A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


domingo, 22 de abril de 2012

A Erva Amarga


O Rebe Nachman contou a seguinte história:
 
Era uma vez um judeu e um alemão, ambos desempregados, que viajavam juntos„ O judeu disse ao alemão para fingir que era judeu (já que o alemão e o iídiche são línguas relativamente parecidas), para que os judeus tivessem pena dele.
Como a festa de Pêssach (a Páscoa judaica) estava chegando, ele ensinou ao alemão como se portar ao ser convidado para um Sêder (a ceia dessa festividade). Ele explicou que eles faziam o Kidush (santificação) com o vinho, que lavavam as mãos e assim por diante.
A única coisa que ele esqueceu de mencionar foi sobre comer o Maror, uma erva amarga.
O alemão foi convidado para jantar numa casa e, faminto, mal podia esperar por todas as iguarias que seu amigo judeu lhe descrevera.
A primeira coisa que lhe deram para comer foi um pedaço de aipo mergulhado em água e sal.
Em seguida, começaram a recitar a Hagadá (livro que narra o êxodo do povo hebreu do Egito) e ele ficou lá, esperando pela comida.
Quando a matsá (pão ázimo) foi finalmente servida, ele ficou muito feliz.
Logo em seguida, serviram-lhe um pedaço de raiz forte como erva amarga.
Ela estava extremamente amarga, e o homem achou que aquilo seria a refeição. Ele saiu correndo da casa, com a boca amarga e cheio de fome.
— Malditos judeus! Depois de toda aquela cerimônia é só isso que eles me servem?
 
Ele foi para a sinagoga e adormeceu.
Mais tarde, seu amigo judeu chegou feliz e saciado de sua ótima refeição.
— Como foi o seu Sêder?- ele quis saber.
E o outro homem lhe contou o que acontecera.
— Seu bobo! Se você tivesse esperado só mais um pouco, você teria comido uma boa refeição, igual a mim.
 
O mesmo acontece quando queremos nos aproximar de Deus.
Depois de todo o esforço inicial, recebemos um pouco de amargura.
Isso é necessário para purificar nossos corpos.
As pessoas podem pensar que essa amargura é tudo o que recebemos por servir a Deus, e então elas fogem disso.
Mas se elas esperassem um pouco e permitissem que seus corpos fossem purificados, sentiriam toda a alegria e prazer do mundo e uma maior proximidade com Deus.

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