A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Unificar

Unificar é unir partes, juntar, casar, integrar uma outra possibilidade, um novo caminho, uma nova via, o que traz outra realidade.
Integrar é o segredo de “não lutar contra” o que for, o que te faz sofrer.
É um estar contigo, acolher-se no tempo presente, pois D´us se faz presente no tempo da Presença.
No agora, Integramos.
O tikun que buscamos na Cabala é a harmonização.
É a unificação, a unidade Divina, que nos traz Paz e Harmonia.
Na integração preenchemos os espaços vazios, que geram a falta e o barulho constante, ou seja, a Harmonia que devemos buscar em todas as direções, nos diferentes aspectos emocionais, diferentes corpos, diferentes pessoas.
A unidade é um estado de Amor.
As técnicas para isto, na Cabala, variam de escola para escola e cabalista para cabalista.
Mais do que buscar a técnica é você encontrar esta busca dentro de você, a busca de D´us, a experiência mística tem este objetivo, seja através da oração, do trabalho das Letras ou Nomes, da ligação com as esferas místicas ou através de experiências de êxtase.
O que te torna forte e inteiro (a) é o contato com a cabala, com o Divino. Consigo mesmo(a).
Estamos aqui “catando caquinhos” do nosso ser, juntando para revelar a nossa potencialidade, vencendo as culpas, os julgamentos, os medos...perdendo nosso tempo (infelizmente) com nossas mágoas e raivas...mas aos poucos juntando os caquinhos.
Aqueles que superam o caminho da raiva e da mágoa, superam o caminho da vingança e do desgaste e perda de energia.
Concentram sua energia na busca desta unificação, colocam a energia na superação do Não merecimento (culpa) .
Estamos para entrar no mês de Tamuz (sob o signo de Câncer)
Neste mês somos convidados a fazer nossas curas emocionais, vencer nosso desejo de querer para si, sair de nossa “caixinha fechada e escura”!
Vamos meditar nas letras que trazem a luz da Cura: Chet e Tav!
É preciso abrir a tampa para relacionar-se com um Todo maior que está na nossa volta! 

(Escola de Kabbalah)

Seja Extraordinário


No livro o poder da kabbalah, explico que cada um de nós vem a este mundo com um tikun (correção). Mas, em algum nível – em um universo paralelo – nossa correção já foi concluída com perfeição.
Nosso trabalho espiritual é remover nossas klipot - camadas de negatividade - para que possamos "pegar emprestado" do nosso “eu” perfeito.
Rav Brandwein explica que “pegar emprestado” significa acionar nossa força interior e certeza absoluta para nos ajudar a realizar tudo aquilo que parece ser impossível.
Cada um de nós vai, eventualmente, alcançar essa perfeição – seja em uma encarnação ou uma centena de encarnações.
Realizações dependem de sabermos que somos perfeitos simplesmente da maneira que somos.
É claro que devemos sempre estar abertos para encarar verdades desconfortáveis sobre nós mesmos e mudarmos de acordo com essas descobertas. Mas, é importante estarmos conscientes da perfeição em nossas vidas.

Você já sobreviveu a um período difícil e só mais tarde percebeu que a jornada toda ocorreu exatamente como deveria ser?
Cabalistas dizem que isso acontece porque a perfeição está sempre dentro de nós. É uma faísca de Deus.

Muitas religiões colocam Deus lá fora, como uma força todo-poderosa.
Mas o Zohar diz que não, a força todo-poderosa que quer nos dar toda a plenitude do mundo está dentro de cada um de nós.

Nosso objetivo é viver a partir desse lugar. Mas isso pede uma mudança de consciência: é preciso entregar a parte de nós que fala, por qualquer que seja o motivo, “eu não sou capaz”.
É a parte de você que acha que na realidade você está sozinho na sua luta.
Você não está sozinho.
Você tem uma pessoa bem especial aí dentro com você.
É o “você” que quer ir além, compartilhar, pensar primeiro nos sentimentos dos outros e amar incondicionalmente.

Esta semana, você tem um apoio extra para acessar a versão de si mesmo que passou em todos os testes. Use esse tempo para fazer grandes melhorias em seus relacionamentos, na situação do seu trabalho, saúde e em todas as partes da sua vida que precisam ser transformadas.
 
Por: Yehuda Berg

O Propósito da Reza

Se uma pessoa reza e continua sendo a mesma pessoa no fim das contas, é como se não tivesse rezado.
Pois, o propósito da reza é a transformação e não o louvor.
O mesmo vale para toda ação espiritual..
Se você quer se conectar com os milagres que essa ação está destinada a atrair, olhe para dentro e veja se depois da ação você continua sendo a mesma pessoa.
 
Por: Yehuda Berg

sábado, 25 de junho de 2011

Integridade na Conexão


Muitas pessoas iniciam seu caminho espiritual sem um propósito, é por isso que por fim muitas saem dele. Elas podem ter uma doença, um relacionamento rompido ou dificuldades financeiras e no processo encontram Deus.
Mas, uma vez que o desespero se acalma, não há força que os motive a mantê-los estudando, compartilhando e buscando.
Para fortalecer a integridade da sua conexão, retorne à semente e a replante agora com uma intenção baseada na Luz.
Faça a troca, caso você ainda não a tenha feito.
 
Por: Yehuda Berg

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Missão na Vida


Nas profundezas de sua alma, você sabe tudo que precisa fazer para alcançar transformação pessoal.
Ainda no útero, lhe foram mostrados os segredos do Universo, todas as suas experiências de vidas passadas, e principalmente os vários momentos de transformação que você necessita atingir durante sua vida.
Mas, para preservar seu livre arbítrio, um anjo apagou de sua memória tudo o que você ficou sabendo.
Crie a intenção de ter a força, a intuição e a coragem de se lembrar, reconhecer e abraçar todos os desafios que você veio a este mundo conquistar..
Peça para receber uma conscientização de sua missão na vida.
 
Por: Yehuda Berg

Amor Puro


O amor é mais do que um jogo a dois.
Quando duas pessoas transformam suas naturezas internas, passando a compartilhar em vez de apenas receber, elas se tornam idênticas ao Criador (Amor Puro) e fazem com que mais amor flua para este mundo, erradicando a dor e o sofrimento.
Tenha isso em mente da próxima vez que estiver brigando com quem você ama.
Ao sacrificar seu ego e acionar seu desejo incondicional de compartilhar, você cria o paraíso no lar e o paraíso na Terra.
 
Por: Yehuda Berg

“Tens Razão… e Depois?”


Qual é a tua intenção?
Todos temos mentes sãs e lógicas, que nos foram dadas por uma razão.
A Luz quer que nos agarremos ao que é certo e para exprimir a nossa alma.
Mas ao mesmo tempo, temos sempre que reconhecer que as nossas opiniões são baseadas no 1%.
E geralmente a maioria delas cria separação.
As nossas opiniões estão agarradas às nossas razões egoístas, inconsciente como são, e não vemos o todo.
A Tora é feita de códigos com significados que podemos aplicar à nossa vida, agora. Existe uma história que fala desta verdade.

Esta história ocorre há milhares de anos, quando os Israelitas estavam a percorrer o deserto.
Moisés tinha acabado de receber as instruções de Deus no Monte Sinai, e estava no processo de as ensinar à nação de Israel de forma a canalizarem a Luz da Imortalidade para o mundo todo.
Moisés tinha dado a posição mais elevada a um membro da sua família.
O seu irmão, Aaron, foi tornado Sacerdote.
Com o tempo, isto começou a preocupar um dos líderes tribais, Corach.
Ele era um homem rico, espiritual e respeitado, mas também cabeça da tribo de Levi, e portanto sentiu que estava no direito de ser o Sacerdote da nação.
Moisés pediu à Luz uma resposta e no final, Corach e os insurgentes foram engolidos pelo chão.
É uma história direta e simples.
E é a forma como tem sido contada ao longo da história.
Um homem mau tenta fazer uma coisa má e acaba mal.
Mas cabalisticamente, é tudo menos simples.
Os sábios ensinam que quando Corach veio argumentar com Moisés ele não estava apenas a ter um argumento sobre o ego, sobre quem teria a função mais importante.
Houve um despertar espiritual muito importante que Corach tentou trazer.
Tanto que quando Corach veio para Moisés, os anjos não sabiam de que lado deveriam estar.
Imaginem, mesmo os anjos não sabiam quem estava certo!
Corach era uma alma tremenda, tão grande que não conseguimos começar a imitar. E o motivo por que Corach se permitiu ter esta discussão com Moisés foi porque ele sabia a verdade da sua alma.
Corach sabia que o seu coração estava a despertá-lo para discutir com Moisés, deveria ser uma mensagem verdadeira que ele tinha que ouvir.
Mesmo Rav Ashlag escreve sobre a correção da discussão de Corach.
Como ele diz, não só Corach estava certo, como não havia respostas lógicas para as suas cargas.
Qual é a lição?
Se Corach estava tão certo, porque é que ele morreu?
 
Corach apenas pensava nele e naquilo que ele queria ganhar.
Quando partimos do sítio “errado” – rancor, egoísmo, insegurança, dor, raiva – é garantido que magoamos os outros e a nós próprios.

No final do dia, esta é a maior lição de Corach: as nossas opiniões criam separação.
Podemos encontrar todas as razões e justificações para as nossas opiniões estarem certas – tal como Corach fez.
Mas se elas causam dor ou separação… não vale a pena.
Não vale mesmo a pena.
 
Por: Michael Berg

domingo, 19 de junho de 2011

Amigo


O que é um amigo?
Se seu melhor amigo lhe telefonasse no meio da madrugada, dizendo que perdera o controle e matara alguém... você ficaria do seu lado?
Quais são nossos limites de comprometimento com um amigo?
O que faríamos se, ao invés de assassinato, fosse estupro ou um desfalque?
Se o objetivo de uma amizade é ter alguém com quem jogar tênis, então está na hora de escolhermos outro amigo.
Entretanto, se for algo mais, então precisamos ser cuidadosos ao escolhermos
nossas amizades.
A palavra em hebraico para ‘amigo’ é ‘haver’, derivada da palavra ‘hibur’, que significa ‘unido, ligado’.
Um verdadeiro amigo é aquele cujo amor é incondicional, que está sempre à disposição, unido a nós.
O próprio alicerce da amizade é a lealdade.
Um amigo de ‘momentos felizes’ está presente apenas quando seu colega toma decisões sábias e acertadas.
Nós não podemos perdoar um assassinato, pois simplesmente é algo errado. Entretanto, um verdadeiro amigo estará presente para apoiá-lo, repreendê-lo e ajudá-lo a trazer sua vida de volta à normalidade.
Ninguém escolhe um cirurgião apenas porque parece ser um cara legal.
Da mesma maneira, escolher um amigo é um negócio sério: os amigos influenciam nossas vidas, o que incorre em responsabilidades também.
Saibamos quais características pessoais desejamos em um verdadeiro amigo
antes de sairmos atrás de novas amizades.
Asseguremo-nos de escolher bons amigos por serem realmente bons!
 
O ABC da Amizade
 
Um amigo …
nos Aceita como somos
nos Beneficia
Caminha ao nosso lado
Diz coisas boas a nosso respeito
Eleva nosso espírito
Faz diferença em nossas vidas
Grita quando não queremos ouvir
Honra nossa amizade
Incentiva nossas boas atitudes
Julga-nos pelo lado positivo
Luta por nós
Mantém-nos junto a seu coração
Não perde as esperanças conosco
Oferece apoio
Perdoa nossos erros
Quer o nosso bem sempre
Reconhece o nosso valor
Silencia os nossos temores
Telefona para dizer um simples ‘Olá’
Utiliza seu bom senso ao nos aconselhar
nos Valoriza
não é Xereta
Zela por nosso bem estar
 
Por: Rabino Kalman Packouz

Conecte-se

No seu mundo, tudo o que existe é o infinito e você.
No mundo do seu vizinho, tudo o que existe é ele e o infinito.
E o mundo dele é tão verdadeiro como o seu.
No mundo de uma vaca, há apenas o infinito e ela.
Assim, com um inseto, com uma planta, com uma pedra…
Cada assento de consciência constitui um mundo.
E cada mundo é verdadeiro.
Saiba que isto também faz parte do seu mundo:
O conhecimento de que no mundo de outra pessoa você é apenas um acessório, uma interface pela qual ele se conecta.
E agora você sabe como entrar em seu mundo, então conecte-se!
 
Por: Rabino Tzvi Freeman

Opostos

Matéria e energia são dois opostos.
Para energizar um pedaço de matéria é necessário um fluxo constante.
Existência e nada são dois opostos.
Para manter a existência do mundo exige-se uma renovação constante.
Céu e terra são dois opostos.
Incutir espiritualidade no terreno exige um esforço constante.
Mulher e homem são dois opostos.
Assim a cerimônia de casamento nunca acaba.
 
Por: Rabino Tzvi Freeman

Juros

Algumas pessoas pensam que se eles fizeram algo de bom ontem, ou na semana passada, ou mesmo há vários anos, eles cumpriram sua parte e D’us deve continuar a pagar-lhes por isso o resto da sua vida.
É como emprestar dinheiro com juros – que empresta para alguém no ano passado ainda está fazendo um lucro até hoje, só recebendo os juros do capital emprestado.
O problema é que a Torá proíbe a cobrança de juros – mesmo de D’us.
Se você fez ontem bem, é sua obrigação fazer o dobro de bom hoje.
 
Por: Rabino Tzvi Freeman

Punir ou Abraçar

Às vezes você não sabe se pune ou abraça uma criança.
Se você puni-lo quando ele precisou de um abraço, você cometeu um grave erro. Mas se você abraçá-lo quando, talvez, ele deveria ter sido punido, você trouxe algum amor extra para o mundo.
 
Por: Rabino Tzvi Freeman

Caridade

O Sábio Salomão escreveu:
”Quando você dá a um homem pobre, está emprestando a D’us . “
Isto porque D’us paga todos os fundos de caridade, juntamente com belos dividendos, aqui, neste mundo.
De acordo com o profeta Malaquias , D’us ainda nos desafia, dizendo:
“Experimente e veja.”
A maior forma de tsedacá (caridade) é proporcionar auto-suficiência.
Estender um empréstimo a um amigo, que lhe permitirá embarcar em um projeto de negócio; ajudar um conhecido a encontrar um emprego ou trazê-la para o seu negócio de família.
Ninguém deve ter que pagar com a sua dignidade pela assistência do outro.
É por isso que é melhor doar anonimamente.
Da mesma forma, doar antes que lhe for pedido.
Poupe o amigo do constrangimento de ter que mendigar.
E o principal ingrediente: Doe ou ajude com um sorriso genuíno, pois como ensinaram nossos sábios, a forma que você ajuda é mais importante que o quanto você ajuda!
 
Por: Rabino Tzvi Freeman

Conferindo a Realidade


 
Isso é tudo que Existe?
 
Olhe em sua volta.
O que vê?
O que ouve?
Você já se perguntou se tem algo ai fora que não pode ser detectado pelos seus cinco sentidos?
Talvez existam outras criaturas dentro do espaço que Você não percebe - mundos que são transparentes e irreconhecíveis segundo nosso ponto de vista?
 
Para um Cabalista, nós vivemos na escuridão, incapazes de ver a maior realidade, mesmo ela estando aí. Ignorando a outra, tomamos essa visão do mundo como a única possível realidade.
Mas pense na Cabala como uma maneira de iluminar o todo da realidade de forma a poder vê-la.
Uma vez que isso acontece e que nós a aceitamos, nossa per­cepção da realidade muda. Não podemos mais agir da mesma ma­neira como antes, quando estáva­mos ainda na escuridão; e isso é para o nosso beneficio mútuo e dos demais.
 
Além dos Cinco Sentidos
Você jamais se sentiu estranho porque sua mão tem apenas 5 dedos? Provavelmente não.
Apesar de podermos expandir o alcance que nossos cinco sentidos percebem, não podemos realmente imaginar quais são as percepções que nos faltam. É impossível reconhecer a verdadeira realidade porque não é algo do qual sentimos falta do mesmo jeito que a falta de um sexto sentido.
Visto que a imaginação é um produto de nossos cinco sentidos, nunca poderemos ver um objeto ou criatura que não nos seja familiar.
Pense no mais criativo dos ilustradores de livros infantis ou na maioria dos artistas abstratos que você conhece.
Será que seus desenhos se parecem com coisas que existem no mundo físico? Experimente imaginar a coisa mais esquisita, mesmo assim, você terá criado algo já conhecido ou algo que você subtraiu da sua realidade quotidiana.
 
Nossos cinco sentidos e nossa imagina­ção não nos oferecem mais do que a conclusão das ações da Essência, mas não a Essência em si.
Por exemplo, o sentido da vista nos oferece somente sombras da Essência visível, de acordo como elas são formadas em oposição à luz.
Ir além dos cinco sentidos não acontece literalmente. É mais uma ma­neira de descrever um sentido de percepção superior, onde entendemos a interconexão de tudo e o nosso lugar nessa realidade interconectada.
É possível, que você e eu recebamos muitas sensações de objetos ex­ternos.
Mas porque os nossos sentidos não tem as mesmas qualidades daqueles objetos, não os percebemos.
Percebemos somente a parte do objeto que lembra qualidades que já possuímos. Para uma percepção completa de qual­quer coisa, precisamos antes estar interiormente completos.
Em outras palavras, precisamos estar conscientes de todas as formas de realidade que existem em nós, e então, a nossa imagem da realidade será completa.
Como, então, alcançar o sexto sentido que aumenta a nossa percepção além da realidade convencional?
De fato ele existe em todos, mas está oculto.
 
Lembra da intenção no texto anterior?
Com ela, podemos ativar esse sentido adormecido e torná-lo ativo.
Com persistência e estudo, começamos a adquirir a percepção do mundo do Criador – o mundo da doação.
Na Cabala, esse mundo é chamado de “O Mundo Superior”.
Com estudo e o desenvolvimento do sexto sentido, nos começamos gradualmente a sentir e a entender o Mundo Superior.
 
Do Outro Lado da Barreira
Nossa percepção do Mundo Superior varia dependendo do nosso estado espiritual. No inicio, não podemos perceber o Mundo Superior porque nossas qualidades são opostas às do Criador. Em tal estado, podemos somente perceber o mundo material no qual vivemos, e tudo aquilo que imaginamos ser o mundo espiritual é apenas invenção da nossa imaginação.
Mas, a partir do momento que adquirimos a primeira qualidade espi­ritual, o primeiro bocado de altruísmo, adquirimos também a habilidade de ver o espiritual tal como é realmente.
Os Cabalistas o chamam “Atravessar a barreira”.
Uma vez que atravessemos a barreira, podemos progredir até sem professor, porque nesse estado estaremos sob a orien­tação do Criador.
 
Além da barreira, a pessoa aprende de sua própria alma, observando-a e à sua relação com o Criador.
Para compreender esse processo de apren­dizagem, pense em como escutamos.
O mecanismo da escuta reage a uma certa pressão de fora trabalhando da mesma maneira como a pressão, mas em direção oposta, pressionando de dentro.
Dessa maneira, ele se mantém em equilíbrio, permitindo-nos medir, nesse caso, o volume e o grau de um som.
Mas aí está o obstáculo: para que ocorra esse tipo de pressão, tem que haver um elemento de união entre aquele que percebe e o objeto de percepção.
No caso da nossa escuta, é o tímpano.
Mas, qual é a força de união que pode ligar a nossa percepção ao Criador?
Talvez o que precisamos seja um “tímpano espiritual”, que teria a mesma qualidade daquela dada pelo Criador?
Bem, tal “tímpano“ existe; é a intenção.
Qualquer coisa que você faça com a intenção de doar é considerado “doação” na espiritualidade.
O problema é saber onde está a sua intenção de receber e transformá-la em intenção de doar.
E isso aprenderemos num futuro texto
 
A Única Realidade Está Dentro de Nós.
Nossa compreensão está baseada nos genes que herdamos, na nossa ex­periência, nossa socialização e o que já aprendemos. É tudo totalmente subjetivo. Independentemente do que os nossos sentidos captam o que eventualmente entendemos e como agimos em consequência, é muito pessoal
Por exemplo se fossemos surdos, deixariam de existir sons a nossa volta?
Não teria música e o som de aviões a jato rugindo sobre nossas cabeças?
Será que os passarinhos deixariam de cantar só porque não podemos ouvi-los? Para nos, sim.
Não há como descrever para um surdo o som de um rouxinol.
Outrossim, não há duas pessoas que ao ouvir o mesmo som tenham a mesma experiência.
Tudo aquilo que você e eu acreditamos existir fora de nós, são na realidade, experiências que sentimos dentro de nos.
Não temos meios de dizer como elas realmente são por dentro ou por fora.
Então, quando pensamos na realidade, nós de fato estamos pensando naquilo que vemos como objetivo através das lentes de nossa própria percepção.
 
Na procura da Liberdade
Já foi dito, há muito tempo, que as pessoas são realmente felizes se eles estão livres de escravidão, de opressão, e livres para tomar suas próprias decisões.
Da mesma maneira, as pessoas se perguntam como reconciliar o conceito de livre escolha com a existência de um poder maior, e no caso dos Cabalistas - o Criador.
O único desejo do Criador é para que você e eu nos sintamos realiza­dos e felizes. Esse estado só pode ocorrer quando chegarmos ao estado do Criador, ao Seu nível. Isso somente pode ocorrer quando o nosso desejo se igualar ao desejo do Criador de dar prazer.
Se isso parece redundante, pois assim é: é a reciprocidade que mais nos aproxima da perfeição e do desejo do Criador para conosco.
Então, como podemos reconciliar essa idéia de livre arbítrio com aquilo que o Criador deseja para nós.
Aqui está, passo a passo, a lógica do Cabalista:
1. O Criador é absolutamente benevolente.
2. Assim sendo, ele quer nos dar prazer absoluto. 
3. Prazer absoluto significa estar no estado Dele: onisciente, onipotente e benevolente.
4. Nós, então teremos que chegar a sentir que Seu estado é o estado de absoluta bondade. Em outras palavras, temos que fazer essa escolha de nossa própria vontade.
5. O livre arbítrio só pode acontecer com a condição de que o Criador não nos  force, para que possamos ser independentes Dele.
6. Por isso Ele está oculto e nos deu a existência nesse mundo, onde não sentimos o Criador de maneira vivida e tangível como os objetos físicos.
7. Sem senti-Lo nem como sendo terrível ou bondoso, mas a partir de um estado completamente “neutro”, podemos decidir que ser como Ele é a bondade absoluta.
 
Falsa Liberdade
A Cabala nos ensina que mesmo o Criador querendo se relacionar com a Sua criação, Ele se ocultou de nós para nos dar a impressão de livre arbítrio.
Nessas condições, parece que podemos agir, pensar e escolher, completamente independentes da presença do Criador.
Nossas escolhas parecem ter sido feitas do nosso próprio querer e vontade; não vemos ou detectamos uma mão invisível conduzindo nossas ações e podemos até dizer que nossas escolhas são realmente livres.
Pense nisso dessa maneira: O Criador planejou toda sua vida, até detalhes como o que você vai almoçar hoje. Mas se o Criador planeja de antemão todas as nossas decisões e movimentos, será que o livre arbítrio é realmente livre?
A resposta é que as nossas escolhas são livres quando vistas da nossa perspectiva. O fato de que o Criador sabe aquilo que decidiremos não significa nada para nós, enquanto ainda não sabemos o que escolheremos.
 
O Principio do Prazer e da Dor
Como acabamos de explicar, o único desejo do Criador é que nós nos sintamos plenos de alegria.
Reconhecer essa verdade é essencial ao nosso caminho da perfeição.
Não é nenhum segredo que todos nós desejamos ter prazer e que para isso fazemos de tudo para achá-lo.
Mas, se a intenção do Criador é para que possamos buscar e experi­mentar prazer, onde a dor encaixa nessa equação?
Você e eu não toma­mos nenhuma ação a menos que acreditemos que, de alguma maneira, nos fará sentir bem ou, pelo menos, melhor.
Cada uma de nossas ações é o resultado de um cálculo de que elas aumentarão a nossa felicidade.
Desse jeito, você e eu nos colocamos, de maneira consciente em situações dolorosas para gozar de mais prazer.
Certas situações dolorosas nos levam a reavaliar o que nos acre­ditamos serem as causas de nossa felicidade e os gradua de acordo com a sua importância.
Digamos que você tem um relógio Rolex, e o fato de lhe pertencer lhe cau­sa grande prazer - o que ele representa como realização, o que ele mostra a respeito de seu status, e quem sabe o que mais, algum dia um ladrão aponta uma arma para seu peito e lhe pede seu amado relógio, ou até....
 
A maioria das pessoas sãs aceitariam um ato doloroso (nesse caso entre­gar um item que lhe é caro) para evitar um ato ainda mais doloroso (uma espécie de ferimento ou pior)
Pense nisso como se fosse uma espécie de sistema de gradação..
As pessoas podem calcular que qualquer desconforto no presente vale ter prazer no futuro.. Em outros termos, a presente dor é valida para obter algum prazer no futuro.
 
Seres vivos não têm liberdade... para esco­lher dor ou rejeitar prazer. E a vantagem do ser humano sobre os demais é porque ele pode almejar um objetivo remoto, a aceitar a uma certa intensidade de dor, para ter um beneficio ou prazer futuro conseguido após algum tempo...
E, às vezes acontece que somos atormentados por que consideramos o prazer tangível como sendo um acréscimo compa­rado a agonia que sofremos, assim, estamos em déficit, exatamente como os mercadores fazem.
 
Quatro Fatores (Camadas) de nosso Faz de Conta
A Cabala afirma que 4 fatores determinam o estado da pessoa a todo e a cada momento:
1. Fonte: Isso é um ponto de partida, o bolo espiritual de genes. Mas não é uma tela em branco. Pense nisso como sendo uma parede que foi pintada e repintada muitas vezes. As camadas prévias de tinta estão debaixo da superfície. Talvez elas não possam ser vistas ou distinguidas, mas elas fazem parte da composição da parede, sempre o ponto de inicio para o próximo, como quando pintamos uma parede, a camada atual é sempre a subcamada para a próxima demão.
2. Vias de desenvolvimento que não mudam sob a influência de fato­res externos. Esse fator lida com a maneira que evoluímos como resultado de nossos genes. Essas vias podem se referir a coisas que temos tendência a gostar ou desgostar, a nossos talentos e outros traços hereditários.
3. Vias de desenvolvimento que mudam sob a influência de fato­res externos. Isso é nossa atitude em relação ao ambiente externo. Digamos que você recebeu uma critica ruim de seu chefe no traba­lho. Você pode ficar transtornado e zangado, e sentir que o feedback não é justo, ou você pode decidir que o seu chefe se importa com você e lhe diz o que você tem que fazer para vencer. De qualquer maneira, o evento externo da critica do seu chefe o afetará com certeza e o mudará.
4. Vias de Desenvolvimento dos Próprios Fatores Externos. O quarto fator é o ambiente externo e sua contínua evolução.. Para continuar o exemplo anterior, se optar por trocar o seu patrão (talvez, trocando de trabalho), isto o exporia a um novo conjunto de influências, mas estas seriam influências que você escolheu.
Como mostram os quatro fatores, a confluência da origem de uma pessoa , sua natureza interna, e as forças externas imutáveis e mutáveis, todas contribuem para a nossa construção interior. No entanto, de todos os quatro elementos, o único elemento que podemos modificar é o quar­to, o nosso ambiente.
Mas, porque os elementos se afetam mutuamente, ao mudar o nosso ambiente, podemos moldar, em última instância, todos os outros elementos dentro de nós.
 
No Rumo
Por que é que a sua atitude, qualquer que seja ela, muda o ambiente?
A resposta é que você não é separado, mas uma outra parte do ambiente.
Isso visto, uma questão importante a ser perguntada seria: Que atitude eu deveria tomar para tornar meu ambiente melhor?
 
Resumo
Aquilo que percebemos como nosso mundo é uma imagem subjetiva do que o Criador nos deu.
O Criador quer somente lhe outorgar, e quando você recebe, você vai querer ser como o Criador e lhe doar em retorno.
Quatro fatores determinam o nosso estado a qualquer momento: Fonte, vias de desenvolvimento que não mudam e que derivam da natureza da pessoa, vias de desenvolvimento que mudam sob a influência de fatores externos e vias de
desenvolvimento dos fatores externos em si.
Se quiser mudar seus desejos e direção na vida, você deve assumir o controle do ambiente no qual vive.
 
Por Michael Laitman