A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 31 de março de 2012

Somente Consertando a Si Mesmo Você Pode Mudar os Outros


Conheci um garoto no ginásio que sempre queria algo de mim.
Gostava do fato de que achava um tempo para conversar comigo e sempre me fazia perguntas investigativas sobre minha vida que me faziam sentir como se ele realmente se importasse comigo.
Invariavelmente, no entanto, ele precisava pegar um lápis emprestado ou tinha esperança de pegar uma carona com minha mãe, ou, numa ocasião, queria pegar emprestado o único suéter realmente bonito que eu tinha para usar para ir a um jogo de futebol para falar com uma garota de quem ele gostava.
Esse garoto nunca me agradeceu por nada que lhe emprestei nem por nenhum dos esforços que fiz para ajudá-lo.
E, por mais que pegasse coisas emprestadas, nunca parecia satisfeito.
O mesmo acontecia com minhas boas ações.
Ele era insaciável e estava ficando exausto e frustrado por tentar atender a suas necessidades.
Conforme as semanas e os meses passaram, fui ficando cada vez mais chateado com esse garoto.
Peguei-me fazendo uma lista mental de todas as formas como tirava vantagem de mim. Para falar a verdade, ele era um cara legal, mas tão carente! E tão ingrato. Nessa mesma época, se não havia treino de basquetebol depois da aula, eu costumava passar o resto do dia no Centro de Cabala conversando com as pessoas que iam lá. Gostava de passar o tempo com essas pessoas, que eram extremamente gentis e com frequência notadamente instruídas.
Como já disse, sempre me senti deslocado na escola, mas não me sentia assim com esse grupo.
Sentia-me confortável conversando com elas sobre tudo que estava me perturbando.
Lembro-me de um homem, com quem quase sempre conversava sobre meus maiores medos e esperanças, falando com grande afeição: "Yehuda, você quer tanto da vida. Você é como um enorme poço que nunca vai ficar cheio até a borda, porque tem um vazamento bem lá no fundo."
Naturalmente, fiquei tão impressionado com essa observação que comecei a evitar esse homem, a quem sempre recorria em busca de conselhos.
Nesse ínterim, na escola, meu amigo quis copiar meus apontamentos do laboratório de ciências e trocar parte do almoço comigo e me convencer a ir a uma festa com ele porque o capitão do time de hóquei estaria lá.
E, por algum motivo, quanto mais ele andava atrás de mim na escola, mais difícil era encarar o homem no Centro!
Por fim, nos meus estudos com meu pai e meu irmão, cheguei às ideias expostas neste texto.
E quando isso aconteceu, uma lâmpada acendeu na minha cabeça!
Reconheci o mesmo comportamento em meu colega que estava exibindo no Centro de Cabala.
Apesar de não ter sentido que estava sendo carente nas minhas interações lá, tinha desenvolvido uma expectativa de que essas pessoas sempre estariam prontas para me ajudar, que sempre me ouviriam e sempre me ajudariam.
Agora se entende por que não tinha sido capaz de encarar aquele homem!
Pensei que ele estava zangado comigo, mas eu estava simplesmente tentando me esquivar de um aspecto de mim mesmo que não tinha tido a astúcia de observar. Reconhecer nossos traços negativos nunca é fácil.
É muito, muito mais fácil apontar os defeitos nos outros e reclamar deles. Reconhecer esses traços em nós mesmos pode ser embaraçoso, frustrante e até doloroso.
 
É por isso que precisamos ser extremamente gentis conosco mesmos durante o processo.
Lembre-se de que nenhum desses passos se refere ao julgamento.
O julgamento é um comportamento reativo mesmo quando o aplica a si mesmo. Observe-se com candura.
Se estiver tendo dificuldade de se enxergar com clareza nesse ponto, observe os traços nos outros com os quais mais luta.
É provável que você tenha algumas variações dessas características em você mesmo.
Descobrir essas características não é motivo de vergonha, mas de comemoração. Sem obstáculos — que são o que nossos traços negativos são —, não teríamos nada para transformar e, em consequência, ficaríamos afastados da Luz. Reconhecer os obstáculos — assumindo responsabilidade por eles e aplicando esses passos a eles — é desafiador.
Mas, se não fizermos isso, ficaremos presos em nossas prisões infelizes.
Que alívio descobrir que detemos a chave e agora sabemos usá-la!
Quando discuti meu insight com meu pai, ele me lembrou que eu não deveria me esforçar demais para localizar meus traços negativos e transformá-los.
Temos que ficar atentos para não deixar nossos egos se sobressaírem e nos encorajarem a embarcar numa caçada às bruxas espiritual, tendo nossas próprias almas como meta.
As características negativas são humanas.
Elas são oportunidades para nos transformar, não oportunidades para nos sentirmos mal a respeito de nós mesmos.
Meu pai comparou os traços de personalidade negativos a um espelho que refletia todos os nossos instintos reativos de volta.
Imagine que o espelho se quebrasse, disse meu pai, em 1.000 pedacinhos que flutuassem para o universo. Todas as pessoas negativas, todas as situações negativas e obstáculos que você enfrenta, todas as coisas que vê de errado nos outros, são meros pedaços desse espelho.
Quando você se esforça para transformar uma parte em particular de sua personalidade, um dos fragmentos do espelho refletirá essa mudança!
Então você começará a ver os aspectos positivos de outras pessoas.
E situações na sua vida começarão a mudar para melhor.
Não há nada a fazer para realmente mudar um outro ser humano. Podemos oferecer ajuda nos níveis físico, mental, emocional ou espiritual; podemos tentar influenciar pessoas de maneiras que achamos que irão beneficiá-las; e podemos tentar agir de uma forma e tomar decisões que serviriam como modelos positivos. Mas, em última instância, não podemos transformar os obstáculos dos outros — mesmo que os amemos mais do que qualquer outra pessoa neste planeta.
Isso é importante que se entenda.
Gastamos muito tempo tentando transformar os outros, por motivos que vão de gentileza até controle. Mas, independentemente de nossa motivação, tentar mudar uma outra pessoa é uma batalha perdida. (Pense como é difícil mudar a si mesmo, a pessoa que você conhece melhor na face da terra!)
E mesmo que você pudesse mudar alguém, você só o deixaria com Pão da Vergonha. Eles precisam aceitar a mudança por si sós.
Muitas pessoas se desgastam tentando mudar as outras e, no processo, esquecem de si mesmas.
 
Conheci uma moça no Centro de Cabala chamada Virginia.
Enquanto estava na escola, Virginia começou a namorar o Ed, por quem era louca. Encontrei-o duas vezes e ele era muito legal. Era inteligente, engraçado e extremamente carinhoso com ela.
Era evidente que tinham grande afeição um pelo outro.
Mas Ed bebia demais. Se iam a festas juntos, Virginia ficava com medo de voltar para casa com ele dirigindo. Às vezes ele agia de forma inadequada em público, acariciando-a a ponto de ela ficar sem graça.
Outras vezes, se recusava a deixar a festa na hora combinada só porque queria beber mais uma dose.
O comportamento de Ed quando sóbrio era bem diferente de seu comportamento quando embriagado. Nunca magoava Virginia nem ameaçava machucá-la e normalmente não ficava bêbado.
Então, Virginia se convencia de que conseguiria convencer Ed a mudar, e que, sob seus cuidados, a vida dele voltaria para os trilhos de novo.
Ela tentou de tudo.
Uma noite, chorou durante horas, dizendo a Ed que, se ele realmente a amasse, pararia de beber. Uma outra ocasião, expressou calmamente como era a sensação de estar numa relação com Ed, até usou alguns exemplos paralelos da vida dele que achava que iriam ajudá-lo a entender seus sentimentos de forma mais clara. Uma noite, ela avançou nele, gritando e o xingando. Uma outra vez, tomou um porre com ele. Nada disso mudou o hábito de beber de Ed.
Nada disso parecia nem mesmo influenciá-lo.
Todos os esforços dela só a exauriam.
Ela estava levando o hábito de Ed de beber para o lado pessoal e, por causa disso, o comportamento dela era totalmente reativo.
Ele era a causa dela; ela era o efeito dele.
Depois que percebeu isso, Virginia começou a pôr o foco em si mesma.
Que providências poderia tomar para tornar a situação mais satisfatória?
Primeiro, fez uma distinção entre si mesma e Ed. Acabou entendendo que o hábito de beber de Ed não tinha nada a ver com ela. Isso foi muito libertador. Depois que Virginia reconheceu isso, foi capaz de se aproximar de Ed com compaixão e carinho, em vez de com raiva e frustração, sempre que descobria que ele estava bebendo.
Sem esse apego a suas expectativas, Virginia foi capaz de perceber que nada que fizesse livraria Ed de sua dor e seus obstáculos pessoais. Ele era responsável pela vida dele, assim como ela era pela dela.
Por fim, Virginia terminou o namoro com Ed, mas sempre o manteve num lugar especial em seu coração.
Apesar de ser verdade que você não pode fazer mudança por uma outra pessoa, você pode sempre servir como exemplo vivo, um modelo de desempenho de um papel, e em farol de Luz.
Isso serve para atrair outras pessoas para a sabedoria da Cabala.
Ensinar Cabala, no entanto, não quer dizer pregar a Cabala.
Ensinar significa compartilhar essa sabedoria com outras pessoas por um desejo genuíno de compartilhar algo que você considera útil, não por querer converter alguém. Ou convencer alguém. Ou vender algo para alguém.
A paz mundial começa em casa, com a paz pessoal.
Mas, ao começarmos a vivenciar a Luz, nos descobrimos naturalmente querendo compartilhá-la com os outros.
Todos os dias percebo a grande bondade de minha mãe e meu pai.
Nos momentos em que estavam desesperadamente necessitados da ajuda dos outros, estavam de fato ajudando os outros.
Por favor, não fiquem com a impressão de que meus pais eram super-heróis.
Eles sofriam tanto quanto eu ou você.
Mas, nesses tempos particularmente pobres, foi necessário um grande comprometimento — e uma grande certeza — para eles criarem os filhos, fundar o Centro de Cabala e se manterem atentos um ao outro.
Não é que meus pais tenham nascido com uma paciência, uma resistência e uma compaixão extraordinária.
Eles só trabalharam com afinco para melhorar de vida e melhorar a vida das pessoas ao redor. Identificavam e enfrentavam seus obstáculos, injetavam certeza, escaneavam visisualmente e meditavam as letras hebraicas e se recusavam a deixar que seus egos vencessem a batalha pelo controle de suas almas.
Segundo os cabalistas antigos, o ano hebraico de 5760 (0 ano 2000 no calendário ocidental) anunciaria uma nova era que o Zohar descreve com duas palavras: Infortúnio e Abençoada.
O Infortúnio se refere a um tempo de grandes convulsões sociais e políticas, terror e sofrimento, afetando-nos no âmbito pessoal e global.
Durante esse tempo, o sistema imunológico do ser humano estará sendo atacado. Doenças novas e velhas nos atormentarão. Haverá guerras mundiais e atos terroristas, bem como destruição do meio ambiente.
Mas é por meio dessas tragédias globais e pessoais que a humanidade chegará a perceber que os tesouros obtidos por meio do ego são ilusórios e fugazes.
E vêm a um alto custo.
O Zohar também chama essa era de Abençoada, referindo-se a um tempo de paz, tranquilidade, iluminação e realização eterna.
As doenças serão dizimadas. O caos não mais existirá. A alegria estará por toda parte.
Foi-nos dada uma opção.
A violência no mundo não é um caos sem sentido.
A doença não é uma ocorrência fortuita.
O terrorismo não é uma loucura aleatória.
Terremotos não são atos divinos.
Todos esses fenômenos negativos nasceram da escuridão criada quando nosso comportamento reativo coletivo nos desconecta a todos do Âmbito dos 99%.
Captar essa verdade difícil é o pré-requisito para realizar uma mudança verdadeira. A situação do mundo é apenas o somatório das interações da humanidade.
Buracos negros no espaço, tornados em Oklahoma, balas perdidas, batata frita para o almoço no refeitório da escola, dias ensolarados, gravidezes não desejadas, paz entre as nações, vagas de estacionamento vazias — tudo depende das interações entre um ser humano e o outro.
 
Quando os sábios antigos declararam que a terra é o centro do universo, não estavam falando de coordenadas físicas.
Estavam falando em termos espirituais.
Nossos atos espirituais, sejam eles reativos ou proativos, movem o cosmos.
O simples ato reativo de gritar com um amigo, falar com desconsideração com sua irmã menor ou colar numa prova faz a sua vida e o mundo inteiro pender para o lado do Infortúnio.
Talvez você queira ler esta última frase de novo.
E mais uma vez.
É um peso pesado que carregamos.
Da mesma forma, cada ato de Resistência — quando você puxa a linha do ego ao admitir seus ciúmes das pessoas que inveja ou abre mão de suas brilhantes opiniões defendidas há muito tempo, em prol de se unir a um oponente, ou resiste ao impulso de obter fama e prestígio para si mesmo — faz a sua vida, bem como toda a existência, pender para o lado do Abençoado.
O Adversário, como sempre, tem ideias próprias.
Ele fará de tudo para afastá-lo da verdade espiritual.
Ele tentará fazê-lo rejeitar estes textos usando sua mente racional.
Ele tentará convencê-lo de ideias como "aleatoriedade" e "sorte e azar".
A vida não é tão simples, ele lhe dirá.
Não temos controle algum, dirá ele.
É aparentemente melhor super intelectualizar, filosofar e politizar todos os acontecimentos da nossa vida e deste mundo, ao buscar soluções.
 
Mas a vida é simples assim.
Não é para confundir "simples" com "fácil".
Esses passos são desafiadores, e trabalhá-los de forma honesta e corajosa lhe tomará a vida toda.
O Zohar é uma vela num mundo de escuridão.
Ele transcende a religião, a raça, o sexo, a política e a geografia.
Toda escuridão, por mais profunda que seja, abre caminho para a luz de uma única vela.
E por maior que seja a escuridão, ela não apagará a Luz.
Tentar viver a vida assumindo responsabilidade total por nossos atos talvez seja a mais difícil das tarefas.
É tão mais fácil para nós defender causas, buscar novos caminhos de sabedoria ou tentar mudar o mundo do que apenas olhar para dentro e tentar mudar a nós mesmos.
Mas ajuda saber que estamos ajudando o mundo inteiro quando fazemos isso.
Não mais nos consideramos vítimas.
Desse ponto em diante, precisamos aceitar a responsabilidade pelas coisas podres que acontecem nas nossas vidas.
Precisamos admitir que somos a causa. E ser a causa é uma coisa boa.
É um dos principais atributos de ser proativo.
E um dos aspectos que o Receptor deve buscar alcançar.
Só sendo a causa podemos começar não apenas a nos ajudar a nós mesmos, mas a ajudar os outros também.
 
Você embarcou numa viagem e tanto.
Quanto mais Luz receber, mais longe será capaz de se aventurar.
Talvez você queira ler estes textos mais de uma vez.
Tudo está em constante mudança.
Então, a cada dia, comece onde quer que esteja.
Livre-se de qualquer expectativa de chegar.
Estimule-se a estar plenamente no momento presente, para curtir suas transformações e buscar enfrentar novos obstáculos.
Coma a sobremesa com vontade e certifique-se de que seu vizinho também tenha um pedaço suculento só para ele.
 
Num antigo conto cabalístico, um aluno se aproxima de seu venerado professor e mestre e pede-lhe para ensiná-lo todos os segredos sublimes e mistérios magníficos do cosmos no curto espaço de tempo que dura ficar equilibrado num pé só. Ao ouvir esse pedido do aluno impaciente, o eminente sábio analisa a pergunta com cuidado. Então seus olhos brilham com infinita sabedoria e diz:
"Ama teu próximo como a ti mesmo. Todo o resto é apenas comentário. Agora vá e aprenda."
 
Por: Yehuda Berg

Mudança Interna Verdadeira é Criada Através do Poder do DNA das Letras Hebraicas


Quando eu estava na escola, um dos garotos da minha turma vivia pintando o cabelo. Numa semana era negro, na semana seguinte era amarelo alaranjado que suponho que era para parecer louro.
Ele até se arriscava em rosas e azuis fortes, mas isso os professores não toleravam muito.
A cor natural do cabelo dele era castanho escuro, o que não deixava de ser atraente — mas, ao pintar o cabelo, ele estava experimentando.
No final das contas, não era uma maneira ruim de experimentar de forma mais segura do que se envolver com drogas e armas, por exemplo.
Independentemente da cor que ele escolhesse, em quinze dias, as raízes castanhas reapareciam.
Lembro-me de conversar sobre o cabelo do garoto com meus pais — estava "jogando verde" para ver qual seria a reação deles se eu pintasse o meu também — e meu pai percebeu que a situação continha uma analogia útil.
A tintura do cabelo, segundo meu pai, representava mudança externa e, portanto, não era diferente de todas as elucubrações que fazemos para evitar o sofrimento e encontrar a felicidade. Mas não podia durar.
O garoto que eu conhecia tinha cabelo castanho em consequência de seu DNA, que era interno. Meu pai me pediu para pensar em quantas vezes eu tinha tentado iniciar uma mudança em meu comportamento e logo depois me via voltando a como era antigamente.
Fiquei impressionado ao admitir que este era o caso na maioria das vezes.
Será que alguém tinha a força emocional e espiritual para deter permanentemente suas reações internas?
Ou ver adiante, para além do momento imediato, e não ficar chateado ou entrar em pânico quando um problema chato surgisse?
A resposta de meu pai foi negativa.
Nenhum indivíduo tem tal força.
Fiquei muito impressionado com isso.
Até aquele momento, tinha gastado muito tempo e energia assumindo responsabilidade por meus pensamentos, atos e minhas palavras e vinha praticando a Resistência o máximo possível.
Estava me sentindo liberto, até triunfante, ao pensar que meu destino estava totalmente em minhas mãos, por isso fiquei bem desanimado ao ouvir que era incapaz de fazer essas mudanças durarem.
Assim como as raízes do cabelo do garoto, meu DNA voltaria à tona.
Rapidamente, meu pai me disse que a Cabala proporcionava ajuda que incide no nível mais profundo de raiz de nossa existência.
Antes definimos o Âmbito do 99% como o nível do DNA de nossa realidade, como a causa de todas as causas.
Discutimos então o fato de que quando o Satan foi gerado, ele reconfigurou o DNA do Desejo de Receber e o transformou num Desejo de Receber Somente para Si Mesmo.
Temos agora uma noção básica do funcionamento do DNA.
 Mas o que ele é, na verdade?
O DNA é mais bem descrito como um manual de instrução para nossas células. Todas as células começam num estado indiferenciado.
Nosso DNA então determina que células se desenvolverão para se tornarem órgãos internos, ossos, matéria cerebral ou outros tecidos.
Como todos os manuais de instrução, o DNA é escrito numa linguagem composta de um alfabeto. Nesse caso, é um código descoberto no final dos anos 1950 por geneticistas que determinaram que o alfabeto do DNA é composto de quatro "letras", que eles designaram como A, T, C e G.
Essas letras se combinam para formar "palavras" e "frases", que abrangem o código genético de todos os indivíduos. Cada um de nós tem cerca de três bilhões de letras em nossos códigos genéticos.
As diferenças entre nós residem na combinação e nas sequências dessas quatro letras. E cada célula de nosso corpo contém todo o manual de instruções de três bilhões de letras.
Então, num sentido físico, tudo o que há é um conjunto de letras que anda, fala e respira!
Na verdade, o universo inteiro é alfabético por natureza.
Assim como as letras se combinam para formar palavras, átomos se combinam para criar estruturas mais complicadas conhecidas como moléculas.
Assim como as palavras se combinam para formar frases, as moléculas se combinam para criar vários tipos de matérias.
Todas essas informações acerca do DNA e do universo alfabeticamente estruturado foram descobertas apenas no decorrer dos últimos 50 anos.
É notável, no entanto, que Abraão tenha escrito sobre essas mesmas coisas há cerca de 4.000 anos no Livro da formação.
Aqui Abraão postulou que o universo todo consistia de blocos construtivos.
Além disso, disse que esses blocos construtivos eram alfabéticos por natureza! Abraão prosseguiu e revelou como a Luz do Criador se fragmentara em 22 forças distintas para criar nosso universo.
Esses caracteres antigos não são letras comuns; eles estão transbordando com poder transformador.
De fato, essas letras do alfabeto hebraico estavam presentes no próprio momento da criação.
Fique atento para não limitar seu entendimento dessas letras.
Elas são motores magníficos de energia primordial.
Elas aparecem tanto como formas quanto como vibrações, que podemos visualizar e vocalizar.
Na verdade, a palavra hebraica para letra quer dizer "pulsação" ou "vibração". Devido a seus sons, formas e vibrações, essas letras estimulam e acessam a energia do universo.
Alguns dos maiores pensadores do mundo — cientistas, filósofos, matemáticos e físicos, sem falar em muitos grandes pintores, escritores e músicos — se aproveitaram do poder do alfabeto hebraico.
Um médico amigo meu, dr. Artur Spokojny, teve uma experiência profunda com essas letras. Clínico geral e cardiologista renomado, o dr. Spokojny estudou medicina em Harvard e se graduou com honras na Universidade de Dusseldorf, na Alemanha. Spokojny, que se dedicou a desenvolver tratamentos com laser para doenças cardíacas, é professor da Faculdade de Medicina Cornell e trabalha no Hospital Presbiteriano de Nova York.
Desde 1988, é diretor adjunto do Centro de Cateterização do Hospital de Nova York.
Estou falando de sua qualificação de respeito só para que você não desconsidere a experiência impressionante que vou descrever em seguida.
Uma noite, um paciente foi trazido às pressas para a sala de emergência com um ataque cardíaco. Apesar de o paciente estar consciente, seu coração batia fraco e o dr. Spokojny ficou preocupado com razão — pediu então que o paciente fosse levado para o laboratório.
O coração do paciente parou duas vezes enquanto estava a caminho.
Como foi descoberto, sua coronária direita estava completamente bloqueada.
Dr. Spokojny e sua equipe o atenderam por cerca de uma hora, mas nada funcionava. Tudo o que eles tentavam — e eles tentaram de tudo — fracassava.
Dr. Spokojny depois me contou que se sentiu totalmente impotente e isso o encheu de desespero. Decidiu então meditar numa sequência de letras hebraicas que usava para cura.
No momento em que o dr. Spokojny começou a visualizar as letras, sentiu algo acontecer.
De repente, a artéria bloqueada se abriu!
Ele e sua equipe ficaram chocados.
O paciente tinha uma coágulo de sangue de tamanho expressivo na artéria, o que com certeza impedia que a artéria se abrisse.
O que foi ainda mais espetacular, quando tudo se acabou, foi constatar que o coração do paciente não tinha sofrido dano algum.
Nenhum dano.
Nenhum traço de evidência de ataque cardíaco.
Quando o dr. Spokojny conversou mais tarde com o paciente, o homem lhe contou que tinha sonhado que estava preso dentro de um monitor de computador.
Todas as portas de saída estava trancadas.
De repente, descobriu a sequência de letras certa para a senha.
Ela abriu as portas e ele fugiu.
Mais tarde, meu amigo debateu o episódio com os outros médicos envolvidos. Ninguém tinha explicação para o que tinha ocorrido.
Tecnicamente, o paciente deveria estar morto.
Dr. Spokojny não estava querendo contar o que tinha feito e o mistério médico permaneceu não resolvido.
Como se pode ver, essas letras hebraicas antigas contêm enormes quantidades de influência espiritual. Elas nos fornecem o poder emocional e a força interna de que precisamos para superar nosso comportamento reativo.
Além disso, combinações de letras diferentes criam diferentes misturas de energia, assim como combinações de diferentes notas musicais criam diferentes melodias.
A Luz que emitem purifica nossos corações.
Suas influências espirituais limpam impulsos destrutivos de nosso ser.
Sua energia sagrada remove emoções precipitadas e intolerantes como medo e ansiedade.
Elas podem promover a cura, sustento financeiro e bem-estar emocional.
É muito provável que você não faça a mínima ideia de como ler hebraico.
Não se preocupe.
O poder pode nos ser transmitido apenas escaneando as letras quase da mesma forma como um scanner lê um código de barras.
Podemos aprofundar a experiência meditando nas letras, como o dr. Spokojny fez. Sábios antigos consideravam os olhos como a janela da alma.
Assim sendo, olhar essas letras de alguma forma nos proporciona uma conexão direta com nossas almas, assim como com o Âmbito do 99%.
Quando escaneamos visualmente, meditamos e interagimos com essas letras, não apenas acessamos o segmento principal restante de nossa consciência, mas nosso subconsciente absorve o poder e as influências espirituais que emanam de cada palavra.
A alma humana e as forças contidas nas letras hebraicas foram formadas da resplandecente Luz do Criador.
Quando as duas estão próximas — o que é alcançado por escaneamento visual, meditação ou recitação das letras — uma ressonância é criada e a energia das letras é duplicada na alma.
Essas letras podem nos ajudar em todos os aspectos de nossas vidas; nada está fora de seu alcance. E, trabalhando com elas, nossas transformações se tornam duradouras em vez de temporárias.
Para voltar ao âmbito do 99%, para voltar para casa, precisamos diligentemente transformar nossa natureza reativa em todas as áreas de nossas vidas.
E para realizar isso, foi-nos dado um conjunto de ferramentas que é tão velho quanto o tempo.
Ele começa com os 72 Nomes de Deus.
Há três pré-requisitos para ativar o poder dos 72 Nomes:
1. Convicção em seu poder;
2. Uma compreensão da influência particular que irradia de cada Nome;
3. A prática de um ato físico para ativar seu poder.
 
O primeiro pré-requisito depende de você.
Seu ego fará todo o possível para fazer com que você duvide do poder dessas letras. Quanto mais reativos ficarmos, mais poderoso nosso ego se torna.
Travar e ganhar essa batalha é o objetivo último da vida.
Lembre-se: é assim que você encontra a Luz.
 
O segundo pré-requisito é fornecido por você.
A influência e o poder espiritual de cada Nome são seus agora depois de inúmeras décadas de sigilo.
Apreciar esse fato enriquecerá nossa conexão com a Luz.
 
O terceiro pré-requisito é às vezes o mais difícil de atender.
Para dar um exemplo, se você estiver usando um Nome específico para vencer seu medo de altura, você terá que se confrontar com esse medo para erradicá-lo de sua vida.
Você terá que escalar o edifício mais alto que conhece e olhar para baixo.
É um simples ato físico que acende o "interruptor de Luz".
Mas saiba que, quando enfrenta o medo com uma força espiritual recém-descoberta, você o vencerá e estará no caminho certo para uma vida livre de medos.
Além de questionar por que Moisés estava invocando-O para conseguir ajuda, Deus instruiu Moisés e seu povo a "pular na água".
Estava sendo exigido dos israelitas que ativassem o poder dos 72 Nomes praticando o passo três: o ato físico de se confrontar com seus medos.
Antes e durante o ato de entrar na água, Moisés e os israelitas meditaram numa sequência dos 72 Nomes que eles acreditavam que iria ajudá-los.
Ao meditar, estavam expressando a sua convicção, ou injetando sua certeza — e ao caminhar para as águas traiçoeiras, estavam ativando a força espiritual espantosa desses 72 Nomes praticando um ato físico.
Isso é muito importante.
Moisés e seu povo podem servir de exemplos para todos nós.
O que fica claro a partir dessa leitura codificada do Êxodo é que Deus nunca responde a preces, mas nos ajuda a descobrir como responder a nossas próprias preces!
Fazemos isso aprendendo como nos conectar e utilizar a energia divina do Criador e a força divina de nossas próprias almas.
O poder das letras hebraicas é primordial; ele ultrapassa qualquer entendimento intelectual.
Depois que tiver a oportunidade de se familiarizar com as letras, talvez queira aprofundar a experiência e meditar em cima delas.
Para fazê-lo, ache um ambiente tranquilo — um lugar em que seja menos provável ser perturbado por irmãos curiosos ou pais preocupados, animais de estimação fiéis ou amigos entediados.
Depois leve alguns momentos para se certificar de que a área esteja limpa e arrumada.
É preciso ser respeitoso tanto consigo mesmo quanto com a linhagem dessas letras.
Então, sente-se numa cadeira confortável ou, se preferir, no chão. Depois, pense no que o inspirou a se voltar para essa força neste momento em particular.
Que Mar Vermelho está enfrentando?
Que exército do Faraó está se aproximando pelas suas costas?
Depois que se sentir aquietado, decida qual sequência de letras mais provavelmente se refere à sua preocupação ou aspiração nesse momento.
Escaneie as letras.
Agora permita que seus olhos se mantenham suavemente nas letras com plena atenção, mas sem foco ou concentração indevidos.
Tente fazer com que sua atenção não vagueie ou se perca.
Sempre que isso acontecer, gentilmente traga-a de volta para as letras.
Às vezes é útil se concentrar na respiração — na inspiração e expiração e de novo na inspiração.
Você pode até imaginar que está inspirando o poder das letras e que esse poder está preenchendo cada molécula do seu corpo.
Então, ao expirar, imagine que está expirando o poder para que outros o acessem. Depois, respire o poder mais uma vez — talvez na forma de uma luz dourada — e deixe que ele o preencha.
Continue fazendo isso até que sua respiração e suas visualizações pareçam naturais e fáceis.
Feche então os olhos e veja as letras no terceiro olho.
Tente imaginá-las tão vívidas quanto possível, como se estivesse olhando para elas na página.
Veja as letras pretas desenhadas contra um fundo branco.
Depois abra os olhos.
Mais uma vez, concentre-se nas letras.
Use sua prática de respiração para inspirar e expirar a Luz.
Continue a fazer isso por um intervalo confortável. Feche os olhos de novo e visualize as letras, mas, desta vez, imagine-as brancas contra um fundo preto. Deixe que elas preencham sua mente de forma tão completa quanto possível.
Se outros pensamentos ou imagens surgirem, não se aborreça; basta voltar a se concentrar na respiração que eles irão embora.
Fique ciente de que as letras não estão mais no papel, mas dentro de você!
Sempre que sentir vontade, abra os olhos.
Resista ao impulso de estudar as letras mais uma vez.
No momento, as letras impressas são irrelevantes.
As letras estão dentro de você agora.
Na verdade, sempre estiveram dentro de você, você só as despertou de novo. Lembre-se de se aproximar dos obstáculos como oportunidades para revelar a Luz. Se tentar essa prática esperando que sua situação atual fique mais confortável, ficará tristemente desapontado; muito provavelmente, as circunstâncias presentes reaparecerão até que você entenda as coisas de forma diferente.
Aliás, não há nada de errado em mudar a cor do seu cabelo.
A vida é divertida, deveríamos curti-la.
Mas, para uma mudança duradoura, precisamos ir à raiz.
Estes textos mostram como acessar esse poder — poder que você sempre carregou dentro de você, mas talvez nunca tenha percebido que estava lá.
Para aproveitá-lo, será preciso trabalhar esses passos com honestidade, cuidado e compaixão.
Este texto lhe dá a mais preciosa das ferramentas mágicas: o conhecimento das letras hebraicas.
Trate-as com o respeito que merecem.
 
Por: Yehuda Berg

Como abrir um oceano

A abertura do Mar Vermelho é um dos eventos mais conhecidos na história de Pessach. Quando o exército egípcio estava quase alcançando os israelitas, eles imploraram ajuda a Deus e a resposta foi: “Atirem-se nas águas.” Eles se atiraram, o Mar Vermelho se abriu e os israelitas correram para a liberdade. Que milagre!

Mas a Kabbalah revela que não foi Deus que abriu o mar. Foram as pessoas. Elas utilizaram o poder dos 72 Nomes de Deus para arquitetar esse feito incrível. Além disso, antes que as águas se erguessem em direção ao céu, uma ação física foi necessária para ativar o poder dos 72 Nomes. Esse é o segredo oculto na resposta de Deus: “Atirem-se nas águas”.

Foi preciso que os israelitas demonstrassem que tinham plena certeza de que possuíam poderes como os de Deus e entrassem fisicamente no mar com total convicção de que o resultado seria positivo.

Naturalmente, nos primeiros momentos depois que chegaram às margens do mar, ao ver o Faraó aproximar-se rapidamente, os israelitas foram tomados pelo medo e pela dúvida. Mas então Moises os fez lembrar dos 72 Nomes e eles começaram a meditar utilizando-os e empregando todos os poderes mentais que possuíam para evocar espantosas forças espirituais.

Mas sabe o que aconteceu? Nem uma única gota de água se moveu até que os israelitas dominassem suas dúvidas e entrassem no mar com total convicção. Nem uma única gota de água saiu do lugar antes que eles estivessem imersos até o pescoço. Então, quando as águas alcançaram suas narinas e mesmo assim eles continuaram a manter plena certeza, o mar se abriu, dando-lhes passagem para a liberdade.

O que aprendemos com isso? Que para assumir o controle sobre as leis da Mãe Natureza, precisamos controlar nossas dúvidas e seguir em frente apesar delas.



Yehuda Berg

quinta-feira, 29 de março de 2012

Quando os Desafios Parecem Insuperáveis, Injete Certeza


Segundo a Cabala, cada um de nós chega a este mundo com uma bagagem espiritual de vidas anteriores. Essa bagagem é constituída por todas as vezes em que fracassamos em resistir a nosso comportamento reativo, que precisará ser corrigido em algum momento no futuro.
Este conceito de correção é chamado de Tikun.
É a área onde precisamos fazer nosso trabalho espiritual.
Você pode ter um Tikun com dinheiro, saúde ou relacionamentos.
Sabemos que nos deparamos com nosso Tikun pessoal quando uma situação nos parece desconfortável!
Se ficamos intimidados com as garotas populares na escola, temendo gostar de algo de que elas não gostam ou com medo de não gostar de algo que elas fazem, isso é nosso Tikun pessoal — algo que precisa ser corrigido.
Se temos dificuldade de defender nosso trabalho perante um professor e depois aceitamos uma nota que sentimos que não merecemos, isso também é parte de um Tikun.
Quando não conseguimos explicar a nossos pais que não queremos mais que eles nos levem para o shopping porque achamos que já temos idade para ir de ônibus ou andando, isso também é nosso Tikun.
Observe o comportamento repetitivo.
Se você for constantemente a vítima de uma situação ou se você for sempre o ofensor, isso é Tikun.
Se damos duro no trabalho e não ganhamos um tostão enquanto nossos amigos relaxam e arrumam empregos bem pagos, isso também é Tikun.
E se sempre nos achamos no mesmo drama nos relacionamentos, não importa quem seja o parceiro, isso é Tikun.
Infelizmente, quando não conseguimos resistir a um comportamento reativo, fica mais difícil corrigi-lo na próxima vez.
Esse traço reativo em particular fica mais forte.
Nosso Oponente fica mais forte.
Nosso Tikun aparecerá continuamente, por meio de várias pessoas em inúmeras situações. Inicialmente, talvez nem reconheçamos a correção em suas inúmeras formas.
Mas quanto mais praticarmos os passos apresentados nestes textos, mais fácil será identificar um Tikun particular — mesmo que desta vez ele assuma a forma de um bibliotecário que se alonga num telefonema em vez de um balconista que não corta a conversa com um amigo falastrão para atendê-lo.
Se estamos nos sentindo desconfortáveis numa situação ou com uma pessoa, com toda certeza estamos enfrentando nosso Tikun.
E você corrige o seu Tikun por meio da Resistência.
 
Com este entendimento não podemos mais nos ver como vítimas.
 
Simplesmente não podemos mais embarcar na ideia de que a vida está nos acontecendo.
Você e só você moldou a sua vida até agora.
Você a está moldando agora, neste exato momento.
E seu futuro está totalmente em suas mãos.
Cada decisão que você toma influencia como sua vida está e parece ser neste novo momento, e em todos os momentos ainda por acontecer.
Alguns de vocês devem ter visto o filme Feitiço do Tempo. Se você não viu, é um clássico que vale muito a pena alugar. Ele também ilustra muito bem o princípio cabalístico do Tíkun em funcionamento.
Nesse filme, Bill Murray interpreta Phil Connors, um repórter de meteorologia que é o personagem reativo por excelência — centrado em si mesmo, presunçoso e indiferente ao mundo ao seu redor.
Mas Phil fica preso numa teia do tempo.
O dia que está vivendo — 2 de fevereiro, ou o Dia da Marmota — fica se repetindo sem parar, e ninguém sabe disso, só ele.
É divertido no início, enquanto Phil tira vantagem da situação, aprendendo tudo o que pode a respeito do seu mundo e das pessoas que fazem parte dele, a fim de manipulá-las e fazê-las servir a seus próprios interesses.
Toda manhã, Phil acorda quando os prazeres momentâneos se extinguem e não há nem uma gota de realização duradoura. Levado ao ponto de cometer o suicídio, ele de novo acorda de manhã e se vê na mesma cidade, se confrontando com os mesmos acontecimentos.
Não há saída — nem mesmo a morte.
Por fim, Phil decide mudar a si mesmo, já que não consegue mudar o mundo ao seu redor.
Começa a praticar bons atos e ajuda pessoas que estão vivenciando os mesmos infortúnios a cada dia.
De repente, sente verdadeira realização.
Inspirado por esta Luz, entra num alvoroço de compartilhamento com a cidade toda, conquistando os corações de todos.
Por fim, o pesadelo acaba e ele se vê num dia novinho em folha, de braços dados com a mulher de seus sonhos.
Isso é Tikun.
É por isso que às vezes sentimos que nossa vida está presa num filme de má qualidade.
Estamos no Passo 11, então é provável que você tenha vindo praticando esses passos ao percorrê-los nos textos.
Isso é maravilhoso!
Gostaria de parar um pouco para refinar um pouco mais as ideias.
 
Com este passo, estamos afiando as sutilezas da Resistência via nosso Tikun individual. Assim sendo, vamos dar uma olhada mais de perto na questão da Resistência e como ela se relaciona com nosso Tikun individual.

Resistindo a preguiça
Você está feliz da vida deitado no sofá, fazendo absolutamente nada, quando a cena que você precisava para o conto que está escrevendo surge de repente na sua cabeça. Você fica animado, mas está tão confortável que não consegue sair do sofá. Você se convence de que se lembrará da ideia (mesmo sabendo que não conseguirá) e se aconchega nas almofadas grandes e macias.
Resista a essa preguiça!
A Resistência não necessariamente implica em parar e ficar imóvel.
Muitas vezes, significa parar o desejo de parar e mergulhar de cabeça.
Aqui, seu Tikun consiste em não ser capaz de terminar o que começou.
Resistindo ao ego
Digamos que você e um grupo de colegas do colégio acabaram de terminar uma aula de fotografia. Todo mundo está conversando, mostrando o que sabe.
Acontece que sua mãe é fotógrafa profissional e você praticamente cresceu numa câmara escura, então é óbvio que você sabe muito mais sobre o assunto do que eles.
Você sente um impulso de falar e pavonear seus conhecimentos.
Resista! É seu ego que está em ação.
Seu Tikun pode ser um sentimento de superioridade.
Não diga nem uma palavra. Reconheça a oportunidade espiritual e abra mão.
A Luz entrará e você poderá aprender algo de valor na conversa.

Resistindo ao julgamento
Você entra no banheiro do colégio e vê seus dois melhores amigos no meio de uma briga. Um deles explode. O outro tenta inseri-lo na versão dele dos fatos.
Você fica consternado!
Você está pronto para fazer julgamentos e escolher o lado que vai apoiar.
Resista! Deixe suas emoções passarem. Deixe que o outro amigo lhe conte a versão dele.
Seu Tikun provavelmente está ligado a um comportamento opiniático.
Você descobrirá que há dois lados da história.

Resistindo ao auto envolvimento
Você foi aceito em três das quatro faculdades para as quais se apresentou ao vestibular e não consegue se decidir para qual delas ir.
Você faz listas e mais listas de prós e contras.
Pede a sua mãe que lhe conte qual é a intuição dela. Depois ao seu pai. Depois a sua irmã, apesar de ela ainda estar no ensino fundamental. Você passa noites no telefone ouvindo as opiniões de seus amigos. Cada um dá um conselho diferente. Logo fica estressado e não está mais próximo de uma decisão satisfatória.
Resista ao impulso de afundar na angústia.
Saia e faça algo de bom para alguém.
Dedique um tempo ajudando os outros a resolver os problemas deles.
Ao sair do seu mundinho, as respostas aparecerão quando você menos esperar.

Resistindo aos impulsos malignos
Você acorda com uma espinha na ponta do nariz, fica enrolada com o teste de matemática e tem uma briga com seu namorado.
Tudo num dia só! Você está se sentindo deprimida e insegura.
Então uma amiga telefona e, depois de um pouco de papo furado, começa a falar mal de uma garota que vocês duas conhecem.
Você entra na dela.
Apontar os defeitos dos outros faz você se sentir menos derrotada!
Ouvir falar dos problemas dos outros lhe faz sentir melhor em relação ao seu próprio dia horroroso.
Resista ao desejo de fazer fofoca e falar mal dos outros!
Cabalisticamente, o pecado do assassinato não está limitado à morte física, mas também inclui o assassinato de personalidades.
Quando falamos mal dos amigos, estamos matando-os simbolicamente.
Acabar com a conversa ou mudar de assunto é, portanto, o equivalente a salvar a vida de alguém.
Isso revelará uma Luz enorme, que é o que realmente o ajudará a resolver os seus problemas.

Resistindo ao controle
Você vem recebendo muitos elogios por seus quadros na aula de arte, então sua mãe os mostra a uma amiga dela, que dirige uma galeria de arte famosa na cidade. Você acha que seus quadros são bem bons, então reage com entusiasmo.
Mas a amiga de sua mãe acha que seus quadros ainda precisam ser melhorados antes de estarem prontos para serem expostos ao mercado de arte.
Você leva essa crítica dura para o lado pessoal e começa a perder a confiança. Resista!
Sua reação mostra que você acha que é você a fonte verdadeira dessa arte, não a Luz. Grandes artistas sabem que eles são apenas canais. Além disso, até a crítica vem da Luz.
Abra mão do controle. Confie no processo e deixe que seu apego pessoal ao seu trabalho vá embora.

Resistindo a expectativas
Você ajudou seu amigo a fazer o dever de casa todos os dias durante duas semanas, então espera que quando precisar dele para ajudá-lo a limpar a garagem de seus pais, ele o fará. Mas ele tem outro compromisso.
Finalmente você está indo viajar no feriado com seus colegas de turma. Você espera que faça sol, mas chove.
Você começa a fumar maconha depois da aula com seus colegas descolados.
Você espera que eles fiquem mais legais com você daí em diante. Não é o que acontece.
Você perdeu 7 quilos vomitando a maior parte das suas refeições. Você espera que agora os garotos comecem a chamá-la para sair. E isso acontece, mas não são os garotos de quem você gosta.
Resista a todos os seus sentimentos de desapontamento!
Evite os sentimentos de vitimização.
Algo melhor está a caminho.
Incorpore o princípio cabalístico de pedir à Luz pelo que você precisa na vida, não pelo que quer. Mais tarde, você verá a benção oculta e o motivo espiritual para o que agora parece tão decepcionante.

Resistindo à falta de confiança
Você foi escolhido pelo professor para ser orador na apresentação de final de ano, o que exigirá falar no microfone na frente de muitas pessoas.
Sua reação natural é: "Não vou conseguir fazer isso. Não sou bom o bastante. Não quero toda essa atenção focada em mim."
Este é o ego reverso em ação, mas ainda assim é ego.
Abra mão do pensamento limitado.
Nem tudo gira em torno de você.
Há um cenário maior que inclui outras pessoas.
Concentre-se em descobrir uma forma de ajudá-las a conseguirem o que querem e se verá tendo sucesso sem fazer esforços.

Resistindo à insegurança
Você e um amigo trabalharam por longo tempo e com afinco num projeto depois da aula. A turma adorou. A professora ficou tão impressionada que perguntou ao diretor se o projeto poderia ter uma exposição especial no saguão de entrada. Agora você está relutante em compartilhar demais o crédito.
Você tenta calcular quem fez o quê, reservando-se o benefício da dúvida.
E se todo mundo pensar que seu amigo foi quem mais contribuiu para o projeto? Resista a esses pensamentos e sentimentos reativos!
Dê todo o crédito à outra pessoa.
Todo o crédito.
Abra mão por completo. Uma vozinha dentro de você pode começar a falar: "Posso resistir, mas não demais. Preciso praticar essa coisa de Cabala um passo de cada vez."
Bobagem! Resista a esses pensamentos também, e dê todo o crédito ao seu companheiro. Lembre-se de que o Oponente o testará a cada passo do caminho.
Os elogios dão prazer por um certo tempo, mas a Luz permanece eterna.
Não ponha tudo a perder por um pouco de gratificação do ego.

Resistindo à vergonha
No meio do ensaio do coral, a professora levanta as mãos fazendo o sinal para parar. Todo mundo vê, menos você. Você continua a cantar alto a plenos pulmões, sozinho, e cantar afinado não é um de seus pontos fortes.
Você fica roxo de vergonha e quer se enfiar num buraco.
Você tenta desesperadamente disfarçar seu embaraço.
Resista! Ame a humilhação. Tome-a toda para si.
Baixe suas defesas. Baixe a guarda.
Passe pelo infortúnio devagar e mergulhe na vergonha o máximo possível.
Torne-se vulnerável.
No final do dia, seu ego terá sido posto no lugar dele, o que é uma boa coisa e ninguém mais se lembrará do seu erro.
Ou talvez você consiga transformá-lo num momento em que todos acharam engraçado e curtiram. É assim que a Luz funciona.

Resistindo à necessidade de ser admirado
Você está numa festa com amigos da escola e conhece garotos de outra escola. Você é apresentado como o "esperto" do seu grupo, e por isso agora sente a pressão de responder perguntas difíceis mesmo quando não tem certeza das respostas. Você começa a inventar as respostas.
Resista!
Basta dizer: "Não sei."
Deixe ficar assim mesmo. Depois resista aos pensamentos reativos que lhe dizem que pode ser que seus amigos não gostem mais de você, não o admirem mais e não o procurem mais.

Resistindo às dúvidas
Você aplica a sabedoria da Cabala na sua vida. Você usa o princípio da Resistência numa situação de vida real, mas sem resultado.
As dúvidas invadem sua mente. Isso não funciona, você diz a si mesmo.
Resista a esses pensamentos reativos!
Isso é apenas um teste para ver se você se rendeu de verdade.
Sempre que você buscar resultados, estará errando o objetivo do exercício.
Esse é o paradoxo.
Procure resultados e eles não virão.
Desista e conseguirá tudo!
O que cada um desses cenários têm em comum é a possibilidade de se sentir oprimido.
A forma de combater isso é injetar certeza.
Mas o que isso quer dizer?
 
A maioria de vocês provavelmente está familiarizado com a história de Moisés guiando os israelitas para se libertar da escravidão.
O faraó e seu exército tinham perseguido os israelitas até as margens do Mar Vermelho, onde pareciam ter chegado ao fim. Porém, Moisés guiou seu povo até o mar e os guiou tão longe que suas vestimentas estavam encharcadas e seus narizes e ouvidos estavam cheios d'água.
Todos estavam com medo — até Moisés.
Moisés bradou a Deus por socorro, ao que Deus respondeu: "Por que estás bradando por mim?" Em resposta, Moisés e seu povo puseram de lado seus temores e continuaram. E o que aconteceu foi que, antes que se afogassem na água, as águas se abriram e se levantaram acima de suas cabeças, permitindo que eles fugissem facilmente dos egípcios que se aproximavam.
Quando o exército do Faraó correu para o mar em perseguição cerrada aos israelitas, o mar desabou e inúmeros soldados se afogaram.
De acordo com a Cabala, esta história toda é um código.
"Egito" é uma palavra em código para nossa existência material neste mundo físico de caos, ou o Âmbito do 1%.
"Faraó" é código para o ego humano e a natureza incessantemente reativa, autocentrada e intolerante da humanidade.
Qualquer aspecto de nossa natureza que nos controle é o Faraó!
Quanto à misteriosa resposta de Deus para a súplica de Moisés — Por que estás bradando por mim? —, a Cabala ensina que oculta nessa pergunta está uma verdade espiritual profunda: Deus não abriu o Mar Vermelho.
De fato, Deus estava surpreso que Moisés tivesse bradado por Ele naquele momento.
Moisés e seu povo abriram o mar.
E eles o fizeram injetando certeza.
Uma outra coisa que esses roteiros compartilham é a Tentação.
O Oponente lampeja gratificação instantânea na nossa frente cada vez que deixamos que ele o faça.
Com frequência aceitamos, porque o comportamento reativo é extremamente tentador.
Como vimos no exemplo da lâmpada em curto-circuito, a explosão de luz proporcionada pela gratificação instantânea é intensa.
A maior parte do tempo, é muito mais brilhante que a Luz consistente fornecida pela Resistência.
Se esquecermos isso por um momento sequer, podemos facilmente ser seduzidos a fazer qualquer coisa.
Drogas, álcool e sexo são todos como lâmpadas em curto-circuito.
E cada um lhe deixará no escuro no segundo em que a lâmpada queimar.
 
Um jovem, James, começou a visitar nosso Centro de Cabala há vários anos.
Era adolescente, muito bonito e popular na escola. Praticava vários esportes e era capitão do time de futebol. Tinha uma namorada legal e seus pais pareciam envolvidos em sua vida. Apesar de tudo isso, James se via como um desajustado. Achava que seu corpo tinha ficado forte demais por causa de tanto exercício físico e que a namorada só gostava dele porque seus pais eram ricos.
Todo mundo esperava que James fosse para uma boa faculdade, provavelmente obtendo uma bolsa por jogar futebol, e depois disso assumisse o próspero negócio de concessionárias de automóveis de seu pai.
Mas James não queria muito fazer nenhuma dessas coisas.
O que ele realmente queria era ser artista.
Ele não tinha certeza de que tipo de artista queria ser, porque nunca lhe tinha sido dada a oportunidade de explorar isso — mas ele gostava da ideia de se mudar para uma cidade grande depois da formatura no ensino médio, viver num apartamento com muita luz natural, frequentar cafés e bares e criar arte que fizesse com que as pessoas respeitassem seu intelecto e não apenas o seu corpo.
James tinha compartilhado seus sonhos com sua namorada, seus pais e alguns de seus melhores amigos, mas ninguém o levou a sério. Ele então continuou levando uma vida que atendesse às expectativas de outras pessoas. Mas, em resultado, suas próprias infelicidade, frustração e solidão foram aumentando cada vez mais. Ele se sentia preso numa armadilha e incompreendido, incapaz de agir de acordo com suas próprias necessidades.
Certa noite, numa festa, um garoto que James não conhecia muito bem ofereceu-lhe cocaína. James tinha fumado maconha umas duas vezes antes, mas não tinha gostado. Ele também sabia que um atleta deveria ficar longe das drogas, mas estava cansado de fazer sempre tudo certo. E estava cansado de se sentir desprezível.
Então cheirou uma carreira e depois outra. É claro que imediatamente se sentiu maravilhoso. Saiu andando pela festa conversando com todos com facilidade — até com os pintores e fotógrafos a quem sempre tinha hesitado em abordar.
Nas semanas seguintes, James cheirou mais cocaína. Começou a comprar seu próprio suprimento em vez de confiar no dos outros. Começou a perder peso, o que o deixou feliz, mas enfureceu seu treinador. Seu desempenho acadêmico decaiu um pouco, mas nada de desastroso. E sua namorada reclamou que ele estava agindo de um jeito esquisito, mas não terminou o namoro.
James gostava de tudo que se referia à droga — a facilidade com que conseguia conversar com todo tipo de gente, a coragem que sentia e a melhoria geral que sentiu em sua autoestima.
Mas as manhãs depois de uma noite de balada eram as piores.
Tudo parecia errado. Ficava afundado em arrependimento, culpa e desespero.
Com frequência tentava ficar na cama e evitar o mundo lá fora, mas seus pais o forçavam a ir para a escola.
Por fim, descobriu que se cheirasse uma ou duas carreiras no banheiro de manhã, isso ajudava a abrandar a sensação de inutilidade e ultraje. Não muito tempo depois, o treinador de futebol o expulsou do time, a namorada terminou o namoro e seu pais o deixaram de castigo, preso em casa por semanas.
James tinha criado uma situação para si que todos nós criamos de uma forma ou de outra. Tinha se tornado dependente de uma força externa — nesse caso, as drogas - para lhe trazer paz interior.
O problema é que isso não funciona.
Simplesmente não é possível.
Além disso, apesar de James acreditar que estava se protegendo da dor e do sofrimento, estava na verdade piorando seus problemas com o aumento da sensação de solidão.
Tinha cavado um terrível buraco para si mesmo.
Com certeza, as drogas dão gratificação instantânea. Elas tinham provocado um curto-circuito em sua energia e naquele momento a intensidade da Luz era diferente de tudo que tinha experimentado antes.
Mas a escuridão vinha na manhã seguinte, e isso era doloroso demais para aguentar.
Então James ficou ainda mais viciado em rápidos lampejos de Luz, esperando que, se descobrisse uma forma de enfileirar esses lampejos sem intervalos, tudo ficaria bem.
Esta é uma esperança falsa que criamos para nós mesmos.
Fico feliz em poder contar que James por fim se livrou das drogas.
A única maneira de superar o que tinha se tornado um hábito ruim foi aplicar a Resistência.
Teve que se lembrar constantemente que, apesar de existir prazer para desfrutar, esse prazer ia e vinha, e a perda decorrente de Luz era debilitante.
Ele usou as ideias apresentadas nestes textos para ajudá-lo.
Sempre que se sentia arrasado — o que era sempre -, ele injetava certeza.
Afastou todas as expectativas, de si mesmo, seus amigos e de sua família.
Forçou-se a ficar no momento presente e a vivenciá-lo por completo — todas as dores e sofrimentos, toda a incrível tristeza e culpa e medo, e todo o contentamento e animação.
Deixou que esses sentimentos complexos coexistissem, entendendo que uma coisa não invalidava a outra.
A vida é um paradoxo.
James se mantém longe das drogas há muitos anos. O interessante é que, quando parou de usar drogas, deparou com situações impensáveis. As coisas começaram a ficar muito boas para ele quase que imediatamente. Seus pais lhe proporcionaram longas férias na Europa e, quando ele voltou, conheceu uma garota maravilhosa e se apaixonou. Durante a sua recuperação, James tinha começado a fazer cerâmica e foi aceito numa boa escola de arte, não por causa de suas proezas atléticas, mas pelo mérito de seu talento artístico. Além disso, começou a trabalhar como voluntário num centro comunitário local para ajudar crianças que estavam tentando sair das drogas.
Em todos os sentidos, ele se sentia extraordinariamente sortudo e realizado.
Porém, James caiu numa nova armadilha.
Não tinha nada a ver com drogas e, nesse sentido, nada de "ruim" lhe aconteceu. Mas James ficou tão viciado em elogios quanto tinha sido em drogas.
Em ambos os casos, ficou dominado por influências externas.
Ele precisou começar a trabalhar a resistência de expectativas de novo, dessa vez de um ângulo diferente.
 
Se você quiser ver milagres de verdade em sua própria vida, tente apagar pensamentos de incerteza. Ponha seu foco em remover o Pão da Vergonha.
Pense em James. Depois que ele aproveitou a oportunidade de remover o Pão da Vergonha e deixar de ser reativo para ser proativo, James alcançou o objetivo original do Receptor — tornar-se a causa de sua própria realização.
Depois que realizou o seu feito, foi permitido que a Luz fluísse livremente.
James ficou longe das drogas e conseguiu penetrar em seu próprio desejo: a arte. Ao se pôr numa situação desconfortável, foi capaz de enfrentar um de seus Tikuns e transformá-lo. Porém, perceba que depois que a transformação ocorreu, ainda havia mais esperando por ele.
Fique atento para não ficar viciado na ideia de que uma Resistência consertará tudo. Esse processo é contínuo.
Você tem a vida toda para aperfeiçoá-lo. Mas, conforme sua capacidade para resistir for ficando mais forte, você notará mudanças ao seu redor.
Lembre-se de que injetar certeza não quer dizer que você obterá aquilo que quer. Não é uma questão de sair por aí repetindo, "Quero uma guitarra azul novinha" e ter certeza de que vai conseguir.
Injetar certeza quer dizer que você obterá o que precisa.
É como a canção dos Rolling Stones, "You can't always get what you want, but if you try sometimes, you just might find you get what you need"
[Nem sempre você conseguirá o que quer, mas se tentar às vezes, talvez consiga o que precisa]
Às vezes o que você quer é o que precisa, às vezes não.
Mas a certeza lhe permite aceitar responsabilidade por qualquer negatividade e positividade que surjam na sua vida.
Você plantou essa semente em algum ponto no passado — disso não há dúvida. Quando você supera a incerteza, cria milagres na sua vida.
 
Por: Yehuda Berg