A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


segunda-feira, 20 de junho de 2011

“Tens Razão… e Depois?”


Qual é a tua intenção?
Todos temos mentes sãs e lógicas, que nos foram dadas por uma razão.
A Luz quer que nos agarremos ao que é certo e para exprimir a nossa alma.
Mas ao mesmo tempo, temos sempre que reconhecer que as nossas opiniões são baseadas no 1%.
E geralmente a maioria delas cria separação.
As nossas opiniões estão agarradas às nossas razões egoístas, inconsciente como são, e não vemos o todo.
A Tora é feita de códigos com significados que podemos aplicar à nossa vida, agora. Existe uma história que fala desta verdade.

Esta história ocorre há milhares de anos, quando os Israelitas estavam a percorrer o deserto.
Moisés tinha acabado de receber as instruções de Deus no Monte Sinai, e estava no processo de as ensinar à nação de Israel de forma a canalizarem a Luz da Imortalidade para o mundo todo.
Moisés tinha dado a posição mais elevada a um membro da sua família.
O seu irmão, Aaron, foi tornado Sacerdote.
Com o tempo, isto começou a preocupar um dos líderes tribais, Corach.
Ele era um homem rico, espiritual e respeitado, mas também cabeça da tribo de Levi, e portanto sentiu que estava no direito de ser o Sacerdote da nação.
Moisés pediu à Luz uma resposta e no final, Corach e os insurgentes foram engolidos pelo chão.
É uma história direta e simples.
E é a forma como tem sido contada ao longo da história.
Um homem mau tenta fazer uma coisa má e acaba mal.
Mas cabalisticamente, é tudo menos simples.
Os sábios ensinam que quando Corach veio argumentar com Moisés ele não estava apenas a ter um argumento sobre o ego, sobre quem teria a função mais importante.
Houve um despertar espiritual muito importante que Corach tentou trazer.
Tanto que quando Corach veio para Moisés, os anjos não sabiam de que lado deveriam estar.
Imaginem, mesmo os anjos não sabiam quem estava certo!
Corach era uma alma tremenda, tão grande que não conseguimos começar a imitar. E o motivo por que Corach se permitiu ter esta discussão com Moisés foi porque ele sabia a verdade da sua alma.
Corach sabia que o seu coração estava a despertá-lo para discutir com Moisés, deveria ser uma mensagem verdadeira que ele tinha que ouvir.
Mesmo Rav Ashlag escreve sobre a correção da discussão de Corach.
Como ele diz, não só Corach estava certo, como não havia respostas lógicas para as suas cargas.
Qual é a lição?
Se Corach estava tão certo, porque é que ele morreu?
 
Corach apenas pensava nele e naquilo que ele queria ganhar.
Quando partimos do sítio “errado” – rancor, egoísmo, insegurança, dor, raiva – é garantido que magoamos os outros e a nós próprios.

No final do dia, esta é a maior lição de Corach: as nossas opiniões criam separação.
Podemos encontrar todas as razões e justificações para as nossas opiniões estarem certas – tal como Corach fez.
Mas se elas causam dor ou separação… não vale a pena.
Não vale mesmo a pena.
 
Por: Michael Berg

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