A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 27 de novembro de 2010

Inúmeros Quilômetros Adiante

Quem somos nós, realmente?
Nosso corpo físico do 1% não é quem realmente somos.
Como sabemos disso?
Podemos retirar o coração de uma pessoa, substituí-lo pelo coração de um doador e a pessoa vai continuar a mesma que era de antes da operação.
Muitos órgãos internos podem ser substituídos. E, mesmo assim, continuamos amando as mesmas pessoas, os mesmos passatempos e as mesmas comidas.
Por outro lado, uma pessoa pode passar por um trauma – físico, mental ou emocional – e nunca será a mesma.
O corpo físico não mudou, ou talvez a mudança seja invisível a olho nu, e a pessoa pode estar completamente diferente.
O interior de uma pessoa pode mudar e ela permanecer a mesma, mas quando alguma coisa lhe acontece – provocada por uma força exterior – ela muda totalmente.
Muita coisa acontece a uma pessoa no decorrer de sua vida.
Mas uma coisa é certa, a pessoa que somos hoje não é a mesma que fomos antes.
Então, quem somos nós?
A idéia que quero passar é a de que mesmo a pessoa que você é hoje não é seu verdadeiro eu.
Seu verdadeiro eu é alguém que você está trabalhando para ser.
Mesmo se eu tiver trabalhado em mim mesmo por 20 anos, eu nunca posso achar que atingi meu eu final.
Aos 80 anos de idade, Moisés já tinha revelado uma enorme quantidade de Luz; ele já era um justo. Ele havia testemunhado o arbusto ardente, falado diretamente com o Criador e muito mais.
Ele já era um líder, mas só atingiu seu eu final quando esteve no Monte Sinai.
Rav Ashlag, o fundador do Kabbalah Centre, tinha uma vida cheia de estudo e ensino, mas só atingiu seu eu final quando escreveu o comentário Sulam (Escada) sobre o Zohar.
Mas mesmo depois de se tornar seu eu verdadeiro, ele continuou a escrever.
Ele continua a fazer seu trabalho hoje porque estamos seguindo seu caminho. Aquelas 15 pessoas com quem ele estudou há 100 anos, era esse seu verdadeiro trabalho?
Imagine se ele tivesse pensado assim!
Ele escreveu que homens, mulheres e crianças deveriam estudar cabala, mas na época dele apenas homens judeus religiosos estudavam cabala.
De alguma forma, ele sabia que seus ensinamentos deveriam ser para o mundo todo... E até esses ensinamentos alcançarem o mundo todo, ele ainda estaria trabalhando em direção ao seu eu final, ainda que dos Mundos Superiores.
Rav Shimon também sabia que ele se tornaria seu eu completo muito depois de o Zohar ser escrito.
Esse processo só começou 300 anos depois de seu falecimento quando seus alunos colocaram no papel seus ensinamentos. E só 1.200 anos depois do seu falecimento a bola realmente começou a rolar...
O que quero dizer é que não podemos nos apegar à pessoa que somos hoje.
A pessoa que somos hoje está nos conduzindo ao caminho que devemos tomar para descobrir quem devemos ser.
Mesmo quando a vida lhe trouxer sucessos, grandes ou pequenos, não coloque o pé para cima e relaxe.
Saiba que conquistou uma etapa, mas há inúmeras etapas adiante.
Esta semana, veja onde você está e para onde está indo.
Tenha certeza de uma coisa, você ainda não chegou lá.

Por: Yehuda Berg

(Repasse Marcelo Veneri)

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