A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ensinamentos da Cabala: Os Livros dos Sábios da Cabala



A dificuldade de explicar, e ensinar, a Cabala reside no fato de que o mundo espiritual não tem nenhum equivalente no nosso. 
Mesmo quando o objeto de nossos estudos está claro, nossa compreensão dele é apenas temporária.
O que aprendemos é captado por meio do componente espiritual de nossa capacidade de entender, a qual se renova constantemente a partir do Divino.
Portanto, um tema que entendemos de início pode, depois de algum tempo, parecer confuso. 
Dependendo de nosso estado de ânimo e de nosso estado espiritual, o texto pode parecer repleto de um profundo significado ou completamente sem sentido.

Não se desespere se o que foi tão claro ontem se tornar muito confuso hoje. 
Não se renda, se o texto parecer vago, estranho ou ilógico. 
Não estudamos a Cabala com o propósito de adquirir conhecimentos teóricos, mas para que ela nos ajude a ver e a perceber o que está oculto de nós. 

Depois de ter contemplado e adquirido a força espiritual, começamos a ver e a perceber; em seguida nossa capacidade de alcançar as luzes e os níveis espirituais resultantes nos trará o verdadeiro conhecimento.

Enquanto não pudermos compreender a luz superior e perceber o que isso significa para nós, não entenderemos como o universo foi construído e como funciona, pois não existem analogias para esses conceitos em nosso mundo.

Os livros dos sábios de Cabala não deve ser lido de uma maneira comum. 
Temos que nos concentrar em um parágrafo, pensar nele e tentar compreender os exemplos que refletem os temas discutidos, para depois aplicá-los à nossa experiência pessoal. 
Devemos ler e pensar, paciente e repetidamente, cada frase, enquanto tentamos penetrar os sentimentos do autor. 
Também temos que ler detidamente, procurando extrair os matizes do escrito e, se necessário, retornar ao começo da oração.
Este método pode ajudar a nos aprofundar no material de estudo – conforme nossos próprios sentimentos -, ou a perceber que carecemos desses sentimentos em relação ao assunto. 
A ausência de tais sentimentos constitui um pré-requisito crucial para que avancemos espiritualmente.
Estes livros não foram escritos para uma leitura rápida. 
Apesar de abordar um único tema – “como nos relacionarmos com o Criador” -, ele é enfocado de diversas maneiras, o que permite que cada um de nós encontre a frase ou a palavra específica que nos conduzirá ao seu âmago.

Embora as ações e os desejos do egoísmo estejam descritos em terceira pessoa, até que possamos separar nossa consciência pessoal de nossos desejos, devemos considerar as aspirações e os desejos do egoísmo como próprios. 

Para obter o maior proveito dos livros, recomendo a leitura dos mesmos parágrafos em diversos horários e em diferentes estados de ânimo. 
Ao fazê-lo, o leitor poderá familiarizar-se melhor com suas reações e atitudes em relação ao próprio texto em diferentes ocasiões.
Discordar do material é sempre positivo, como o é estar de acordo com ele. 
O aspecto mais importante da leitura é a reação que gerar em cada um. 
Um sentimento de desacordo indica que se atingiu a etapa preliminar da compreensão (“ahoraim”, a parte posterior), que constitui uma preparação para a etapa seguinte, a da percepção (“panim”, face).

É justamente por meio desta leitura, lenta e significativa, que poderemos desenvolver sentimentos, ou recipientes (“kelim”). 
Estes são necessários para percebermos as sensações espirituais. 
Uma vez os vasos ou recipientes, estando em seu lugar, a luz superior poderá os penetrar. 
Antes disso, ela simplesmente existe ao nosso redor, circundando nossas almas, embora não a possamos receber.

Os livros dos sábios de cabala foram escritos para aumentar o conhecimento. 
A intenção também não é que seja memorizado. 
De fato, nunca devemos nos pôr à prova sobre o material de estudo. 
E ainda melhor, se nos esquecermos por completo do conteúdo, de modo que a segunda leitura pareça fresca e completamente desconhecida. 
Esquecer o material significa que as sensações anteriores foram captadas e que agora diminuiram, mas deixaram espaço a ser preenchido por novas sensações, ainda não experimentadas.
O processo de desenvolvimento de novos órgãos sensoriais é constantemente renovado e acumulado na esfera espiritual não percebida de nossas almas. 
O aspecto mais importante de nossa leitura é a maneira como nos sentimos em relação ao material enquanto o lemos, e não depois. 
Tendo sido esses sentimentos experimentados, eles se revelam dentro do coração e da mente, e se manifestam, quando forem necessários no processo de desenvolvimento da alma.
Em vez de nos apressarmos para concluir a leitura, é recomendável que nos concentremos nas partes do texto que mais nos atraem. 
Somente então ele poderá nos ajudar e nos guiar em nossa busca pela ascensão espiritual pessoal.

O objetivo é nos ajudar a criar em nós mesmos o interesse pelos mistérios da vida, tais como: 
Por que nascemos neste mundo?
Como, daqui, podemos entrar nos mundos espirituais? 
Poderemos entender o propósito da Criação? 
É possível perceber o Criador, a eternidade e a imortalidade? 
Como podemos começar a crescer espiritualmente? 

“Se escutares com teu coração uma famosa pergunta, tenho certeza de que todas as tuas dúvidas sobre dever estudar a Cabala desaparecerão sem deixar rastro. Essa pergunta amarga e justa, todos os que nascem nesta Terra se fazem: 
Qual é o propósito da vida?”, disse o rabino Yehuda Ashlag.

Fonte: Adaptação feita do livro “Alcançando Mundos Superiores” de Michael Laitmann

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