Muitos de nós acreditamos que  fazer boas ações é tudo o que conta, mas a realidade espiritual é, a menos que  nós entendemos por que compartilhamos, não podemos receber tanta luz e bênçãos  destas boas ações.
Os cabalistas colocam um simples  cenário para nos ajudar a avaliar a nossa compreensão de compartilhar.  
Eles perguntam:  
Se há duas pessoas que precisam da  nossa ajuda - um deles um amigo querido, o outro um inimigo – qual deles você  escolheria? 
Eles também explicam que esse  inimigo não é simplesmente alguém que não gosta de você, mas é alguém a quem  você viu fazendo ações negativas no passado, tentaram dissuadi-lo de fazer essas  ações, mas ele não quis ouvir. 
Você pegou ele roubando e tentou  explicar a ele que não deveria agir desta maneira, ele ignorou as suas palavras  e continuou a roubar. 
Você tem uma história com essa  pessoa, sabe as coisas negativas que ele fez que outras pessoas não  sabem.
Tentou ajudá-lo a mudar, mas ele  não quis.
A sua antipatia por essa pessoa  não se baseia em nada de pessoal, mas sim porque sabe as verdadeiras ações  negativas desta pessoa.
Agora, tanto o seu amigo como o  seu inimigo caminham na sua direção para receber ajuda. 
Quem você quer  ajudar?
Para a maioria de nós, a resposta  é simples:
É claro que iria ajudar o nosso  amigo ao invés de ajudar a outra pessoa que não é apenas um inimigo, mas é  negativo de tantas formas que só nós sabemos a sua  extensão.
Mas a resposta não é simples.  
Os cabalistas fazem uma exposição  surpreendente.
Neste caso se optar por ajudar o  amigo, não há quase nenhuma luz que possamos receber desta ação de compartilhar.  
A melhor ação neste caso será a de  ajudar o inimigo.
Só com esta ação é que trazemos  luz para as nossas vidas.
Para entender este ensinamento é  necessário esclarecer o objetivo das nossas ações de compartilhar e até mesmo o  propósito das nossas vidas. 
Os cabalistas explicam que não  estamos destinados a ser boas pessoas ou simplesmente pessoas espirituais que  compartilham. 
Pelo contrário, o nosso objetivo  na vida – e a única maneira de alcançar satisfação duradoura - é o de estar  constantemente a mudar a nossa verdadeira natureza interna de uma base - ego  egoísta com que nascemos, para uma verdadeira natureza de  compartilhar.
As pessoas podem fazer muitas  ações de compartilhar, mas todavia não mudam em si mesmas.
A única maneira de garantir que as  nossas ações estão a nos transformar é escolhermos o caminho  desconfortável.
Compartilhar não quando é fácil ou  quando queremos, mas compartilhar quando é difícil e quando não queremos.  
Torna-se claro que, neste caso,  quando temos a opção entre uma ação de compartilhar. que nós preferimos fazer e  outra que não preferimos, a única ação que vai ajudar a nossa mudança é a que  não queremos fazer. 
Portanto essa é a única que pode  revelar Luz nas nossas vidas.
Esta compreensão tem de mudar a  nossa perspectiva sobre compartilhar. 
Se queremos mudar para melhor, se  queremos que as nossas ações tragam bênçãos para as nossas vidas, então temos de  tomar o caminho difícil.
Compartilhar com aqueles que não  queremos, compartilhar quando não queremos, compartilhar de forma  desconfortável. Estas são as ações que criarão maior mudança e que trazem grande  quantidade de luz na sua vida.
Por: Yehuda  Berg
 
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