A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Eterno e Verdadeiro Amor

“Yaakov amou Rachel. Ele disse (para o pai dela Lavan) eu trabalharei para você por sete anos, em troca de sua filha mais nova Rachel... Yaakov trabalhou por Rachel por sete anos, mas para seus olhos pareceu somente como alguns dias, porque ele a amava”.
 
Não é freqüente que a Torah discuta amor.
Conseqüentemente, quando encontramos tais passagens, nós devemos focá-las e assim procurar aumentar tanto quanto possível a nossa compreensão do amor. Amor é uma ideia universal.
A maioria das pessoas acredita que sente ou que já tenha sentido amor.
Mas, como esta passagem mostra claramente, o que nós pensamos ser amor e o verdadeiro amor, não deve ser a mesma coisa.
De fato, devem mesmo ser completamente opostos!
Quando uma pessoa ama alguém anseia estar com ela, um dia de ausência é sentido como anos.
Mas, como a Torah diz, no caso de Yaakov, o oposto era verdadeiro.
Embora ele estivesse separado de Rachel por sete anos, “mas para seus olhos pareceu como somente alguns dias, porque ele a amava”.
 que isso significa?
Se ele a amava, os anos devem ter sido sentidos como séculos.
Embora estejamos tentando explicar de uma maneira espiritual o que o amor verdadeiro significa, o conceito não é fácil de ser compreendido.
Como o Rabbi Ashlag diz, o que nós verdadeiramente não compreendemos e não sentimos, não pode verdadeiramente ser entendido por nós.
Conseqüentemente, é difícil entender como o amor verdadeiro é na realidade, pois muitos de nós nunca realmente o sentimos..
Se sairmos com somente uma lição desta passagem, certamente será que perceberemos como amor e amor verdadeiro são duas coisas totalmente diferentes. O Rabbi Yehuda Leib Chasman usa o sentimento da misericórdia e do interesse que podemos sentir por outros como um exemplo da diferença entre sentimentos verdadeiros e sentimentos egoístas por outros.
Há pessoas que são naturalmente plenas de misericórdia pelos outros.
Elas não suportam ver alguém sofrer.
Embora esta seja uma qualidade admirável, a realidade é que este sentimento de misericórdia está centrado em torno de seus “eus”.
Incomoda-as ver que outros sofrem e elas querem conseqüentemente ajudar outras pessoas aliviando essa dor e sofrimento.
Esta é certamente uma natureza maravilhosa, mas a realidade é que faz com que a pessoa se sinta melhor quando é misericordiosa para com outros.
Em outras palavras podemos dizer que basicamente ela está sendo misericordiosa para si mesmo.
A mesma ideia é verdadeira com respeito ao amor.
Em seu núcleo, na maioria das vezes quando as pessoas se referem ao amor, esse amor está enraizado em seu amor por elas mesmas.
Isto pode ser esclarecido com uma parábola:
Um homem vai a um restaurante.
O garçom pergunta a ele o que ele gostaria.
Ele responde que ama peixe.
O peixe é cozido e então cortado.
O homem então prossegue e come o peixe.
Isso é amor?
É esta a maneira que tratamos algo que amamos?
Este homem não ama o peixe.
Ele ama a si mesmo, ele ama saciar-se com o peixe.
Embora a história pareça meio tola, ela revela uma lição muito importante.
Todos nós usamos a palavra amor.
Nesta história torna-se claro que, mais freqüentemente do que imaginamos, quando usamos a palavra amor com respeito a outros , na realidade significa amor por nós mesmos.
 
Em outras palavras, nós amamos o que essa pessoa faz por nós, a maneira pela qual ela nos faz sentir.
No final das contas, nós realmente não amamos aos outros, mais exatamente amamos a nós mesmos.
 
O que nós sentimos freqüentemente como amor pelos outros é realmente uma extensão de nosso amor por nós mesmos.
Conseqüentemente, quando nós amamos, é realmente o “eu” que nós amamos. Quando nós estamos separados do que quer que preencha o nosso “eu”, ficamos perturbados e mal podemos esperar para a separação ter um fim: um dia parece como um ano.
Rabbi Yehuda Leib Chasman explica que o amor espiritual verdadeiro está acima e além do tempo.
Tempo não afeta o amor verdadeiro, pois eles não existem no mesmo plano.
Este é o amor que o Yaakov sentia por Rachel.
Era amor verdadeiro e não foi influenciado pelo tempo.
Este é o significado da Torah quando diz, “para seus olhos pareceu como somente alguns dias”, pois seu amor era verdadeiro, e, conseqüentemente, além dos limites do tempo.
Em poucas palavras a Torah revela o que fez o seu amor assim tão especial, “por que ele a amava” - seu amor não era egoísta, era o amor mais verdadeiro que alguém poderia ter por uma outra pessoa.
 
Esta explanação pode não ser fácil de compreender.
Vamos então cristalizar a lição básica, a qual podemos esperançosamente começar a utilizar em nossa vida.
Se nós quisermos nos desenvolver espiritualmente, se nós quisermos começar verdadeiramente a amar outros, nós devemos seguir um processo de dois estágios. Primeiramente devemos ter um tempo para pensar e perceber como muitos do que nós pensamos como sendo amor para outros é verdadeiramente uma extensão de nosso próprio amor egoísta.
Em seguida, devemos tentar nos focar amando os outros, pelo que eles são, e não pelo que eles façam por nós, quer física, ou espiritualmente.
Esta transformação do amor egoísta em amor pelos outros, não é tão simples assim.
Toma tempo e esforço, mas a recompensa deste processo é verdadeiramente amar outros.
Quando alcançamos esse nível do amor, então é o final para esse amor ser eterno, além do tempo e do espaço.
Todos nós podemos ter o mérito de alcançar o amor eterno e verdadeiro.
 
Por: Michael Berg

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