Abraão se torna o líder de uma grande nação aos cem anos de idade.
Eu e você podemos considerar submeter-se a isso em tal idade como uma mudança dramática, especialmente quando há alguns de nós que, aos quarenta ou cinquenta anos, dizem: “Mudar? Eu? Por quê? Metade da minha vida já se foi. Estou velho demais para isso!”

Entretanto, se observarmos a vida de diversos líderes ao longo da história, veremos que alguns deles nem ao menos tinham iniciado suas carreiras aos quarenta e poucos anos.
Na verdade, muitos daqueles que realizaram grandes feitos neste mundo levavam vidas completamente diferentes até que, na meia-idade, se superaram e realizaram uma mudança. 

A energia desta semana nos desafia a quebrar nossa zona de conforto – não importa a nossa idade ou quão longe pensamos que chegamos – e a aceitar a responsabilidade pela Luz que viemos compartilhar com o mundo. 

A verdade é que foi dada a cada um de nós uma quantidade exata de tempo no corpo físico que abriga nossa alma. Muitas vezes, temos a capacidade de realizar grandes feitos neste mundo, mas sempre que uma nova oportunidade aparece, nos sentimos intimidados e dizemos: “Ah, não estou preparado para isso” ou “Eu já fiz isso” ou “Não acredito que eu deva seguir por esta direção”.
Quando isso acontece, entretanto, o Universo questiona: “O que posso fazer para colocar essa pessoa contra a parede para que a Luz dentro dela possa ser revelada e compartilhada no mundo? Como posso fazer com que essa pessoa mude?”.

Abraão foi um dos maiores astrólogos de todos os tempos.
De acordo com o que viu mapeado nas estrelas sobre seu futuro, ele descobriu que não podia ter filhos. Mas sabemos que teve.
O ponto é que o Criador disse a Abraão: As estrelas compelem, mas não impelem. Por ter se transformado espiritualmente – aos 100 anos de idade – Abraão foi capaz de mudar o curso de sua vida. 

Nesta semana, é importante sabermos que podemos mudar o rumo de nossas vidas.
Nem tudo que foi planejado para nós pelos Céus precisa acontecer.
Está escrito que cada pessoa tem anjos que podem tanto dançar quanto chorar em nossa presença, mas isso depende exclusivamente das palavras e ações que escolhemos dizer e fazer.

No Kabbalah Centre, aprendemos a utilizar as ferramentas astrológicas e a leitura da palma da mão e do rosto. Agora, estou em turnê promovendo o lançamento de meu livro mais recente, To be continued: Reincarnation and the Purpose of Our Lives, que discute estes temas. Sim, essas ferramentas são recursos esplêndidos, mas é importante lembrar que as usamos com o propósito de descobrir se a maré está alta ou baixa, se os elevadores que representam diferentes aspectos de nossas vidas estão descendo ou subindo. Nunca devemos usar essas ferramentas para afirmar: “É assim que minha vida será”, pois, como aprendemos nesta semana, sempre podemos mudar!

Todas as ferramentas espirituais que temos a nosso dispor estão ali simplesmente para nos ajudarem a entender em que ponto estamos e o que podemos fazer.
Cabe a nós escolher transformar nosso potencial divino em realidade através da mudança interna e de ações compartilhadoras
Algo sobre “Justiça” e “Injustiça”

Todas as vezes que algo negativo ou destrutivo ocorre em nossas vidas é porque em algum momento nós mesmos plantamos esta semente. 
A única participação da Luz do Mundo Infinito (D´us) é nos permitir ter o livre-arbítrio que irá nos conceder a possibilidade de crescer, ou pela consciência ou pela dor.
Muitas vezes, porque não conseguimos ver a s

abedoria presente em cada evento que nos cerca, é que somos levados erroneamente a crer que a injustiça predomina no mundo.
Se olharmos o mundo e as tramas que envolvem as injustiças nas relações, poderíamos imaginar que não há justiça.
A Cabalá nos ensina que todos os crimes possuem castigo.
Toda a ação egoísta possui sua destruição.
Nunca se consegue “enganar” o sistema de restrição e todas as vezes que se deseja receber para si mesmo, planta-se um retorno negativo.
Nenhum pecado escapa a sua distribuição.
Mas e a aparente injustiça e impunidade que nos envolve?
O que dizer dos crimes que não são averiguados e punidos?
E as fortunas que são constituídas tendo como base a corrupção e o mal estar do outro?
Se analisarmos com base apenas na consciência finita, vamos de fato perceber que muitos escapam sem castigo depois que cometem todo tipo de crimes, inclusive assassinatos.
Muitos se beneficiam com crimes ou com a difamação, mas tudo isso ocorre apenas dentro de uma perspectiva ilusória.
Na perspectiva infinita, se seus atos tiveram como única motivação o desejo de receber para si mesmo, o indivíduo receberá unicamente a aparência exterior de tais aquisições, o “título de propriedade” dos bens, mas não os bens em si mesmos, as coisas, mas não o seu valor intrínseco.
Aquele que possui como inspiração o aspecto negativo do desejo, não receberá nenhuma satisfação duradoura do fruto de suas conquistas, que foram motivados pela cobiça.
Ironicamente, todas as aquisições que acumulam os que partem do desejo ilusório, tornam-se a causa de sua própria destruição e mal estar.
Além do mais, a Cabalá nos ensina que toda e qualquer obra, objeto ou projeto que tenha sido construído tendo como base o desejo de receber para si mesmo, fica impregnado desta energia negativa de julgamento.
Se estas pessoas exercessem a restrição e com ela eliminassem a ilusão, poderiam ter a felicidade que tanto almejam.
Este é o paradoxo da Luz Refletida presente dentro do mundo físico.
A Luz Refletida é a luz que emana de tudo o que se encontra dentro do mundo físico. Esta luz é conhecida como c'lipah nogah (o brilho da casca).

Por: Academia de Cabala