A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Assumindo Nossa Responsabilidade

Na nossa busca para encontrar nossos vícios, podemos começar com um dos mais populares: a consciência de vitima. 
Você sabia que obtemos satisfação temporária quando nos sentimos vítimas? 
Da mesma forma como utilizar drogas, queixar-se, e até mesmo sofrer, nos faz sentir bem. 
Mas o que sobra depois?

De acordo com a sabedoria kabalística, enquanto eram escravos no Egito os israelitas não eram responsáveis por suas próprias vidas.
Sua felicidade estava nas mãos de outras pessoas.
Essa consciência é o oposto do motivo pela qual fomos criados.
A verdade é que é mais fácil (e frequentemente menos doloroso) ser vitima – um escravo – do que mudar.
O êxodo foi um processo de aquisição da consciência da liberdade e do controle sobre nosso próprio destino.

O que aprendemos com isso?
Que chegou a hora de abrir mão do doce néctar de culpar os outros e de irmos em frente fazendo o que tem que ser feito.

Yehuda Berg

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Viver e deixar viver

Na condição de seres humanos, sempre vemos o copo meio vazio: olhamos para as pessoas e imediatamente as julgamos por seus defeitos. A maioria de nós não se dirige a outro ser humano e diz: “Como você é maravilhoso!" Geralmente começamos procurando defeitos, aqueles lugares que nos parecem escuros.

Hoje, dedique um tempo a dar um passo atrás e dar valor às pessoas ao seu redor.Talvez os valores deles sejam diferentes dos seus. Talvez tenham um estilo de vida diferente do seu. Independente do que forem, perceba que sua tarefa é aceitá-los- exatamente do jeito que são - como parte de sua vida.

Finalmente, lembre-se disso: no momento em que decidimos julgar a forma como outra pessoa vive, nos colocamos no papel do Criador. E nós não somos o Criador. Ninguém é.


Karen Berg

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Inspirar Mudança

Recentemente me perguntaram: "qual a melhor maneira de inspirar outras pessoas para que mudem e despertem para a espiritualidade?”.

Respondi que a única maneira de inspirar mudança nos outros é ser o tipo de pessoa que queremos ser - ser a melhor versão de nós mesmos. Não pode haver coerção na espiritualidade porque não sabemos quando uma alma está pronta para o próximo passo. 

Na verdade, a Kabalah nos ensina que existem dois pré-requisitos para que possamos dizer a outra pessoa o que deve fazer:

1. Precisamos estar certos de que ela irá nos ouvir e de que pediu a nossa ajuda.
2. Precisamos amá-la verdadeiramente, e nosso amor e desejo de ajudar devem estar totalmente desprovidos de qualquer interesse pessoal de nossa parte.

Enfim, é isso: se nos tornamos como a Luz, se nos tornamos uma força em nossa própria vida, as pessoas ao nosso redor verão nossa mudança e seguirão nosso exemplo naturalmente.


Karen Berg

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

“O maior truque do Oponente é nos convencer de que ele não existe.”

Zohar Trumah 66 – “com todo teu coração, com toda a tua alma, e com toda a tua força”

Comenta Rav Berg: 
O maior truque do Oponente é convencer ao homem que ele não existe. Como consequência disso, acreditamos que nossos desejos autoindulgentes, nossas aspirações furtivas e nossa tendência egocêntrica se originam no interior de nosso ser. Isso é um erro. É uma forma de nos convencer que nosso inimigo é alguma outra pessoa ou um problema externo, ao invés de nossa natureza incerta e não domada. Enquanto isso, ele se oculta nas sombras de nossas mentes, nos recônditos escuros de nosso ser, de forma que nunca reconheçamos sua existência.

Na verdade esses desejos egoístas e negativos, esses pensamentos de incerteza são implantados em nosso interior pelo Oponente. O Zohar aqui nos revela o motivo profundo para sua existência: dessa forma, o homem, através do próprio esforço, pode triunfar sobre ele, rejeitando os prazeres momentâneos e ilusórios do Oponente, a favor da Luz do Criador, eterna e autêntica. Dessa forma o homem pode tornar-se a causa e o criador de sua própria Luz. Expressa a natureza divina que existe em nossa alma.

Entendemos assim o papel do mal no mundo, talvez a pergunta mais perplexa e perturbadora de todas as questões teológicas. Ativamos nossa capacidade de reconhecer nossa Má Inclinação como uma entidade distinta e separada, sem ligação alguma com a consciência de nossa alma.

Quando favorecemos a Luz e ela extingue a escuridão, exterminamos a verdadeira raiz do mal. Ao realizarmos esse ato, nos tornamos os causadores e criadores de nossa própria Luz: essa ação é nosso propósito no mundo físico.

669 – Aprendemos que “com todo o teu coração” (significa) com dois corações, que são as duas inclinações, a Inclinação Divina e a Má Inclinação. Dessas duas, que são chamadas “coração”, uma é chamada de “bom coração” e outra é chamada de “mau coração”. Portanto, “teu coração” (com dois Beth e não com um Beth) revela os dois, a Inclinação para o Bem e a inclinação para o Mal.

671 – Se perguntares: Como é possível para uma pessoa amar o Santo Abençoado Seja com a má inclinação? Pois a Má Inclinação trabalha para que a pessoa não se aproxime do Sagrado, então como é possível amar a Ele através dela? (Resposta): Há uma forma ainda mais preciosa de servir ao Santo Abençoado Seja, pois quando a Má Inclinação é dominada pela pessoa, esse é o amor pelo Sagrado. Porque a pessoa sabe como persuadir a Má Inclinação para servir o Santo Abençoado Seja.

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"A Luz mais brilhante é a que brota da escuridão."

A linguagem do Zohar é sempre em códigos, porém escanear essa porção nos traz a habilidade de entender que por um lado, o mal não está fora de nós, e por outro, a Má Inclinação que se esconde em nosso interior, não faz parte de nossa alma divina, comporta-se como uma outra entidade, oculta em nós, mas que na verdade não faz parte de nossa alma original divina.

O inimigo está dentro de nós, mas não SOMOS nós. Essa é a chave de nossa missão nessa vida, seja ela qual for.


Rav Berg