A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 17 de novembro de 2012

Sagitário: Liberdade Através do Crescimento - Karen Berg


Nesta semana entramos no mês de Sagitário, o mês de Luz e expansão.
Sagitário é um dos dois signos regidos pelo planeta Júpiter, que é o maior planeta do sistema solar (na verdade, aproximadamente duas vezes maior do que todos os outros planetas juntos).
Portanto, não causa surpresa o fato desse planeta trazer a energia de progresso, visão e expansão para o âmbito de influência das pessoas.

Por Sagitário ser um signo de aprendizado e crescimento, aqueles nascidos nesse signo geralmente são pensadores, escritores e estudiosos.
Mark Twain e George Elliot, por exemplo, são dois sagitarianos queridos.

Por terem apreciação pelas pessoas e pelos animais, bem como por sua objetividade ao abordar as situações, os sagitarianos tendem a ter certa leveza na forma como navegam pela vida.
Destemidos a ponto de forçar os limites ou ir aonde as outras pessoas não ousam, os sagitarianos amam e prosperam na liberdade e na aventura.

Neste mês, cada um de nós será capaz de atrair essa energia de expansão para sua vida a fim de forjar uma nova direção.

Comparado ao mês passado, que pode ter parecido um pouco pesado e desafiador, o mês de Sagitário será como uma brisa agradável.
Se estivermos abertos, cada dia das próximas quatro semanas poderá ser um terreno fértil para a mudança.
O cosmo nos ajudará a abordar as áreas em nossas vidas que geralmente deixamos intocadas. Teremos a capacidade de dizer para nós mesmos: “Chega dessa preocupação, dessa dependência, dessa limitação... Quero transformar!”.
Neste mês, seremos ajudados a nos tornarmos “agentes livres”, menos escravizados pelos medos e pelas dúvidas que geralmente nos mantêm aprisionados.

E como chegamos lá?

Primeiramente, precisamos entender que a única coisa que bloqueia a nossa expansão é nossa própria negatividade: essa visão estreita criada pelo nosso Desejo de Receber para Si Mesmo. Até que despertemos para o fato de que existe no universo uma batalha contínua de consciência, uma batalha que trata-se de ser capaz de restringir o Ego, nunca conseguiremos sair dessa estreiteza.
Não importa quanto tentemos ler, estudar ou aprender, se não nos aventurarmos no desconhecido – apesar de nossos medos – nunca vamos alcançar nosso próximo nível de espiritualidade.

Assim, em cada dia deste mês, vamos nos concentrar em afastar a energia do “eu”. Quando sentirmos vontade de sucumbir às pressões e aos desafios do dia, podemos encontrar uma forma de fazer alguma coisa por outra pessoa.
Vamos nos lembrar também que, se quisermos compartilhar felicidade externamente, precisamos antes estarmos felizes por dentro.
Vocês já ouviram falar da terapia do riso?
Muitas pessoas sentam-se em uma sala e riem juntas. É só isso.
Parece tão simples, mas é incrível como isso pode mudar completamente a energia de um lugar.
Não estou dizendo que precisamos fazer isso todos os dias, mas o que quero dizer é que existem muitas pequenas coisas que podemos fazer ao longo do dia para expandir nossa energia, compartilhar com os outros.

Neste mês, também precisamos nos lembrar de focar naquele trabalho espiritual que não é lá muito fácil. Existe sempre algum tipo de luta.
Isso não significa que devamos ir para casa e estalar chicotes em nossas costas. Significa, no entanto, que quando os problemas nos confrontam – situações desconfortáveis, muito trabalho, um chefe ou cônjuge nervoso – precisamos nos lembrar de que todos nós, cada um de nós nesse planeta tem uma centelha do Criador dentro de si.
Somos todos parte dessas pequenas chamas que tremulam, queimam e se vão.
A intensidade do brilho da nossa própria chama depende de quanto empenho colocamos em acender as chamas dos outros e de quanto decidimos lutar contra a nossa negatividade.
Porque quando realmente nos engajamos nessa batalha de consciência, nada nem ninguém podem apagar nossa chama.

domingo, 11 de novembro de 2012

Mês de Sagitário


Esta semana entramos no mês hebraico (e cabalista) de Kislev – Mês de Sagitário - 
Fonte: Academia de Cabala e Kabbalah Centre

Tem um mês no calendário cabalístico onde aprendemos muito sobre o poder da apreciação.
Esse mês se chama “Kislev” – o mês de Sagitário.
É sabido que tudo que aprendemos num determinado mês cabalístico, vamos precisar usar durante o ano inteiro, até que chegue o mesmo mês novamente.
É aqui onde quero chegar: Os ensinamentos sobre apreciação não podem ser esquecidos. Aprendemos que a apreciação gera milagres em nossas vidas, ou seja, quando apreciamos algo nós estamos na verdade ganhando duas bênçãos:
Benção 1 – Vamos estar mantendo aquilo que é importante em nossa vida (e até melhorando, inclusive).
A apreciação faz com que o Anjo da Morte não se aproxime de nada nosso;
Benção 2 – Vamos nos tornar merecedores de mais bênçãos, porque se nós apreciamos as bênçãos que já temos, então merecemos receber mais.
Temos muitas coisas a agradecer.
Que comecemos nossa lista de agradecimentos ao Criador desde agora.
Seja grato e aprecie todos os presentes que estão presentes em vossas vidas.

Existe ainda outro grande ensinamento sobre o mês Cabalístico de Kislev, o mês de Sagitário (Novembro-Dezembro)
Neste mês é muito mencionada a palavra Milagre
A palavra hebraica para milagre significa "fugir".
Ao "fugir" do Desejo de Receber Somente para Si Mesmo — os desejos egoístas de nosso ego —, milagres acontecem.
Em outras palavras, devemos efetuar o milagre na natureza interna para gerar milagres ao nosso redor.
Sua capacidade de transformação de um ponto de reatividade para um ponto de compartilhar determinará a quantidade de milagres que você testemunhará este mês.

Teremos mais textos sobre isso
Há muitos ensinamentos e códigos para compartilharmos
Vamos falar muito deste mês e do mazal (signo) de Sagitário.
Boa leitura
Espero que gostem

Astrologia Cabalística – O Mês de Kislev (Novembro-Dezembro)

Kislev é o terceiro mês civil e o nono religioso.
Depois de dois meses de julgamento (Tishrei e Mar Cheshvan), Kislev traz abertura em diferentes áreas de nossas vidas.
O arco-íris que sela o pacto entre o Eterno e a humanidade logo após o Dilúvio surge no Rosh Chodesh (início) deste mês, de modo que, desde então, esta energia de proteção se faz presente neste mesmo período todos os anos.
O arco-íris possui muitos significados.
Entre eles, temos no arco-íris uma ponte entre Malchut e Biná, as moradas da Shechiná (Presença Divina) no exílio e nos mundos superiores.
Outra referência (também associada à Shechiná) diz que o arco-íris é a “vestimenta da rainha”, que se coloca na frente do rei quando este está pronto para punir seu filho em função de alguma falta.
Quando o rei vê a rainha a raiva passa e ele se alegra com ela.
Kislev é o mês de celebração de Chanucá e, em função deste e de outros elementos, é conhecido como o "mês das luzes" ou o "mês dos milagres".
Kislêv é o nono dos doze meses do calendário hebraico.
É o mês de Chanucá (o único dia festivo no calendário hebraico que combina dois meses: Chanucá começa no mês de Kislev e continua/termina em Tevet).

O nome Kislêv deriva da palavra hebraica para bitachon, "confiança".
Há dois estados de confiança, um ativo e outro passivo, e ambos se manifestam no mês de Kislev.
O milagre de Chanucá reflete a confiança ativa dos Chashmonaim (Macabeus) de se erguerem e lutar contra o império helenístico (e sua cultura).
O senso de sono de Kislev reflete a confiança passiva que a providência de D’us sempre vigia sobre o Povo de Israel.

Na tradição da Chassidut, 19 de Kislêv, o dia da libertação e redenção de Rabi Shneur Zalman, autor do clássico texto da Chassidut, o Tanya (discípulo do Maguid de Mezeritch, sucessor do Báal Shem Tov) da prisão (onde foi colocado pela disseminação dos mais recônditos mistérios da Torá) é chamado de "Ano Novo da Chassidut" (sugerindo que é através do canal espiritual desse dia que a sabedoria interior da Chassidut e o poder de integrar essa sabedoria à vida cotidiana da pessoa são trazidos a este mundo.
O alicerce do caminho da Chassidut é a absoluta confiança e fé na onipresença de D’us, e a onipotência de Sua Divina providência
Durante este mês, trabalhamos em "correto relaxamento" ou sono, que resulta de nossa dedicação à "ação correta" durante nossas horas de atividade.
O mês de Kislev é regido pela sefirá de Tiferet.
O Tikun deste mês é evitar os mesmos erros do passado.
Este é um mês para fazer tsedacá (caridade).
Verso do Ana Becoach para este mês:  "Kabel Rinat Amecha Sagveinu Tahareinu Norah",

O Mazal do Mês de Kislev - Keshet (Sagitário)
Keshet significa tanto "arco" como "arqueiro" e "arco-íris".
Astrologicamente, este mazal é representado pela imagem de um arqueiro que aponta sua flecha para o alto.
Esta postura se refere ao poder da oração, à projeção de nossa vontade, de nossas preces, de nossos anseios, para as esferas superiores.
Keshet também evoca a busca do sagrado, tendo D-us como alvo - não é por acaso que muitas pessoas ingressem em diferentes tradições religiosas neste mês.
A ambição é outro atributo do arqueiro e, na medida certa, enfatiza positivamente o desejo de receber, a expansão dos horizontes.
A trajetória da flecha também é igualmente associada à objetividade, à franqueza e à transparência.
Quando o arqueiro identifica a si mesmo, a flecha e o seu objetivo como uma coisa só ele nunca erra o alvo.
No Rosh Chodesh (inicio) de Kislev devemos lançar as nossas flechas projetando tudo aquilo que necessitamos para o nosso crescimento.
A própria energia do mês irá nos favorecer para que os recursos necessários sejam disponibilizados, tendo em mente que ser insistente não basta - o que não se busca de maneira correta não se encontra.
O arco de Kislêv é o arco dos Macabeus.
Simboliza sua ativa confiança em D’us para lutar contra o império e a cultura que então governavam a terra. 
Embora os próprios Chashmonaim fossem da tribo sacerdotal de Israel, a "arte" do arco é designada na Torá à tribo de Benjamin em particular, a tribo do mês de Kislêv.
Os Cohanim (e Leviim) não são considerados como uma das doze tribos na correspondência das tribos aos meses do ano (segundo o Arizal). Como uma abrangente manifestação da alma cabalista, os Cohanim contêm e refletem a fonte espiritual de cada uma das tribos de Israel.
Isso é especialmente verdade no que diz respeito à tribo de Benjamim, pois em sua porção estava o Templo Sagrado onde serviam os Cohanim.
Assim, a relação dos Cohanim a Benjamim é similar àquela da alma com o corpo.
Os Cohanim lutam a guerra sagrada incorporada no arco de Benjamim.

O arco de guerra de Kislêv é na verdade projetado ("atirado") do arco (o arco-íris; em hebraico ambos, "arco" e "arco-íris" são idênticos – keshet) da paz (entre D’us e a Criação) do fim do mês anterior de Cheshvan (quando se iniciou o Dilúvio).
Os dois arcos (semicírculos) unem-se para formar o círculo completo do samech de Kislêv.
Kehest, Sagitário, em hebraico que dizer arqueiro.
O arqueiro é aquele que consegue atingir o alvo com precisão,  e assim, durante este mês devemos meditar no propósito de nossas vidas, estabelecer as nossas metas.

A Tribo do Mês de Kislev - Benjamim
Como foi mencionado, Benjamim é a tribo mais dotada da "arte" do arco.
Em sua porção está o Templo Sagrado em Jerusalém, como é declarado na bênção de Moshê a Benjamim no final da Torá (a qual, sobre o relacionamento entre os Cohanim (sacerdotes)  e Benjamim, segue diretamente a bênção a Levi e os Cohanim, e que na verdade profetisa a guerra dos Macabeus contra os Gregos):
A Benjamim ele disse: o amado de D’us, Ele habitará em confiança sobre ele, Ele paira sobre ele o dia todo, e entre seus ombros Ele repousa"
(Devarim 33:12).
Aqui vemos explicitamente que Benjamim simboliza tanto confiança quanto repouso, o sentido de Kislêv.
De todas as tribos de Israel, Benjamim foi a única tribo nascida na Terra de Israel.
A Terra de Israel é o local onde ,ais se sente a Divina providência e a total onipresença de D’us. Nas palavras do Zohar: "Não há lugar vazio d'Ele".
Da mesma forma, a tribo deste mês, Binjamin. possuía valentes guerreiros.
Seu território continha o local do Templo Sagrado, aonde nossas preces e sonhos são dirigidos.

As Letras do Mês de Kislev - Samech e Guimel
Samech é a letra associada ao mazal Keshet.
A palavra samech significa "suporte" e faz uma alusão à Divina Providência, a presença constante de D-us em nossas vidas tanto nas oportunidades como, e principalmente, nos desafios. Samech é a inicial de sucá (tendas, cabanas) e de sohirá ("escudo"), mas a grande curiosidade associada a Samech, contudo, está na gravação dos 10 Pronunciamentos, no alto do Sinai.
Conta a história que o texto dos 10 Pronunciamentos vazava nas pedras de safira, ou seja, era possível olhar do outro lado através do "buraco" deixado pelas letras.
Como até então Samech era a única letra fechada (o Mem sofit só apareceria mais tarde), surge um problema técnico: a sustentação do miolo da letra - um problema que, na verdade, jamais existiu, porque este miolo flutuava no meio da letra Samech sem qualquer apoio.
Meditar na letra Samech desperta ou fortalece a nossa confiança no Eterno.
Ajuda a identificar, igualmente, a presença da energia do milagre em nossas vidas.
Para quem acha que milagre é cair maná dos céus ou fazer brotar água de pedra, é importante ter em mente que o Eterno se faz presente, principalmente, nas pequenas coisas.
Reconhecer os pequenos milagres é um dos passos para que grandes milagres aconteçam.
O nome Samech também significa "apoiar".
O sentimento de sentir-se apoiado corresponde à confiança em D’us e em Sua providência associada ao mês de Kislêv. Assim encontramos expresso em Tehilim (salmos):
"D’us apóia (somech) todos os caídos e levanta todos os encurvados";
"Mesmo quando ele cai, não será deixado caído no chão, pois D’us apóia (yismoch) sua mão."
O formato do samech é um círculo, que representa a abrangente onipresença de D’us e Sua providência. O "grande círculo" da luz infinita de D’us é explicado na Cabalá e Chassidut como refletindo Seu "braço direito" que abraça (e apóia por baixo) com grande e infinito amor toda a realidade, como está escrito:
"E por baixo, os braços do universo."
Mais uma significação do nome da letra deste mês, samech, "confiança."
Nossa confiança verdadeira em D'us nos dá a certeza de afirmar nossa santidade e resistir àqueles que a desafiam.
Isso está refletido na celebração de Chanucá, e o signo astrológico de Sagitário, o arqueiro. "Relaxamento correto," usando o descanso como um meio para a ação adequada, nos ajuda a canalizar nossos esforços ("mirando" nosso arco) na direção correta.

Guimel é a letra associada ao planeta Tsedek (Justiça).
Se Dalet representa o homem pobre, Guimel é o homem rico que vai ao seu encontro para ajudar. Com as mesmas letras de Guimel escrevemos gamal ("camelo"), e da mesma forma que o animal suporta uma longa jornada com um suprimento interno de água, Guimel nos supre com Luz Espiritual quando vivenciamos os nossos desertos pessoais - períodos de restrição, de reveses, etc.
Inicial de guedulá ("abundância"), Guimel evoca o desprendimento, o auxílio que antecede a necessidade e a energia dos três Patriarcas - Avraham, Yitschak e Yaacov.
Guimel é a única letra que não aparece nos 72 Nomes de D-us, mas como cada Nome é composto por três letras, na verdade Guimel se faz presente em todos eles como pano de fundo. Meditar em Guimel ativa a energia do terceiro pilar, que neutraliza a oposição de forças contrárias e as faz trabalhar em conjunto.
Lembrando que meditar nas letras do mês cria um receptor adequado para as bênçãos disponíveis a cada período.
A letra guimel gera a energia do Milagre.
Os dois meses onde ela aparece são Kislev e Adar (Sagitário e Peixes).
Ela rege o ouvido direito.
Desperta também o dom de compartilhar.
Esta letra faz a conexão na Árvore da vida entre Binah-entendimento e Guevurah-disciplina.
Esta letra lhe dá disciplina, ajuda a ordenar a sua vida e também injeta energia de entusiasmo para que se faça as coisas com vitalidade, alegria.
Quanto maior a alegria/entusiasmo, maior a capacidade de compreensão.
Milagre é a habilidade de conseguir romper com o padrão robótico e repetitivo.
Júpiter (regente deste mês) tem a finalidade de gerar em nós o senso de justiça.
O senso de justiça está diretamente ligado à visão espiritual.
A letra guimel gera a energia de Júpiter.
Para a Astrologia Cabalística, o planeta Jupiter está relacionado a beleza e nos permite acessar as chaves dos portais do Mundo Físico e do Mundo Espiritual
Neste mês os sonhos afloram com muita intensidade e pode haver sonhos reveladores - estes acontecem pouco antes de se acordar (a letra samech desperta esta energia dos sonhos).
O sonho é como uma matéria prima, e devemos tomar cuidado para quem contamos os nossos sonhos, pois pode ser mal interpretado por terceiros, e essa opinião entrar na sua alma, pegar a matéria prima do sonho e criar uma programação negativa. Ou seja, o sonho pode ser remodelado para ser negativo ou positivo, independente do simbolismo original.
O ideal é contar o sonho para uma pessoa com habilidade para interpretá-lo e que seja de sua confiança.
Não se deve contar um sonho para mais de duas pessoas.
O pesadelo em geral ocorre de madrugada.
Problemas no estômago (letra samech) e na região do ventre podem ser provenientes de deficiências na relação com a tranquilidade e na capacidade de ouvir a intuição (letra guimel). Caso estes problemas surjam, medite nas letras do mês e suas conexões.

Segundo Rav Abuláfia o tseruf (combinação) de Guimel+Samech geram a força da energia que nos permite acessar a nossa falta de refinamento, o aspecto mais inferior de nossa natureza.
Isso poderá nos conceder o auto conhecimento.
Quando meditamos no tseruf Samech+Guimel, temos uma energia favorável ao estado contemplativo e também a capacidade para equilibrar os três pilares da Árvore da Vida.
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O Sentido do Mês de Kislev - Sono (sheina)
O sentido do sono é a tranqüilidade e repouso que vêm com a confiança e segurança em D’us e Sua Divina providência.
Assim vemos nas bênçãos ao final de Vayicrá (26:5-6):
"E habitarás com segurança em tua terra. E Eu darei paz à terra, e repousarás sem medo…"
Como a palavra "sentido" (chush) é cognata de "rápido" (chish), o sentido do sono sugere a capacidade de dormir bem mas rapidamente (como se fala dos grandes tsadikim (justos) que precisavam de pouquíssimas horas de sono por dia).
O próprio talento de Benjamim de atirar direto no alvo depende de um espírito tranqüilo.
Ele atira e acerta quase adormecido. D’us transporta sua flecha até o destino desejado.
Uma personalidade tranqüila é aquela com pouco desgaste e tensão interior.
O sentido do sono traz consigo a capacidade de liberar a tensão, confiante no apoio de D’us.
O sentido do sono traz também o sentido do sonho.
Conforme nossa fé na Divina Providência, especialmente manifesta relativamente à conexão entre as porções semanais da Torá e o ciclo anual de meses e seus eventos, todos os sonhos da Torá estão contidos nas porções que são lidas durante o mês de Kislêv.
Quando alguém possui completa confiança em D’us, tem sonhos bons com o futuro.
Sonhos bons à noite refletem bons pensamentos durante o dia, especialmente uma atitude e a consciência otimista ensinada pela Chassidut (cujo Ano Novo é 19 de Kislêv):
"Pense o bem, e tudo sairá bem."

O Controlador do Mês de Kislev - Barriga (keiva)
A keiva é um dos três presentes que os Bnei Israel são ordenados a dar aos sacerdotes após abater um animal casher (apropriado).
Nossos Sábios ensinam que todos os três presentes – "braço, faces e a barriga" – aludem ao auto-sacrifício de Pinchás de matar Zimri (o príncipe de Simeon) e Kozbi (a princesa de Midyan), e assim salvar os Filhos de Israel da peste que já tinha começado entre eles.
Ali, a palavra keiva refere-se ao útero de Kozbi.
Assim, vemos que keiva significa "barriga" num sentido geral, incluindo toda a região do abdômen, seja o estômago, intestino (grosso) ou útero (similarmente, a palavra beten na Torá significa tanto estômago quando útero).
O útero, especificamente, relaciona-se com a tribo de Benjamim, que na Cabalá personifica o segredo do yesod feminino (útero). 
A relação entre a barriga (quando "repleta" e saciada) e o tranqüilo estado do sono é clara (e explícita nos ensinamentos de Nossos Sábios).
A palavra keiva deriva de kav, que significa "medida".
Uma barriga tranqüila é aquela que conhece sua medida certa.
Este conceito aparecerá novamente com relação ao mês de Shevat, seu sentido (o sentido de comer e do gosto) e seu controlador (o etztomcha ou kurkavan, do esôfago ao estômago).
Na retificação dos traços de caráter da pessoa, a keiva retificada (e sentido do sono) jamais está invejosa de outros.
Nossos Sábios nos ensinam:
 "Um homem deseja uma medida (kav) daquilo que é seu mais do que nove que pertençam a seu amigo."
E assim somos ensinados em Pirkê Avot:
"Quem é rico? Aquele que está satisfeito com sua porção."

sábado, 3 de novembro de 2012


Armadilha Espiritual
 
Você já reparou como fazemos com que tudo gire em torno de nós?
Quantas vezes, ao escutar um amigo que passa por dificuldades, interrompemos o desabafo e contamos um problema nosso ao invés de oferecer um ombro amigo?
Ao ouvir a tragédia do outro, algumas pessoas ocupam a mente tentando tirar uma lição para a própria vida, tanto, que acabam esquecendo completamente da dor de quem passa pelo problema.
 
Para fazer o trabalho espiritual de encolher o ego, precisamos também nos retirar do centro das atenções, afinal, esse lugar pode ser uma grande armadilha. Podemos ficar tão envolvidos com o estudo e com a tentativa de melhorar nossas vidas, que esquecemos de que ser espiritual é importar-se com os outros.
 
Como Karen Berg, sempre diz: “Quando você se ocupa cuidando dos outros, a Luz ocupa cuidando de você”.
 
Para realmente ser um exemplo e viver a sabedoria da Kabbalah, deveríamos nos esforçar para chegar a um ponto em que nossas vidas sejam mais dedicadas a ajudar os outros.
Nesta semana, repare quanto tempo você gasta para melhorar o dia a dia dos outros e encontre uma forma de aumentar esse período, pouco a pouco.
 
Talvez isso signifique passar mais tempo fazendo trabalho voluntário, entrar em contato com um membro da família com quem você não fale há muito tempo para saber como vão as coisas ou almoçar com alguém que realmente precise de um amigo.
O que quer que seja, assegure-se de que venha do coração; de que parta do verdadeiro desejo de ajudar sem receber nada em troca.
 
Se quisermos mudar o mundo, as coisas não podem girar em torno de nós.
 
Por: Yehuda Berg

sábado, 27 de outubro de 2012


Nunca é tarde demais - Karen Berg 

Na leitura bíblica desta semana, Abraão se torna o líder de uma grande nação aos cem anos de idade.
Eu e você podemos considerar submeter-se a isso em tal idade como uma mudança dramática, especialmente quando há alguns de nós que, aos quarenta ou cinquenta anos, dizem: “Mudar? Eu? Por quê? Metade da minha vida já se foi. Estou velho demais para isso!”

Entretanto, se observarmos a vida de diversos líderes ao longo da história, veremos que alguns deles nem ao menos tinham iniciado suas carreiras aos quarenta e poucos anos.
Na verdade, muitos daqueles que realizaram grandes feitos neste mundo levavam vidas completamente diferentes até que, na meia-idade, se superaram e realizaram uma mudança. 

A energia desta semana nos desafia a quebrar nossa zona de conforto – não importa a nossa idade ou quão longe pensamos que chegamos – e a aceitar a responsabilidade pela Luz que viemos compartilhar com o mundo. 

A verdade é que foi dada a cada um de nós uma quantidade exata de tempo no corpo físico que abriga nossa alma. Muitas vezes, temos a capacidade de realizar grandes feitos neste mundo, mas sempre que uma nova oportunidade aparece, nos sentimos intimidados e dizemos: “Ah, não estou preparado para isso” ou “Eu já fiz isso” ou “Não acredito que eu deva seguir por esta direção”.
Quando isso acontece, entretanto, o Universo questiona: “O que posso fazer para colocar essa pessoa contra a parede para que a Luz dentro dela possa ser revelada e compartilhada no mundo? Como posso fazer com que essa pessoa mude?”.

Abraão foi um dos maiores astrólogos de todos os tempos.
De acordo com o que viu mapeado nas estrelas sobre seu futuro, ele descobriu que não podia ter filhos. Mas sabemos que teve.
O ponto é que o Criador disse a Abraão: As estrelas compelem, mas não impelem. Por ter se transformado espiritualmente – aos 100 anos de idade – Abraão foi capaz de mudar o curso de sua vida. 

Nesta semana, é importante sabermos que podemos mudar o rumo de nossas vidas.
Nem tudo que foi planejado para nós pelos Céus precisa acontecer.
Está escrito que cada pessoa tem anjos que podem tanto dançar quanto chorar em nossa presença, mas isso depende exclusivamente das palavras e ações que escolhemos dizer e fazer.

No Kabbalah Centre, aprendemos a utilizar as ferramentas astrológicas e a leitura da palma da mão e do rosto. Agora, estou em turnê promovendo o lançamento de meu livro mais recente, To be continued: Reincarnation and the Purpose of Our Lives, que discute estes temas. Sim, essas ferramentas são recursos esplêndidos, mas é importante lembrar que as usamos com o propósito de descobrir se a maré está alta ou baixa, se os elevadores que representam diferentes aspectos de nossas vidas estão descendo ou subindo. Nunca devemos usar essas ferramentas para afirmar: “É assim que minha vida será”, pois, como aprendemos nesta semana, sempre podemos mudar!

Todas as ferramentas espirituais que temos a nosso dispor estão ali simplesmente para nos ajudarem a entender em que ponto estamos e o que podemos fazer.
Cabe a nós escolher transformar nosso potencial divino em realidade através da mudança interna e de ações compartilhadoras
Algo sobre “Justiça” e “Injustiça”

Todas as vezes que algo negativo ou destrutivo ocorre em nossas vidas é porque em algum momento nós mesmos plantamos esta semente. 
A única participação da Luz do Mundo Infinito (D´us) é nos permitir ter o livre-arbítrio que irá nos conceder a possibilidade de crescer, ou pela consciência ou pela dor.
Muitas vezes, porque não conseguimos ver a s

abedoria presente em cada evento que nos cerca, é que somos levados erroneamente a crer que a injustiça predomina no mundo.
Se olharmos o mundo e as tramas que envolvem as injustiças nas relações, poderíamos imaginar que não há justiça.
A Cabalá nos ensina que todos os crimes possuem castigo.
Toda a ação egoísta possui sua destruição.
Nunca se consegue “enganar” o sistema de restrição e todas as vezes que se deseja receber para si mesmo, planta-se um retorno negativo.
Nenhum pecado escapa a sua distribuição.
Mas e a aparente injustiça e impunidade que nos envolve?
O que dizer dos crimes que não são averiguados e punidos?
E as fortunas que são constituídas tendo como base a corrupção e o mal estar do outro?
Se analisarmos com base apenas na consciência finita, vamos de fato perceber que muitos escapam sem castigo depois que cometem todo tipo de crimes, inclusive assassinatos.
Muitos se beneficiam com crimes ou com a difamação, mas tudo isso ocorre apenas dentro de uma perspectiva ilusória.
Na perspectiva infinita, se seus atos tiveram como única motivação o desejo de receber para si mesmo, o indivíduo receberá unicamente a aparência exterior de tais aquisições, o “título de propriedade” dos bens, mas não os bens em si mesmos, as coisas, mas não o seu valor intrínseco.
Aquele que possui como inspiração o aspecto negativo do desejo, não receberá nenhuma satisfação duradoura do fruto de suas conquistas, que foram motivados pela cobiça.
Ironicamente, todas as aquisições que acumulam os que partem do desejo ilusório, tornam-se a causa de sua própria destruição e mal estar.
Além do mais, a Cabalá nos ensina que toda e qualquer obra, objeto ou projeto que tenha sido construído tendo como base o desejo de receber para si mesmo, fica impregnado desta energia negativa de julgamento.
Se estas pessoas exercessem a restrição e com ela eliminassem a ilusão, poderiam ter a felicidade que tanto almejam.
Este é o paradoxo da Luz Refletida presente dentro do mundo físico.
A Luz Refletida é a luz que emana de tudo o que se encontra dentro do mundo físico. Esta luz é conhecida como c'lipah nogah (o brilho da casca).

Por: Academia de Cabala

domingo, 9 de setembro de 2012

Preparativos para um Novo Ciclo


Na cabala existe uma data que marca um novo ciclo espiritual, mental, emocional e físico.
É o aniversario da Criação do Homem - Rosh Hashaná (Cabeça do Ano) uma data universal.
Ela é o marco da criação de Adam e sua mulher, é quando D´us deixa de ser "só"!
A criação ganha vida, livre arbítrio, experiência e principalmente: Consciência.
Rosh Hashaná não é somente um marco de ano novo, novo ciclo, novas oportunidades, com uma nova semente sendo colocada para fertilizar e frutificar!
É o momento também em que podemos ganhar Consciência de nossa vida, de nossa existência!
O calendário para esta ano é:
Rosh Hashaná - 16 à noite e 17 de setembro
Yom Kippur - 25 à noite a 26 de setembro
Entre Rosh Hashana  e Yom Kippur (Dia do Perdão) temos Iamin Noraim - dias de grande reflexão, onde podemos mudar os padrões em cada aspecto emocional
em nossas vidas - 10 dias = 10 sefirot (referentes a Árvore da Vida)

O mês de Virgem (Elul) é um mês de Perdão - e perdão é uma perda muito grande... é aprender a abrir mão de algo que nos agarramos e que nos faz mal, rouba nossa energia, tira nossa consciência...
Perdão é um estado de relaxamento.
Através da auto análise, da consciência constante, do hábito de entrar para dentro (processo de introspecção) podemos mudar de vez nossa vida!

Estamos num processo de mudança bem significativa - Astrologicamente falando ...
Saturno, o planeta que rege o Tempo, das responsabilidades, do encarnar, da parada da organização e orientação para construir algo, estabelecer algo, entra no signo de Escorpião no mês de Outubro, mas, com toda certeza já estamos sentindo suas energias ...
Escorpião nos traz transformação, renascimento...mas para isto ele nos convida para uma descida ao mundo intimo, interno, ao mundo "da morte"..
Morremos de uma consciência para criar uma nova consciência.

A Marca do Fim do Mundo vem com estes dois pontos na astrologia, mas não é o fim do mundo, como as pessoas acham, pois não é literal, mas simbólico..
De  qualquer jeito, quando coisas acontecem em nossas vidas particulares achamos que pode ser o fim do mundo... abrir mão de padrões, hábitos, coisas não é fácil, muitas vezes sofrido, mergulhar para dentro de si mesmo para ver a verdade da vida, verdade de quem se é.

A verdade da sociedade, das pessoas.
Tudo isto deve ser conhecido....e com escorpião o melhor e o pior virão.
O importante é buscar o centro, a responsabilidade, a consciência de seus impulsos, pensar e desejar sua transformação, alcançar mundos superiores, experimentar outra consciência...
Entender o que o processo está dizendo.
Limpar e limpar....

Fonte: Escola de Kabbalah

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Abertura Cósmica


Rosh Hashaná é uma abertura cósmica no calendário cabalístico que dura dois dias. Ela nos permite cultivar nosso campo dos sonhos para todo o ano.
A maioria das pessoas acredita que se trata do Ano Novo, mas, na verdade, ocorre no sétimo mês do ciclo astrológico.
 
Rosh significa "cabeça" e Hashaná significa "o ano".
Uma definição mais precisa seria "cabeça do ano", ou "semente do ano".
A cabala explica que os primeiros seis meses do ano são o período em que plantamos "sementes".
Essas sementes são nossas ações, palavras e pensamentos.
A segunda metade do ano é o tempo da colheita.
 
Rosh Hashaná é o intervalo de dois dias entre esses dois momentos, uma pausa antes da Causa tornar-se Efeito, o que lhe permite criar a realidade que deseja, trazendo a Luz do Criador logo de início.
 
O verdadeiro destino da jornada de nossa vida é a alegria e a plenitude.
E alcançar esse destino exige a conexão com a Luz no nível de semente.
 
Por: Yehuda Berg

Rosh HaShaná




Primeiramente devemos entender o que são as festividades de um modo geral.
 
O Rabino Shimon Bar Yochai, em suas sagradas palavras reveladas no Zohar há 2.000 anos, nos explica que um determinado evento histórico que ocorreu em uma data específica, foi meramente resultado de uma influência cósmica e espiritual que causou a ocorrência desse evento naquela data em particular.
Uma festividade é um dia cósmico, quando um certo poder do Divino foi revelado na Terra, trazendo aquela energia específica e fazendo acontecer um determinado resultado.
Esse entendimento cria uma percepção diferente e muda completamente a razão pela qual comemoramos esses eventos: Comemorar não é apenas relembrar o que aconteceu no passado, mas se conectar a este mesmo poder positivo no presente para ser bem utilizado em nossas vidas.
Rosh HaShaná, o primeiro dia do ano hebraico, é também chamado de dia de Julgamento.
 
Rabi Shimon explica, assim como é declarado no Talmud, que neste dia, todo ser humano vivo, sem qualquer discriminação de raça, sexo ou fé, é julgado.
É um dia cósmico e universal que deveria ser reconhecido por todos devido a sua importância e efeito em nossas vidas, já que determina todas as questões de vida e morte na Terra.
Rosh HaShaná é também o primeiro dia do mês hebraico de Tishrei, cujo signo correspondente é Libra.
O símbolo do signo de Libra é a balança, que representa a sabedoria divina e a ordem e quando todas as nossas ações e os efeitos de nosso comportamento são postos na “Balança Cósmica” e colocados à frente da “Corte Suprema”.
E quem pode ser o “Juiz Supremo”?
Pode ser que a nossa própria consciência coletiva seja despertada neste dia para decidir nosso futuro e a natureza de nossa vida durante o próximo ano!
Quanto mais abrirmos nossas mentes, maior o efeito espiritual de tolerância, amizade e fraternidade que poderemos criar ao nosso redor.
 
As palavras Rosh HaShaná em hebraico literalmente significam : "Cabeça do Ano".
Por quê “Cabeça”?
Porque a Cabeça está sempre relacionada com a “semente da consciência”, ou o poder potencial do que será revelado no futuro.
 
É o início de um novo ciclo de vida que, com a ajuda de Deus, nossa colaboração e nossa consciência, será repleto de saúde, prosperidade e continuidade.
E aqui repousa o segredo de controlar nosso o destino e a habilidade de mudar o futuro, se necessário.
Portanto, durante a festa de Rosh HaShaná, o que realmente estamos fazendo, é que estamos plantando uma semente espiritual, e possivelmente cuidaremos de seus frutos ao longo do próximo ano.
 
Mas, por outro lado, como citado acima, é também um dia de Julgamento; um dia no qual todo mundo, toda a humanidade é julgada, sem distinção de raça, cor, religião, idade ou sexo!
Mas, quem é o Juiz?
É D’us ?
Não!
Definitivamente não!
Porque de acordo com a Cabala, a essência de D’us é amor incondicional infinito e misericórdia.
E então, quem vai nos julgar e como?
 
A resposta para esta questão está no princípio da lei cósmica de causa e efeito (ou Karma).
São nossas próprias ações pessoais que deverão aparecer de novo em Rosh HaShaná, na medida em que começamos um novo ciclo de vida e um novo ano.
Este é o motivo porque muitas pessoas sofrem de sentimento de culpa.
Este sentimento de culpa é provocado pelas ondas ou vibrações cósmicas negativas que estas pessoas causaram.
E agora essas vibrações retornam para ''persegui-las".
 
O primeiro dia de Rosh HaShaná, é um dia de Julgamento Duro, quando somos julgados pelas ações perversas que fizemos com cruel e má intenção para ferir outra(s) pessoa(s).
No segundo dia somos julgados pelas ações perversas que fizemos sem intenção.
O que geralmente chamamos de erro.
 
Em  Rosh HaShaná todo e cada ser humano vivo recebe três coisas:
vida, prosperidade e filhos.
É claro, esses três “itens” são considerados como os mais importantes objetivos na vida. Todos querem continuar vivendo, ter sucesso financeiro e ser capaz de criar e apreciar uma família saudável e feliz.
Mas existe um pequeno problema que sempre aparece nessas ocasiões: nosso rival na vida – Satã.
 
O Zohar explica que conforme vamos ficando prontos para recarregar nossa bateria vital  novamente, com a energia da vida para outro ano, nosso oponente (Satã) definitivamente aparecerá com o objetivo de tentar roubar de nós esse privilégio!
Por isso os grandes sábios nos  revelaram a arma espiritual com a qual podemos evitar e destruir a negatividade de nossas vidas e de todo o mundo ao redor.
Essa arma chama-se Shofar – o chifre do carneiro. 
 
O som do Shofar tem uma vibração especial que pode destruir todos os obstáculos e estagnação energética que possam ter penetrado nossas vidas, almas e corpos durante o ano que passou.
Mas, é claro, é o nosso próprio estado de espírito e meditação que determinarão se essas vibrações, que são como “raios energéticos”, deverão ou não atingir seus objetivos.
Esses objetivos são nossas próprias ações negativas que desempenhamos enquanto vivemos nossa vida na terra. E como já vimos, as vibrações negativas dessas ações aparecem em Rosh HaShaná.
Portanto, durante o sopro do Shofar é bastante recomendável relembrar nossas ações negativas, em nossa mente, de modo a usar as vibrações cósmicas desse som especial para transformar nossas faltas em méritos.
 
A Torá nos diz:
“E Hashem falou a Moisés dizendo: Fale com os Filhos de Israel, dizendo: No sétimo mês, no primeiro (dia) do mês, deve ser o dia de descanso para vocês, em memória do sopro (do Shofar)...” (Lev.23:23).
 
Conforme vemos, a celebração de Rosh HaShaná e o sopro do Shofar foram determinados para acontecer no primeiro dia do sétimo mês. Isso é bastante estranho; por quê devemos começar a contar o ano à partir do sétimo mês e não do primeiro?
 
De acordo com a Cabala, cada ano, ou cada 12 ciclos da lua tem quatro inícios. Cada início representa  um nível de consciência diferente.
 
É como num ser humano que tem, por exemplo, o nível intelectual da consciência, o nível racional, o emocional , o subconsciente, etc., e todos eles juntos criam a inteligência do ser humano. Por isso o ano também tem diferentes níveis de consciência.
 
E do ponto de vista da Astrologia Cabalística, Rosh HaShaná está colocado no primeiro do ciclo da lua relacionado ao signo de Libra (a balança). Esse fato astrológico explica o nível de consciência que está se iniciando neste dia.
 
O signo de Libra representa harmonia e justiça.
Esse é o motivo pelo qual a inteligência interna da natureza volta ao seu estado embrionário de harmonia completa – como um bebê no útero de sua mãe. E para atingir este objetivo, a natureza usa seu poder de Justiça e Julgamento, se necessário.
 
E aqui reside o segredo do porque somos todos julgados neste dia – porque a natureza quer se renovar e suprir todos os seres por ela criados com vida nova e pureza.
 
Então vamos aproveitar esses poucos dias que ainda temos antes de Rosh HaShaná, com o objetivo de nos prepararmos espiritualmente e participarmos na restauração dos poderes da vida para o ano que, em breve, se inicia.
 
Rosh HaShaná é muito mais do que uma celebração de passagem de ano.
Não há como negar que, do mesmo modo que as conexões de Rosh Chodesh (Cabeça do mês) influenciam todo o mês, as conexões de Rosh HaShaná darão o tom do ano, mas, paralelo a isso, no momento em que o mundo é recriado, toda a humanidade é julgada.
Em outras palavras, ao invés da natural dispersão das celebrações de fim-de-ano, devemos manter a nossa Kavanah  ("foco" ou "concentração") para os rituais deste dia, com destaque para os 101 toques do shofar.
O julgamento de Rosh HaShaná considera as nossas ações ao longo do último ano com relação ao próximo.
Quanto maior a nossa consciência a respeito de nossas falhas (o exercício de todo mês de Elul), melhor.
Neste tribunal cósmico, o objetivo dos 101 toques do shofar e desestabilizar a ação do promotor, pois a mesma consciência que nos induz ao erro agora aponta cada um deles.
Obviamente estamos nos referindo à força assediadora ou contra inteligência presente em cada um de nós.
 
Os toques do shofar evocam a energia dos patriarcas e combatem diferentes aspectos do comportamento reativo da humanidade, lembrando que 101 é a guematria de Micha-El (o Arcanjo Miguel, como é mais familiar para alguns).
 
A parte doce da celebração fica por conta dos pedaços de maçã que comemos com mel, acompanhado da bênção "Tenha um ano bom e doce!"
 
Rosh Hashaná trata-se de uma festividade alegre, mas ao mesmo tempo, solene, celebrada durante dois dias.
Além de assinalar o começo do ano judaico, Rosh Hashana também é o início de um período de arrependimento de dez dias, que terminam no Yom Kippur.
É ensinado aos cabalistas que no Rosh Hashana se decide o destino de cada ser no ano seguinte, mas a decisão tomada nas alturas não é selada até o Yom Kippur, podendo ser mudada para melhor no decorrer dos dez dias intermediários.
Por conseguinte, são dias de exame da alma e de arrependimento.
Em outras palavras, a ênfase recai não só em sentir-se culpado pelo que se tenha feito ou deixado de fazer, mas também em decidir mudar do curso anterior que se vinha seguindo e agir diferentemente no futuro.
 
Fonte: Academia de Cabala

domingo, 2 de setembro de 2012

Teshuvá – Retorno ou Arrependimento


A vida é uma guerra.
O inimigo não é ninguém externo, mas nosso lado negativo, que nos torna egoístas, invejosos, preguiçosos.
Um passo fundamental nesta guerra, especialmente no mês de Elul/Virgem, é a Teshuvá: processo de arrependimento e transformação em que revemos nossas ações negativas do passado, reconhecemos o erro de nossas atitudes e nos comprometemos a agir diferente daqui pra frente.
 
Estamos entre uma causa negativa que fizemos no passado e seu efeito doloroso que ainda não se manifestou.
O atributo divino da misericórdia nos dá um tempo para nos transformarmos.
O atributo de julgamento cobra a retribuição.
Como evitar a consequência dolorosa de nossas ações negativas do passado?
 
São quatro passos:
1) se lembrar dos seus erros – voltar mentalmente ao momento em que agiu errado
2) reconhecer o erro – perceber a dor que causou - ao outro, ao mundo, a sua própria alma que se desconectou da fonte (a Luz)
3) se comprometer a mudar daqui para frente
4) mudar mesmo – isto é, quando enfrentar um teste semelhante agir conforme se comprometeu a agir.
 
Através desse processo de Teshuvá apagamos as ações erradas do passado e nos tornamos uma nova pessoa, que não tem que sofrer mais as consequências daquelas atitudes.
 
Por: Shmuel Lemle

terça-feira, 10 de julho de 2012

Poder


Quando você Perde: quando voce dá Poder  para aquilo que não tem poder!
Quando você ganha: quando descobre que o poder está em ti de dar Poder para as coisas...

Tornamos o mal verdadeiro quando damos poder para os outros, para nossas raivas e mágoas, medos, etc...
Alimentamos demônios, que nos prendem e retiram nossa energia vital.
Nos tornamos escravos de padrões e vícios.

Recuperar o Poder..... este é o nosso caminho.....


Escola de Kabbalah

sábado, 7 de julho de 2012

A Segunda Mordida


Os cabalistas ensinam um conceito interessante e prático, dizendo que o pecado de Adão e Eva não foi a primeira mordida no fruto proibido, mas a segunda mordida.
Na primeira mordida eles tinham sido convencidos pela serpente que era isso que o Criador desejava deles, que comer a fruta iria revelar Luz.
Por isso deram a primeira mordida, com uma intenção pura, de compartilhar e revelar Luz.
Mas eles ainda não estavam prontos para lidar com tanta energia e ficaram apegados a ela.
Desfrutaram daquele prazer e não foram capazes de ter controle e abrir mão.
Então deram a segunda mordida, que foi somente para eles mesmos.
A primeira mordida não foi pecado, porque foi com a intenção de compartilhar.
A segunda mordida é que foi o problema, porque foi desejo de receber somente para si mesmo.
Na prática, temos vários exemplos assim na vida.
Um exemplo de primeira mordida é quando uma pessoa diz que quando for rica com certeza ajudará os amigos.
Realmente ela tem essa intenção. Quando fica rica, esquece da promessa.
É a segunda mordida.
Outro exemplo é quando uma pessoa solteira diz que quando encontrar a pessoa certa com certeza a tratará bem, com respeito e amor.
Quando se casa, se esquece dos tempos de solidão e trata mal o parceiro ou parceira.
Ou quando uma pessoa diz que nunca vai experimentar drogas.
Depois diz que vai só experimentar, só para ver como é.
Na segunda mordida já está viciada.
Talvez o exemplo mais espantoso se dê no terreno do trabalho voluntário.
A pessoa começa a fazer trabalho voluntário com a intenção de ajudar, de revelar Luz. Depois de um tempo, dentro da organização onde é voluntária, obtém uma posição de poder e status.
O ego domina a pessoa, e ela passa até a sabotar novos voluntários, com medo de perder sua posição.
E se alguém for falar com essa pessoa, ela negará tudo dizendo: "Como assim? Sou voluntário, não estou ganhando nada com isso!"
Mas quem disse que o único pagamento que existe é em dinheiro.
A pessoa está recebendo respeito, poder, posição.
Está em plena segunda mordida
Foi dominada pelo lado negativo, e nem percebe.
É fácil ser puro na primeira mordida.
Difícil é manter a pureza depois.
Precisamos estar sempre checando nossa consciência.
Por: Yehuda Berg

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Reencarnação - As Rodas da Alma


O Rabino Philip Berg, uma das principais autoridades mundiais em Cabala, aponta um caminho que desperta profundos pensamentos e revela de forma fascinante o seu verdadeiro eu.
Se você já iniciou a sua viagem pela mais impressionante aventura que uma pessoa pode empreender — o nascimento, o renascimento e a aventura — As Rodas da Alma é o equipamento recomendado para o primeiro passo.
Com um enfoque lógico e firme, o Rabino Berg oferece grande quantidade de informação sobre um dos assuntos mais controversos do mundo moderno: a ousada verdade da reencarnação.
Uma nova visão impressionante e revolucionária da natureza do homem, textos extremamente úteis que irão afetar sua vida — hoje e amanhã.
Em As Rodas da Alma, o Rabino Berg nos leva por uma apaixonante viagem interdisciplinar de uma alma cósmica, uma saga que continua a ser escrita à medida que a ciência continua a revolucionar nossa compreensão da origem, da evolução e do destino da humanidade, atingindo as fronteiras do infinito.
Um estimulante cabalista e um excelente mestre, o Rabino Berg apresenta nestes textos excitantes e escritos com fina elegância um novo referencial em um campo desprezado pela ciência e freqüentemente mal interpretado por psiquiatras e psicólogos.
 
Introdução
Quase vinte anos se passaram desde o meu encontro com meu mestre, o Rabino Brandwein, e o início da minha caminhada rumo à aprendizagem da Cabala e ao objetivo de poder eventualmente conduzir outros por este caminho.
Para minha consternação, no entanto, as pesquisas que realizei acerca deste assunto tão delicado e tão essencial, a reencarnação e a sua importância dentro da Cabala, logo revelaram como eram escassos os conhecimento nesta área disponíveis para o público em geral.
 
Efetivamente, quando comecei a examinar em detalhe o tema da reencarnação, logo me dei conta, para minha grande decepção, do pouco que foi escrito a respeito deste assunto pelos cabalistas judeus contemporâneos.
A maior parte das obras disponíveis sobre o assunto são de autoria de estudiosos não-judeus. Logo percebi que quando o tema da reencarnação era abordado entre judeus, se evidenciava um desinteresse e uma recusa latente em aceitar que a reencarnação tenha qualquer relação com o judaísmo.
Certamente não contribui muito para o prestígio dos estudiosos judeus o fato de que as obras de alguns escritores — como o próprio Zohar e Os Portais da Reencarnação do Ari — que estavam realmente informados do assunto, nunca tenham sido realmente levadas a sério, e nenhuma interpretação ou tentativa de entendimento destes trabalhos tenha jamais sido feita.
Mesmo quando procurava reunir dados sobre reencarnação conversando com outros estudiosos judeus, sentia um amargo antagonismo.
Eles pensavam que já que os guardiões autorizados da Cabala nunca haviam escrito em detalhe sobre o tema da reencarnação, mas que estudiosos não-judeus o tinham feito, melhor era deixar este assunto de lado.
É uma suprema ironia perceber que a Cabala, tão antiga e judaica quanto o próprio judaísmo, estava murchando em seu próprio jardim, somente para florescer entre os cristãos, poucos dos quais têm conhecimento da verdadeira origem dos mistérios de sua fé.
Além de sua base na Bíblia, a essência interna do cristianismo é totalmente cabalística. E até no Islã existe uma certa forma de Cabala.
Estes devotos da sabedoria não hesitam em difundi-la, mas, não obstante esta inclinação dos antigos cabalistas judeus de ocultar o passado, a mera avareza — por si só um anátema cabalístico — não é suficiente para explicar porque os judeus, não escreveram e nem ensinaram mais a respeito deste assunto em público.
Grande parte da razão da Cabala ter sido mantida sob um manto de segredo reside no fato de que até agora simplesmente não existiam meios viáveis para ensiná-la. Somente quando os conhecimentos sobre eletricidade, física e até os princípios gerais de mecânica quântica foram colocados ao alcance do indivíduo comum, se tornou possível ensinar a Cabala num espaço de tempo inferior ao de toda uma vida.
A Cabala, que está tão distante da religião quanto a química ou a física, sempre despertou atitudes hostis tanto dos religiosos quanto dos cientistas.
Os religiosos temiam a "blasfêmia" da sua lógica, e os cientistas temiam o aspecto metafísico, que a levava além do alcance atingido então pela ciência.
Foi somente com a descoberta da lei da relatividade por Einstein, e o estudo do mundo subatômico, que foi possível aproximar os cientistas e os cabalistas.
E foi somente com a chegada da Era de Aquário — a era messiânica — que o abismo que existia entre os religiosos e os cabalistas pôde ser coberto.
Agora, pela primeira vez desde o início dos tempos, a declaração básica de fé tanto para os judeus quanto para os cristãos, que é "Amarás a teu próximo", pode ser expressa na forma de uma fórmula matemática.
 
Estes textos sobre reencarnação serão mais do que um breve esboço de dados gerais sobre o tema conforme foram revelados nas obras clássicas do misticismo judaico.
Infelizmente, estas obras antigas são tão obscuras que chegam a ser opacas. Freqüentemente, quando tento definir e esclarecer um conceito sobre reencarnação, recorro à interpretação do Zohar escrita pelo Rabino Ashlag.
Mas contentar-me em meramente repetir o que ele escreveu me deixaria, todavia, com a pergunta: quem vai explicar a interpretação do Rabino Ashlag?
Sua explicação é realmente abstrusa e, como cabalista, penso que na época em que a escreveu não havia chegado ainda o momento de se revelarem os mais profundos segredos da reencarnação.
Agora, no entanto, toda a humanidade está entrando na Era de Aquário — a Era Messiânica, na qual tanto o judeu quanto o não-judeu deverão finalmente escrever o último capítulo de sua existência.
Os segredos da Cabala, assim como os da reencarnação, devem ser revelados, e tentarei nestes textos não somente resumi-los, mas, também, interpretá-los, dando-lhes um significado tanto para o leigo quanto para o estudioso.
Ao longo deste processo, estes textos questionarão muitas noções relativas à Cabala e ao conceito judaico de reencarnação que ainda não foram aceitas.
Este questionamento e as correções que deverão se seguir são a grande tarefa confiada aos eruditos judeus de nossa geração. É uma geração de diáspora generalizada — exílio religioso e social, tanto para os judeus quanto para os cristãos.
Observamos uma grande redução numérica entre os judeus, e uma grande diminuição das congregações da igreja cristã em todo o mundo.
Penso que a falta crescente de espiritualidade das duas religiões é a responsável por isso.
Na ausência da espiritualidade, as pessoas — mais sedentas do que nunca de iluminação espiritual ou simplesmente de serem compreendidas como seres humanos — se dirigem para outras fontes a fim de encontrar explicações que outorguem sentido às suas próprias vidas e às vidas de seus familiares e de seus amigos.
Infelizmente, as fontes buscadas freqüentemente carecem de informação ou de estudo baseado nas publicações mais verídicas e que oferecem os conhecimentos mais completos, nas quais se pode encontrar o cerne da informação a respeito do assunto da reencarnação.
Com isto, evidentemente, estou me referindo ao Zohar e aos Portais da Reencarnação, do Rabino Isaac Luria, que serão citados extensivamente nestes textos.
A tarefa de reescrever este material, com o propósito de oferecer uma compreensão mais profunda da interação das forças religiosas e sociais envolvidas no estudo da reencarnação, irá gerar algumas idéias que parecerão, à primeira vista, estranhas. Porém, se quero ter êxito em seriamente contribuir para o estudo de um assunto tão essencial e tão importante, estas idéias devem ser expostas. Tentarei apresentá-las da maneira mais clara e concisa possível.
 
Qualquer texto sobre reencarnação deve primeiro formular e responder três perguntas:
I) O que é reencarnação?;
2) Onde encontrar na Bíblia argumentos em favor da reencarnação?;
3) Como alguém pode reconhecer as suas próprias reencarnações?
 
Ao responder a estas perguntas, e às muitas outras que elas inspirarão, não estarei introduzindo nada de novo.
É curioso notar que, apesar de todas as dúvidas e de toda a falta de informação a respeito da reencarnação, existem quase tantas definições do termo quanto existem autores que escreveram sobre o assunto.
E, apesar de um número muito pequeno destes autores serem judeus, é no judaísmo que encontramos a verdade sobre o assunto.
Para conhecer esta verdade devemos ir à fonte, e a fonte é a Bíblia.
Em Eclesiastes 1:4, está escrito: "uma geração vai e outra geração vem, mas a terra fica para sempre".
O Zohar revela o verdadeiro significado deste versículo: a geração que morre é a mesma que vem substituí-la.
Um indício idêntico pode ser encontrado nos Dez Mandamentos (Êxodo 20:5) onde se diz: "Os pecados dos pais são lembrados até a terceira e quarta geração".
Isso não quer dizer, como alguns erroneamente interpretaram, que D'us é tão cheio de ira que não se contenta em punir aquele que pecou, mas pune também os filhos, os netos e os bisnetos inocentes do pecador.
Quem poderia amar e venerar racionalmente uma deidade tão vingativa e cruel?
O Zohar revela que o verdadeiro significado deste versículo é que a terceira e a quarta gerações são, na verdade, a primeira — a mesma alma voltando sob a forma dos seus próprios descendentes para corrigir os pecados mencionados como os "pecados dos pais".
Exemplos deste tipo, apoiando o caso da reencarnação, são abundantes na Bíblia e vamos, no decorrer destes textos, explorar vários deles.
 
Todavia, o conceito de reencarnação não é de forma alguma exclusivo do judaísmo. A idéia prevalecia entre os índios do continente americano; e também no Oriente, a doutrina da reencarnação é bastante difundida e tem uma grande influência.
É a base da maioria dos sistemas filosóficos da Índia, onde centenas de milhões de pessoas aceitam a realidade da reencarnação da mesma forma como nós aceitamos a lei da gravidade — como uma grande e inevitável lei natural que só um tolo questionaria. De fato, os judeus não são os únicos com a necessidade e com a vontade de seguir vivendo.
Torna-se óbvio, portanto, que a reencarnação é um dos pensamentos religiosos mais fundamentais da humanidade, quase tão fundamental quanto a crença na existência de D'us.
Porém, a maior parte dos autores que escreveram sobre o tema não mostraram conhecimento da origem desta idéia. O Zohar revela claramente esta origem, e o livro Portais dla Reencarnação a desenvolve. Mas, como toda idéia de grande antigüidade, o conceito de reencarnação chegou até nós envolto numa massa de superstições e de interpretações incorretas.
A idéia da superstição é tão repelente para a forma de pensar ocidental que o valor filosófico da própria idéia da reencarnação foi desacreditado.
Afinal de contas, quem dentre nós deseja considerar a possibilidade de reencarnar como um cachorro ou de retornar numa pedra?
Todavia, por baixo de todas as fantasias está escondida uma verdade eterna e essencial.
De que outra forma esta idéia poderia ter perdurado por tantos milhares de anos? Como poderia ter atraído tantos pensadores respeitáveis?
 
A pergunta que se faz desde tempos imemoriais, e com maior insistência desde o horror do holocausto, é a seguinte: se D'us realmente existe, porque há tanta miséria no mundo?
Por que há tanto sofrimento injusto, tantas dádivas não merecidas e tantos crimes sem punição?
Por que homens com perfeita saúde ficam repentinamente cegos, crianças inocentes são atingidas por doenças graves e mães lactantes são mortas por bêbados estúpidos correndo com seus automóveis?
Devemos supor que D'us não se importa?
Será que Ele é tão impotente que não consegue mudar estas condições?
Há neste mundo recompensa para o bem e punição para o mal?
Não é necessário muita observação para responder a esta pergunta.
Com demasiada freqüência o criminoso fica solto, o inocente vai preso e o indivíduo medíocre faz fortuna.
 
A Bíblia nos fala de um tempo em que os nossos sofrimentos serão recompensados e os nossos pecados serão perdoados. Ao longo dos séculos, o judeu almeja por este mundo, e o Zohar mostra que é precisamente este desejo, este olhar sempre voltado para o mundo vindouro, que permitiu aos judeus resistirem.
Se D'us realmente criou um mundo tão lamentável quanto este parece ser, que esperança podemos ter, em nome da lógica, de encontrar algo melhor no Paraíso? Se todas as almas são iguais ao nascer, por que os destinos humanos são tão desiguais?
Será que temos que recorrer à desencorajadora doutrina da predestinação e aceitar a existência de felizes eleitos?
Por que não recebemos todos a possibilidade de desenvolver os nossos potenciais? Será que é tudo uma questão de sorte?
Será que podemos conceber a idéia de um universo ordenado no qual o processo do destino humano é deixado nas mãos do mero acaso?
Não é significativo o fato de que todos os demais mecanismos do universo são governados por leis e princípios naturais?
Neste nosso mundo, a igualdade dos homens é um mito.
Apesar dos discursos dos políticos, somos desiguais moral, espiritual e intelectualmente.
As oportunidades e as limitações parecem jogar um eterno jogo de gato e rato com os nossos planos.
Alguns possuem corpos fortes e saudáveis; outros são fracos e doentes.
Alguns possuem mentes rápidas e brilhantes; outros são lerdos e limitados.
A igualdade é negada por cada fato da natureza.
O meio-ambiente mostra apenas desigualdades.
Uma criança nascida na África está condenada desde o nascimento a uma vida de extrema penúria. Outra, nascida numa civilização avançada, goza de todas as vantagens culturais e educacionais que esta oferece.
Uma nasce num quarto escuro e sujo de uma favela.
Outra nasce numa mansão deslumbrante e será criada com a mais esmerada atenção.
Se existem almas, e se são iguais ao nascer, por que há este favoritismo?
Será que não existe uma lei ou um propósito na atribuição dos nossos respectivos destinos?
Uma pessoa pode trabalhar toda sua vida e no final acabar num miserável quarto de hospital ou de um asilo. Outra pessoa herda vastas propriedades e goza de todos os luxos do mundo como se fossem seu próprio patrimônio, ainda que possa ser um preguiçoso, um parasita ou um membro inútil da sociedade.
Por que deve ser assim?
Não seria correto dizer que é uma questão de inteligência, porque muitos homens brilhantes fracassam e muitos tolos dão a impressão de que o dinheiro lhes cresce na ponta dos dedos. Para onde quer que olhemos, o mundo está cheio de desigualdades e de contrastes inexplicáveis.
A Bíblia diz que por trás de cada acontecimento está D'us; porém é difícil demonstrar este fato quando observamos a condição do mundo.
Pelo contrário, o caos moral parece mais evidente do que a ordem moral.
Não é de causar surpresa, portanto, que judeus e cristãos em todo o mundo estejam abandonando as suas sinagogas e as suas igrejas em números cada vez maiores.
O judaísmo e o cristianismo, em seu presente estado, estão ambos fracassando porque nos tornamos convencidos de que Adão jamais existiu.
O que se faz necessário hoje em dia é uma chave-mestra que nos abra as portas deste aparente caos, e que nos permita encontrar a ordem dentro dele.
A reencarnação, despojada de superstições e de meias verdades, pode ser esta chave.
A importância deste trabalho é o fato de que apresenta a verdade vital da reencarnação.
É surpreendente a rapidez com que pessoas sérias têm chegado a considerar favoravelmente esta noção.
Foi apenas nos últimos poucos anos que a reencarnação começou a ser considerada com seriedade, e só mais recentemente ainda passou a ser parte funcional de nossas vidas.
Hoje em dia, é razoável afirmar que milhões de pessoas no mundo ocidental consideram a reencarnação como a explicação lógica para os diversos problemas sociais, religiosos, humanísticos e ambientais.
Esta aceitação se estendeu bem além dos limites da Cabala original.
Há uma ampla oferta de cursos sobre este tema, com excelente aceitação.
Pelo fato de seus professores não conhecerem a Cabala, a maior parte destes cursos capta apenas uma fração da estrutura.
Todavia, aquilo que foi oferecido se tornou instrumental para melhorar a vida de muitas pessoas.
O conceito da reencarnação é uma ferramenta racional para lidar com os mais desconcertantes problemas humanos, tanto na comunidade judaica quanto na não-judaica, e por isso não existe poder igual para convencer, iluminar e inspirar.
Infelizmente, poucas pessoas se preocupam em analisar as suas próprias opiniões acerca dos problemas que afligem o mundo. Se o fizessem, ficariam surpresas em ver quantas explicações são aceitas como verdade sem se fazer nenhum questionamento.
Por exemplo: quando uma criança nasce, damos como certo o fato de que a sua consciência foi criada junto com o seu corpo, que o aspecto interior do indivíduo, que chamamos de alma, está presente e que, inevitavelmente, estará presente durante toda a sua vida. Por que aceitamos a proposição de que o elemento interno dentro de nós determina as nossas ações?
No meu livro "Introdução à Cabala" explico porque tal noção é logo aceita, sem nenhum pensamento além do que parece óbvio.
Explicando de forma sucinta, as coisas acontecem da seguinte maneira:
Em uma criança, pode se perceber o desenvolvimento da consciência — a mente, e a sua evolução com o decorrer do tempo. Constatamos o desenvolvimento da mente paralelamente ao do corpo. Na velhice, a consciência e o conhecimento desaparecem subitamente com a morte do corpo.
Portanto, parece razoável assumir que havia alguma coisa interna que, apesar de não poder ser percebida, devia existir.
Alguns poderão argumentar que o cérebro produz a consciência, e que muito daquilo que acreditamos ser interno foi de fato produzido pelo cérebro físico. Porém, esta não é, de forma alguma, a única explicação possível.
O crescimento de uma criança nos seus primeiros anos é tão extraordinário, levando em conta o seu curto tempo de vida, que realmente não é possível dizer que houve um desenvolvimento apenas a nível físico.
Quando o instrumento é destruído e a consciência não pode mais se expressar fisicamente, será que isto implica no desaparecimento da mente e da alma? Definitivamente, não!
A alma de uma pessoa não é mais dependente da existência do cérebro do que um músico é dependente da existência do seu violino, embora ambos os instrumentos sejam necessários para a expressão musical no mundo físico.
Só quando conseguimos entender completamente este ponto de vista é que podemos começar a abordar o estudo da reencarnação.
A consciência humana existia antes do nascimento e, por consciência humana, quero dizer a alma.
Este é o primeiro fato fundamental da reencarnação.
No decorrer destes textos, tratarei de demonstrar claramente que a morte só afeta o corpo.
A alma vive eternamente.
É a falta deste elemento de compreensão que nos impede de ter uma visão global de nós mesmos, de forma objetiva, ao invés de meramente observarmos os eventos enquanto eles passam pelo palco de nossas vidas, e percebê-los como partes desconexas de uma cena que se estende por um escasso período de 70 a 120 anos.
Minha intenção não é provar que a reencarnação é um fato da natureza, apesar de existirem várias evidências que confirmam tal proposição. Quem quer que sinta a necessidade de uma comprovação estritamente científica precisa perceber que, à medida que sondamos mais profundamente o universo subatômico de nossa existência, constatamos que a comprovação científica do que quer que seja se torna virtualmente impossível.
A mecânica quântica, e o agora cientificamente respeitado "princípio da incerteza", se encarregaram disso.
Essencialmente, a verificação não depende do acúmulo de provas mais sólidas da reencarnação, mas sim de se persuadir os céticos a aceitarem aquilo que já se tornou conhecido.
Como trabalham realmente os cientistas?
Se examinarmos a metodologia adotada pelos ganhadores do prêmio Nobel, constataremos que o progresso do conhecimento científico raramente é uma seqüência nítida, desde a predição teórica até a observação da prova.
Antes, foi a imaginação, o súbito relâmpago de intuição, que produziu os maiores avanços no meio da comunidade científica.
A ciência nunca foi um acúmulo de fatos conhecidos, nem nunca foi um conjunto de temas relacionados a fenômenos naturais. Ao contrário, a ciência é um método que nos permite descobrir como funciona o nosso universo através da apresentação de teorias e da tentativa de então se verificar estas teorias através da observação e da experiência.
Entre o mundo abstrato das hipóteses e o mundo real da observação haverá sempre uma tensão contínua, e às vezes até conflitos.
Essencialmente, os cientistas de destaque poucas vezes esperaram até que as questões fossem levantadas. Em vez disso, fizeram novas descobertas tateando bem adiante dos seus processos mentais.
Tendo observado que a condição social de muitas pessoas lhes impossibilita considerar a evidência da vida após a morte com um olhar imparcial, penso que uma nova abordagem deve ser adotada.
Assim como é impossível convencer a um homem cego de que existem estrelas, se ele já está convencido de que o céu é como um lençol opaco e escuro, do mesmo modo pode parecer impossível transpor os preconceitos que a própria idéia da reencarnação desperta em muitas pessoas. Todavia, se por uma intervenção cirúrgica pudéssemos devolver a visão a este cego, não seria mais necessária nenhuma discussão adicional.
Estes textos são oferecidos, então, como uma tentativa de popularizar um procedimento operacional que irá tornar as pessoas capazes de abrirem o olho de sua visão interior e, ao fazê-lo, compreenderem que o homem é uma criatura que pode atingir um estado de existência mais exaltado.
Como já expliquei em Introdução à Cabala não se trata aqui de uma questão religiosa.
A reencarnação não é uma questão de fé ou de doutrina, mas de lógica e razão. Entretanto, a Bíblia é a sua principal fonte.
Nestes textos, irei apresentar não apenas informação existente sobre este assunto, mas também, pela primeira vez, material de novas fontes, para demonstrar que a reencarnação é um fato essencial da vida, seja qual for a crença ou a doutrina sob a qual esta vida é vivida.
Os múltiplos desenvolvimentos da reencarnação irão proporcionar a todos os homens e mulheres uma das razões centrais de suas existências.
E irá explicar o motivo de nosso comportamento.
 
Por: Philip Berg