A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

“O maior truque do Oponente é nos convencer de que ele não existe.”

Zohar Trumah 66 – “com todo teu coração, com toda a tua alma, e com toda a tua força”

Comenta Rav Berg: 
O maior truque do Oponente é convencer ao homem que ele não existe. Como consequência disso, acreditamos que nossos desejos autoindulgentes, nossas aspirações furtivas e nossa tendência egocêntrica se originam no interior de nosso ser. Isso é um erro. É uma forma de nos convencer que nosso inimigo é alguma outra pessoa ou um problema externo, ao invés de nossa natureza incerta e não domada. Enquanto isso, ele se oculta nas sombras de nossas mentes, nos recônditos escuros de nosso ser, de forma que nunca reconheçamos sua existência.

Na verdade esses desejos egoístas e negativos, esses pensamentos de incerteza são implantados em nosso interior pelo Oponente. O Zohar aqui nos revela o motivo profundo para sua existência: dessa forma, o homem, através do próprio esforço, pode triunfar sobre ele, rejeitando os prazeres momentâneos e ilusórios do Oponente, a favor da Luz do Criador, eterna e autêntica. Dessa forma o homem pode tornar-se a causa e o criador de sua própria Luz. Expressa a natureza divina que existe em nossa alma.

Entendemos assim o papel do mal no mundo, talvez a pergunta mais perplexa e perturbadora de todas as questões teológicas. Ativamos nossa capacidade de reconhecer nossa Má Inclinação como uma entidade distinta e separada, sem ligação alguma com a consciência de nossa alma.

Quando favorecemos a Luz e ela extingue a escuridão, exterminamos a verdadeira raiz do mal. Ao realizarmos esse ato, nos tornamos os causadores e criadores de nossa própria Luz: essa ação é nosso propósito no mundo físico.

669 – Aprendemos que “com todo o teu coração” (significa) com dois corações, que são as duas inclinações, a Inclinação Divina e a Má Inclinação. Dessas duas, que são chamadas “coração”, uma é chamada de “bom coração” e outra é chamada de “mau coração”. Portanto, “teu coração” (com dois Beth e não com um Beth) revela os dois, a Inclinação para o Bem e a inclinação para o Mal.

671 – Se perguntares: Como é possível para uma pessoa amar o Santo Abençoado Seja com a má inclinação? Pois a Má Inclinação trabalha para que a pessoa não se aproxime do Sagrado, então como é possível amar a Ele através dela? (Resposta): Há uma forma ainda mais preciosa de servir ao Santo Abençoado Seja, pois quando a Má Inclinação é dominada pela pessoa, esse é o amor pelo Sagrado. Porque a pessoa sabe como persuadir a Má Inclinação para servir o Santo Abençoado Seja.

*
"A Luz mais brilhante é a que brota da escuridão."

A linguagem do Zohar é sempre em códigos, porém escanear essa porção nos traz a habilidade de entender que por um lado, o mal não está fora de nós, e por outro, a Má Inclinação que se esconde em nosso interior, não faz parte de nossa alma divina, comporta-se como uma outra entidade, oculta em nós, mas que na verdade não faz parte de nossa alma original divina.

O inimigo está dentro de nós, mas não SOMOS nós. Essa é a chave de nossa missão nessa vida, seja ela qual for.


Rav Berg

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