A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


domingo, 16 de janeiro de 2011

Por sua Alma

Os cabalistas afirmam que a maioria de nós foge do que tem que realizar nesta vida, encontrando desculpas para evitar fazer o trabalho espiritual para o qual nascemos.
Os sábios revelam que quando um homem, que tenha evitado a espiritualidade, comparecer perante o Criador e lhe for perguntado por que não mudou, ele sacará da sua sacola de desculpas:
“Eu estava muito ocupado tentando sobreviver”,
“Fui uma boa pessoa”,
“Eu não sabia que o Senhor realmente existia”. 
Deus então lhe dirá:
“Você tem todas as desculpas, mas não realizou nem perto do suficiente nesta vida. Agora você tem que voltar ao mundo e fazer mais”.

O que é que existe na nossa natureza humana que faz com que evitemos nos estender? 
A resposta é simples: quando o trabalho espiritual parece compulsório, resistimos.  Como você reage quando alguém diz que você deve fazer alguma coisa? 
As chances são de que você reaja contra aquilo. 
O mesmo acontece quando dizemos a nós mesmos que “devemos fazer”.
Vamos apagar o “devemos” do nosso vocabulário.
O motivo por que fazemos trabalho espiritual é o nosso próprio beneficio. 
E é importante lembrar que nossa alma encarnou por uma razão específica. 
A cabala ensina que o ponto principal em sermos humanos reside em nos transformar.

O grande cabalista, o Netziv (Rav Naftali Zvi Yehuda Berlin, 1816 – 1893), esclarece esse conceito em um discurso feito a seus discípulos:
Quando eu tinha onze anos, era um aluno considerado como causa perdida. 
Uma noite, escutei meus pais no quarto ao lado conversando sobre mim. 
Minha mãe estava chorando e dizia a meu pai:
“O que vamos fazer com nosso filho? A qualquer momento vão expulsá-lo e então o que será dele?”
Ao escutá-la, pude sentir sua angústia bem precisamente, como se fosse minha.  Prometi a mim mesmo que daquele momento em  diante trabalharia à altura do meu potencial. 
Mantive minha palavra e cresci e me tornei o  erudito que vocês vêem agora à sua frente.
Se eu não tivesse escutado meus pais aquele dia, teria crescido como uma pessoa boa, mas comum, já que minha natureza era aquela.  Mas imagine o que teria acontecido depois que eu tivesse deixado este mundo e chegasse ao lugar chamado “Corte Celestial”, onde eles me mostrariam tudo o que eu poderia ter realizado?
A dor que eu teria sentido!
Não existe inferno maior do que ver o que poderíamos ter feito, mas deixamos de fazer.

Costumo usar esse discurso como um exemplo para mostrar que precisamos nos impulsionar, para tão longe quanto possível, a fim de sermos o melhor que pudermos ser. E não estou só me referindo às nossas situações de trabalho.  Temos um trabalho muito mais importante – a correção da nossa alma.
Sei que depois de estudar e viver a cabala por algum tempo, alguns alunos caem na armadilha de se tornar religiosos:
“Devo fazer isso”,
“Devo fazer aquilo”. 
Essa é uma ótima semana para reexaminar por que estamos estudando cabala e para retornar ao contato com o desejo inicial que nos motivou a buscá-la.
Adquira o hábito de separar alguns instantes do seu dia para fechar os olhos e se perguntar
“Será que me estendi além das minhas responsabilidades imediatas?
Estou seguindo os passos no sentido de realizar o meu propósito neste mundo?”

Por: Yehuda Berg

(repasse Marcelo Veneri)

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