A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Novos tempos, novas posturas

Neste tempo de ano novo renovam-se as esperanças e a expectativa de que “neste ano as coisas serão bem diferentes”.
Mas o que está por vir a ser, na maior parte das vezes é apenas uma reprodução sistemática do que sempre foi.
Essa é nossa tendência ao descanso.
Mas o furor de esperanças renovadas não costuma passar de janeiro.
Isso normalmente se repete a cada ano, quase sempre da mesma forma.

Acreditamos inaugurar uma “mudança legítima” por termos começado o ano com o “pé direito”. Mas o pé, geralmente se destina a cumprir o mesmo caminho e ir na mesma direção.
Somos escravos da repetição disfarçada de transformação.
A verdade é que normalmente o eu não inaugura nada de novo.
Estamos sempre sendo.
Mas, o primeiro momento é sempre o futuro (projeção).
O homem é sempre projetado para um possível. E este estar voltado para o futuro é o começo de tudo.
O que destina o destino é o que tem sido.
Mas essa é a grande dificuldade do mundo moderno.
O homem moderno pensa a existência como sendo algo atual.
Mas o “atual” nunca existe. Tudo o que existe é um algo projetado.
Esse é um dos grandes mistérios do nome do Sagrado.
Para os neviim, o nome Yihavehá poderia ser traduzido por “Serei”.
Essa é a onipotência do vir à ser.
Somos criados pelo “vir à ser”, permanente, eterno.
Nós somos sempre um ser projetado, e é isso que me permite mudar.
Só nos tornamos capazes de mudar quando mudamos o nosso “projetado”.
E eu só mudo o meu projetado quando mudo o que venho sendo.
Isso não se dá de forma instantânea e nem é ativado por um estalo enigmático. Isso não é ditado pelo atual.
É fruto de tempo e serenidade.
Espiritualidade é isso, uma retomada de lucidez quanto ao seu “projetado”, o seu “vir à ser”.
Espiritualidade não é “chave para felicidade” ou “caminho para o sucesso”. Espiritualidade arriscar-se em outro campo “projetado” da existência, é um projeto de vida.
E a única coisa que esse projeto de vida pode lhe conceder é liberdade.
Arrisque-se!
Por: Mario Meir

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