A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


domingo, 8 de agosto de 2010

Quando julgamos os outros estamos julgando a nós mesmos

Na Torá está escrito:

“Você deve julgar seu amigo de forma justa”.
O Rashi explica que “ você deve julgar seu amigo sempre de forma positiva”. Inicialmente, isto soa apenas como um outro ensinamento sobre “não julgar os outros”, um ensinamento que a maioria de nós já ouviu antes.
O motivo pode ser compreendido de forma simples:
É prejudicial para o outro, logo uma pessoa espiritual não deve fazê-lo.
Na verdade há um motivo egoísta bastante importante pelo qual não devemos julgar os outros.
O Rabi Israel Baal Shem Tov explica que na corte celestial uma pessoa é julgada por suas próprias palavras e julgamentos.
Por exemplo, se uma pessoa falou mal de outra, ainda assim ela não pode ser julgada e punida por esta ação negativa.
Mas se chegar o momento em que esta pessoa veja uma outra falando mal de uma terceira e a julga, então essas palavras de julgamento são usadas em seu próprio julgamento.
Uma vez que ela tenha julgado uma outra pessoa, ela própria é julgada pelo mesmo tipo de falha.
Infelizmente, ao continuar julgando os outros em diversas circunstâncias, adicionamos itens às áreas em que poderemos ser julgados.
Que assustador!
Esta é uma lição impressionante e prática!
Enquanto não julgarmos outra pessoa, a corte celestial nunca poderá nos julgar. Mas quando julgamos os outros, imediatamente causamos a nós próprios motivos pelos quais também seremos julgados.
Compreendemos agora que não devemos julgar os outros, não somente porque somos “espirituais” e porque não seja algo que devamos fazer.
Mesmo que fôssemos completamente egoístas e nem um pouco espiritualizados não deveríamos julgar os outros. Ao não julgarmos os outros nos protegemos a nós mesmos de julgamento.
Devemos manter sempre este ensinamento em nossas mentes, e especialmente antes de sentirmos desejo de julgar os outros.
Devemos nos lembrar que na verdade estaremos trazendo julgamento sobre nós próprios.
No Midrash está escrito:
“Se você vir uma pessoa falando bem de outra, saiba que os anjos estão falando bem dela perante o Sagrado, bendito seja. E se você vir uma pessoa falando mal de outra, saiba que os anjos estão falando mal dela perante o Sagrado, bendito seja.”
O Midrash nos ensina que quando julgamos e falamos mal de outras pessoas, não somente trazemos julgamento sobre nós, como também fazemos com que os anjos falem mal de nós.
O Baal Shem Tov ainda ensina uma outra lição, que é necessária para compreender completamente a seriedade deste ensinamento.
Ele ensina que, como não existem coincidências, se acontece de vermos algo negativo sendo feito por outra pessoa, podemos ter certeza de que nós próprios temos aquele mesmo problema.
Na verdade, já que somos extremamente cegos quando se trata dos nossos próprios defeitos, mas extremamente conscientes dos defeitos dos outros, o Criador usa as outras pessoas como um espelho para nossa própria correção.
Essa é então a única forma pela qual devemos reagir quando vemos os outros fazendo algo errado, devemos imediatamente compreender que a razão pela qual o Criador nos mostrou aquilo é alertar-nos para os nossos próprios defeitos naquele aspecto.
Este é outro ensinamento prático e importante.
Este ensinamento também enfatiza a importância do primeiro.
Já que tudo o que vemos nos outros é um espelho dos nossos próprios defeitos, então podemos ter certeza de que se julgarmos a outra pessoa, estaremos nos julgando a nós próprios pelas ações negativas que já tenhamos cometido.
Estes são dois ensinamentos muito importantes, que esclarecem como é perigoso para nós julgar os outros.
Também podemos extrair daqui o entendimento sobre como é importante julgar e falar bem dos outros sempre.


Por: Michael Berg

(repasse Marcelo Veneri)

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