A Tradição cabalista nos ensina que em determinados períodos, ao
longo do ano, o ser humano tem a oportunidade de absorver uma enorme e
profunda energia, que lhe permite adquirir um maior controle sobre seu
destino. Na lua cheia de peixes nos conectamos com Purim, um momento
extremamente importante no calendário
cabalista. Sabemos que um nome nos revela muitas coisas e os cabalistas
enfatizam o fato de Yom HaKipurim (Dia do perdão), o dia mais sagrado do
ano, poder ser compreendido como “um dia como Purim”. Essa energia foi
usada pela Rainha Esther e Mordechai, no reino da Pérsia, para anular o
decreto de morte que Haman havia lançado sobre o povo judeu. Purim,
como indicado no Rolo de Esther, vem da palavra pur, que significa
sorte, em persa. Na história, Haman decide “tirar a sorte” para escolher
a data em que aniquilaria os judeus. Esta atitude de sortear não foi um
ato impensado e sem razão de ser. A palavra mazal, traduzida como
sorte, também está relacionada à idéia de uma uma influência
determinística. Para Cabalá, somos capazes de influenciar o destino
vivendo continuamente num estado de consciência plena. No Zohar, a
porção de Pinchas, nos ensina que o indivíduo que não está engajado com o
trabalho espiritual, fica submetido ao que está predeterminado. O nome
de Esther também é significativo, originando-se da mesma raiz da
palavra “hester”, que quer dizer “escondido”. Outra peculiaridade da
festa de Purim é que a Meguilá, texto que nos conta esta história, não
menciona o Nome de D’us nem uma única vez. Todos os outros livros do
Tanach (Torá + Profetas + Textos Sagrados) mencionam o Eterno muitas
vezes. Assim como o nome de Esther, isto nos sugere um encobrimento da
Luz. “A vida é um jogo de esconde-esconde. D’us Se esconde, nós
procuramos.” (Rebe de Lubavitch) Haman, o primeiro ministro do rei
Achashverosh da Pérsia, era descendente de Amalek. A palavra dúvida em
hebraico tem o mesmo valor numérico de Amalek. Na Torá, D’us nos ordena
vencer Amalek e tudo o que ele representa: a dúvida, o caos, a
escuridão, a energia de mortificação (estagnação). Ele mesmo promete:
“Escreve isto... pois extinguirei totalmente a memória de Amalek debaixo
dos céus” (Êxodo 17:14). A energia de Purim nos ajuda a eliminar o
Haman que existe em cada um de nós. Purim é considerado o dia mais
feliz do calendário cabalista. É o momento em que agradecemos a D’us
pelos milagres que está sempre realizando para nós, de uma forma
sobrenatural, oculta, disfarçada, mas também nos acontecimentos simples
do nosso dia a dia. Canalizando corretamente a energia espiritual
através da alegria, nos conectamos com esta poderosa fenda espiritual.
Círculo Cabala de são Paulo
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