A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Sua Escolha

O Rambam (Maimonides) escreve:
“Toda pessoa é adequada para ser justa como Moshé nosso mestre, ou perversa como Yerovam... Não há ninguém que a force, decrete sobre ela ou a conduza a um destes dois caminhos.
Ao contrário, é ela, por sua própria iniciativa e pensamento, que tende ao caminho que deseja...”.
 
Este princípio é um conceito fundamental e um pilar [sobre o qual se apóia] a Torá e seu(s) mandamento(s), como está escrito:
“Veja! Eu apresento perante vós, hoje, vida [e bondade, morte e maldade]”... isto é, a escolha é vossa.”
(Devarim 30:15)
 
Qualquer um dos atos que um mortal deseje fazer, ele pode fazê-lo, seja bom ou mau...
O Criador não força ou decreta que as pessoas devem fazer o bem ou o mal.
Ao contrário, tudo é deixado à sua [própria escolha].
 
D'us não criou o homem para que este agisse como um robô.
Em vez disto, Ele lhe deu o livre arbítrio, o que o distingue de todas as outras formas de vida.
Todas as outras criaturas são regidas pelas leis da natureza.
O homem, ao contrário, tem o poder de controlar sua conduta e agir de acordo com sua própria iniciativa.
 
O exercício do livre arbítrio reside no coração de nosso serviço Divino.
Nós temos a opção de realizar a vontade de D'us ou de ignorá-la.
Nosso desafio é o de “escolher a vida”, vivendo nossas vidas como Ele deseja que elas sejam conduzidas.
Em particular, dois tipos de escolha positiva são esperados de nós:
 
a) Obediência às mitzvot (mandamentos) da Torá.
D'us nos deu um conjunto multifacetado de ações que somos obrigados a praticar, e outras que nós somos proibidos de praticar. Às vezes, praticar as ações exigidas de nós ou respeitar as proibições impostas sobre nós envolve conflitos interiores, pois fazer ou não fazer uma determinada ação pode ir de encontro às nossas tendências e desejos naturais. Nosso poder de escolha nos permite controlar e negar qualquer obstáculo interior que possa atrapalhar o cumprimento da vontade de D'us.
 
b) Moldar nosso caráter para que este se conforme à vontade de D'us, mesmo quando não há nenhum mandamento explícito para assim fazê-lo.
Explicando:
Existe todo um mundo de atividades referidas como reshus, “o que é permitido”.
Não nos é dito o que devemos fazer nem o que devemos evitar.
Mas isto não significa que não haja um modo de conduta Divino apropriado para estas atividades. A iniciativa, entretanto, é nossa.
Devemos nos esforçar para descobrir a vontade de D'us e, então, moldar nosso caráter da forma adequada.
 
Estes dois ímpetos estão refletidos na mishnah:
 
“Faça da Sua vontade a tua vontade, para que Ele cumpra a tua vontade como se fosse a Sua vontade. Ponha de lado a tua vontade por causa da Sua vontade, para que Ele ponha de lado a vontade dos outros perante a tua vontade”.
 
“Por de lado a tua vontade por causa da Sua vontade” se refere ao desafio de abrirmos mão de nossos próprios desejos para podermos obedecer aos mandamentos de D'us.
 
“Fazer da Sua vontade a tua vontade” se refere ao desafio maior de moldarmos o nosso caráter para ele reflita e expresse a vontade de D’us, mesmo em situações onde o mandamento de D'us não é explícito.
 
Por Rabbi Eli Touger (Adaptado de Sefer HaSichos 5749, Vol. II, p. 536ff)

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