A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Encontrar o Vazio

Como faço para abrir os portões que estão fechados para mim?

Algumas pessoas acham que basta pensar positivo
Alguns presumem que devemos aceitar que não podemos abrir alguns portões e que devemos simplesmente seguir em frente.
Outros ainda vão discutir o conceito com seus terapeutas.
O que importa é que todos nós queremos progredir.
Queremos estar diferentes no ano que vem, e até mesmo daqui a alguns meses, de como somos hoje.
Nós queremos realmente mudar, não apenas ser pessoas diferentes em nossas vidas, mas ser de fato outra pessoa.
Mas se não destrancarmos esses portões, nem todo o pensamento positivo do mundo vai conseguir nos ajudar.
Então, aqui vai uma fórmula para romper os cadeados desses portões.

Encontre o seu vazio.

Rav Ashlag explicou que quando o mundo foi criado, ele foi criado com espaço vazio (“chalal panui” em hebraico) para ser preenchido pelas criações do mundo.
Nós nascemos com esse vazio e a nossa função neste mundo é preencher esse vazio.
Isso faz parte do pensamento da Criação.
Nós viemos para este mundo com um vazio específico.
Às vezes achamos que se seguirmos adiante esse vazio será preenchido, mas não é assim.
Nós precisamos descobrir o que é que fazemos – qual é o nosso vazio – a raiva, depressão, a culpa.
Não estou sugerindo que passem horas e dias no divã de alguém.
Precisamos focar energia em progredir em nossas vidas, mas não sem saber o que pelo caminho está nos impedindo.
Pergunte:
Como o meu vazio me serve?
Nós sempre obtemos algo do nosso vazio.
Todos nós somos pessoas egoístas, não há como negar isso.
Devemos estar obtendo alguma coisa do vazio. Fazemos ou deixamos de fazer coisas porque há uma recompensa.
Há sempre uma recompensa.
Mesmo se magoarmos outras pessoas, de alguma forma nós nos beneficiamos.
Há até um benefício em não fazer nada.
Nós podemos estar com medo; podemos achar que não conseguimos, que nossa tarefa está além do nosso alcance, nós podemos fracassar de propósito – por acharmos que não merecemos avançar mais.
Nós podemos estar nos sabotando para nos sentirmos incapazes de seguir adiante, ou podemos estar cometendo erros de propósito que irão impedir o nosso crescimento.
Pense nisso desta forma: se você não recebesse nenhuma energia, você não iria para esse vazio (raiva, depressão, culpa, etc.).
Todos nós queremos energia o tempo todo. Nossa característica divina é um ímã de energia.
Infelizmente, parte dessa energia é boa, mas a maior parte é ruim.
Nós todos sentimos a atração da energia negativa; afinal, é energia... E depois...
Descubra do que estamos abrindo mão por essa energia.

Na cabala, falamos de oportunidades perdidas.
E os anos dos quais abrimos mão, os quais perdemos de bom grado em busca da energia negativa?
Isso também não é uma oportunidade perdida?
Imaginem se não passássemos horas por semana naquele lugar para onde vamos. A enorme quantidade de horas e anos dos quais abrimos mão porque estamos recebendo algum tipo de prazer, algum tipo de Luz, energia, algo – tudo isso do vazio.
Não são apenas poucos gramas.
Nem mesmo poucos miligramas.
São toneladas de energia.
E o que obtivemos ao abrir mão dessa energia?
Nada.
Esta é a verdadeira oportunidade perdida.
Todos nós temos esses espaços para os quais acabamos indo, e se juntarmos todo o tempo passado no vazio, ficaríamos deprimidos só de pensar nisso.
Nós ficaríamos zangados com nós mesmos por causa disso e acabaríamos abrindo mão de mais alguns anos.
Nós precisamos dar esses três passos.
Nós podemos ouvir a Torá, escanear o Zohar, meditar abundantemente, mas se amanhã voltarmos àquele lugar, àquele mesmo vazio e recebermos a mesma energia, nada terá realmente mudado.
Nada.

Algo que podemos fazer nesta semana que entra é focar nesses três itens.
- Nós precisamos encontrar o vazio, para onde vamos exatamente;
- Nós precisamos encontrar a energia que tiramos disso; e o que é mais importante,
- Precisamos sentir do que abrimos mão por ela.
Este é um dos aspectos da jornada que é difícil de se fazer sozinho – mas faça-o com alguém – um mentor, professor, companheiro.
É uma daquelas coisas que precisamos consertar para podermos progredir.
Lembre-se, cada segundo que passamos no nosso vazio é tempo que não passamos progredindo

Por: Yehuda Berg


(repasse Marcelo Veneri)

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