A Kabbalah tida como tradição de Sabedoria é não menos uma tradição de ética, na observação rigorosa dos mitzvot (mandamentos: segundo a Midrash significam leis ditadas pela moral e consciência humanas).
Daí lembrarmo-nos a todo instante das lições do rav. Yehudá Ashlag: - o saber não é o objetivo do estudo e sim um meio para Semear a Vontade Superior, a Vontade e o Desejo de Dar e Beneficiar, no coração do homem. (...) É isso que mede o nível espiritual do homem. Isso é todo o homem.
Podemos constatar na Árvore que as sefírot supernas Kéter-Coroa, como Vontade Superior, e Chochmah e Binah, como Sabedoria e Compreensão são como raios de luz projetando a claridão da não-sefira Da’at (Conhecimento), a demonstrar que o conhecimento é mesmo uma consequência, resultado da Vontade-Yud +Sabedoria-Hei + Entendimento-Vav que se completam, ou se realizam, no Conhecimento-Hei.
O Sagrado Nome de D’us já o explicita Y-H-V-H.
Assim, conhecer é uma prática.
O mestre Hillel, de abençoada memória, já ensinava: - Aquele que não aumenta o seu conhecimento o diminui. E ainda reiterava: - Aquele que não estuda limita seu direito à vida.
É lógico que para essa cultura a Sabedoria e o Entendimento são elementos indispensáveis às ações, isto é, ao Conhecimento.
Tal a importância desse aprendizado para os que chegam à Kabbalah, que se avisa se assim o fazem somente no afã de adquirirem informações ou de ilustrarem sua erudição, saibam, baldados seus esforços, pois não serão capazes de captar a luz que emana daqueles textos.
A Kabbalah é iniciação espiritual, e a espiritualidade é uma práxis: saber-viver e saber-ser, para merecer.
E estudar é preciso para crescer.
Mas todo estudo visa à praticidade, a experiência de vida.
Aquele que estuda para ensinar pode estudar e ensinar.
Aquele que estuda para praticar, pode estudar, ensinar, observar e praticar.
(Avot, 1, 13)
Por um lado, se o estudo é necessário para alcançarmos nossas aspirações, cuidemos de que o aspecto mais importante de uma pessoa são suas aspirações e não suas conquistas porque o egoísmo é que exige conquistas.
(Talmud, Sotah)
E cabe-nos a todos a obrigação de transformarmos nossas intenções egoístas em altruístas, ou debalde serão aquelas aspirações de crescimento e transcendência.
Assim já dizia o Rabi Chanina ben Dossa:
- Todo aquele cujas obras excedam sua sabedoria, sua sabedoria subsiste; mas todo aquele cuja sabedoria excede sua obra, sua sabedoria não subsiste. (MISHNÁ-12)
Por: Ozâmpin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário