A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sexta-feira, 20 de março de 2020

O poder do riso

O riso cura. Porque aquilo do qual pudermos rir, não mais nos machucará.
A atriz e autora Carrie Fisher, que Deus dê descanso a sua alma, disse certa vez: “Se minha vida não fosse divertida, seria verdade - e isto é completamente inaceitável”. Isto veio de uma mulher cujo pai a deixou quando ela tinha dois anos de idade. Uma mulher que sofreu toda a vida por vício em drogas, diagnosticada como bipolar e que foi internada numa instituição de tratamento mental, onde ficou por seis dias sem dormir.

Independentemente das estilingadas e flechas que a vida atirou na senhora Fisher, há uma coisa que ela nunca perdeu: seu senso de humor sobre si mesma. Ela foi uma escritora e comediante loucamente engraçada, com uma sagacidade que rivalizava com a de Dorothy Parker e Oscar Wilde. Ela encontrou caminhos para transformar suas doenças em comédias, zombando de sua vida e de si mesma em tudo, desde uma série de livros a seu show de stand-up na Broadway. Para Carrie Fisher, a perspectiva engraçada era a única válida a ter.
Menciono isto porque acredito que a porção desta semana nos convida a não nos levarmos tão a sério - uma tarefa difícil, até para os mais espiritualizados de nós. A história de Bo contém as três pragas finais pelas quais o Faraó passou, porque ele não libertava os israelitas. A tradução literal tem sido objeto de debate entre os estudiosos da Bíblia por séculos, ao inferir que o Criador estava fazendo uma espécie de travessura com o Faraó… Uma travessura? Uma travessura onde gafanhotos,  sapos, insetos e granizo causam estragos a uma nação inteira? Como tais desastres poderiam ser referidos como uma travessura? Felizmente, o Zohar joga alguma luz sobre o tema, revelando que o Faraó é uma palavra-código para nosso Ego, o Desejo de Receber para Si Mesmo.

O Criador “fazendo uma travessura” com o Faraó é uma indicação para nós de que não devemos levar nosso ego tão a sério.
O Ego aparece de diferentes maneiras. Às vezes, nosso ego nos diz que somos a melhor pessoa do mundo, e às vezes que somos a pior. De um modo ou de outro, são dois lados da mesma moeda; pois nos dois casos acreditamos que a voz está nos dizendo a verdade. O Ego nos mantém presos em nossas mentes, pensando que sempre estamos certos. Raiva, tristeza, frustração, arrogância, orgulho e culpa são todos os tons variados da mesma cor: estar profundamente envolvidos em nós mesmos.

São nestes momentos em que estas emoções movidas pelo ego vêm rapidamente é que o riso pode nos salvar mais. Rir pode liberar a prisão do ego em nossos pensamentos, abrindo espaço para vermos além da visão limitada que pensamos ser a verdade. Rir pode nos tirar de um surto de tristeza, lembrando-nos como a vida pode ser engraçada e bela. O riso pode nos salvar do nosso ego. Ele pode nos salvar de nós mesmos.
Vamos fazer um pacto de não deixar nada roubar nosso senso de humor pelos próximos sete dias. Quando errarmos, em vez de ficarmos abatidos ou perturbados, vamos tentar rir de nós mesmos. É apenas um erro, e é por isso que Deus colocou borrachas nos lápis - porque somos inclinados a errar! Quando nos sentirmos aborrecidos por alguma coisa ou por alguém, e se tomarmos um momento para perceber quão pequena é a situação, ou como estamos sendo tolos, o cenário pode evoluir de frustrante para divertido.
A habilidade de rir de si mesmo pode não ter curado Carrie Fisher da bipolaridade, mas o que realmente fez foi dar a ela uma forma de trazer alegria para a vida de muitas pessoas. Ambas, Carrie Fisher e sua mãe, Debbie Reynolds, tinham suas batalhas próprias, e ainda assim usaram sua dor como o alicerce para deixar alguma coisa positiva no mundo.
Nesta semana, quando o sol brilhar no nosso dia, vamos rir, e quando a escuridão vier, iremos rir ainda mais alto. Que esse riso possa criar alguma coisa para o mundo que o torne um pouco mais brilhante porque estamos nele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário