A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 30 de julho de 2011

Sentindo a Energia de Leão

O mês de Câncer está prestes a terminar, e já podemos sentir a energia de Leão.
No dia primeiro de Agosto estaremos no mês de Av, mês de Leão
O Rosh Chodesh (Cabeça (início) do mês) será na noite de 31 de Julho
O que nos aguarda no mês de Leão?
Para relembrar a importância desta data, todo o primeiro dia de cada mês lunar possui a totalidade da energia positiva que será revelada durante o mês específico. Esta é a razão pela qual nós queremos garantir a nossa conexão com esta incrível energia no início de cada mês.
No mês de Leão podemos nos conectar com a energia de verdadeira liderança, carinho incondicional e força extra.
Ganhamos a habilidade de encontrar a solução para cada desafio e nunca nos ceder para qualquer tipo de fraqueza.
Você provavelmente já sabe neste ponto que para obter todos os benefícios da energia deste mês, temos que trabalhar duros para nos transformar.
Uma das coisas que precisamos trabalhar em cima neste mês é a preguiça.
Sim, preguiça..
Sentir-se pesado, querendo descansar, e assumindo que tudo acabará sendo feito mesmo que eu não esteja envolvido no processo de realização, adiar tarefas porque "elas não são tão importantes" e dar prioridade para o tempo de descanso porque "precisamos cuidar de nós mesmos antes de cuidarmos do próximo".
Este mês você terá livre acesso à todas desculpas que foram inventadas para não fazer o que você precisa fazer.
 
Leão tem a poderosa habilidade de nos mostrar as coisas que tem estado escondido de nossos olhos (Leão, “Aryeh” em hebraico, tem as mesmas letras da palavra “ver” em hebraico: “reyah”).
O verdadeiro poder vem a nós quando nos rendemos.
Pode acontecer uma perda de poder, autoridade e posição ou uma obtenção de poder e posição, tudo dependerá do esforço e a responsabilidade que tenhamos tomado no passado e estejamos dispostos a assumir no presente.
Acredito que todos já tenham escutado a metáfora cabalística de clipá, a casca de negatividade ou escuridão que cobre cada Luz potencial.
Antes de qualquer revelação de Luz, a clipá deve sair.
No contexto desse mês veremos que as dificuldades da vida são essencialmente dois lados da mesma moeda, mas a natureza positiva subjacente de uma situação de aparência negativa pode estar escondida pela clipá.
Uma das primeiras lições de Av (mês de Leão) é não se render diante das situações difíceis, mas sim tomar consciência de que dentro da escuridão, dentro da casca, há uma grande Luz.
A escuridão está ali unicamente para que possamos encontrar a faísca de Luz escondida..
 
Estamos assim, prestes a entrar em um mês muito importante.
Algo único neste mês, que é diferente dos outros meses, é que a primeira metade do mês é considerada como pesada, escura e negativa.
Já a segunda metade é considerada como a mais cheia de Luz e positividade de todo o zodíaco.
Av é um dos três meses mais negativos do ano.
Os outros dois são Tevet (Capricórnio), porque é régio por Saturno, que é um planeta de julgamentos severos e Tamuz (Câncer) porque está regido pela Lua.
O signo de Leão é regido pelo Sol e é a Coluna da Direita dos signos de fogo.
Isto indica uma influência adicional de fogo que se expressa mediante julgamentos, queimando e consumindo sem equilíbrio.
Esse é o motivo por que este mês experimentamos uma polaridade de eventos, alguns negativos e outros positivos.
No centro do nosso sistema Solar, o Sol brinda cada planeta com luz, calor e vida, sem o qual, a vida orgânica não poderia existir.
As pessoas nascidas neste mês são famosos (ou infames) por se comportar como o Sol.
Suas marcas registradas são a liderança, a determinação, a dominação e o poder, e, em sua força total, essa combinação pode levar a tropeços de ego e orgulho.
Os leoninos caem facilmente na percepção de que são reis.
O único controle que temos é o autocontrole.
Qualquer sentimento de ego, orgulho e superioridade só pode evitar que ajudemos aos outros, e isso nunca pode ser bom.
O mês de Av é conhecido por massivos acontecimentos negativos que aconteceram durante esse tempo através da história. A Inquisição Espanhola, a firma de Hitler da Solução Final e a destruição dos dois Templos Sagrados em Jerusalém; todos eles ocorreram no dia nove de Av.
O número nove representado pela letra hebraica Teth, nos conecta com a Sefirá Yessod, que manifesta toda a energia que é acumulada de todas as emanações luminosas superiores (as outras Sefirot).
Jerusalém foi e segue sendo o centro de energia do mundo.
Quando as pessoas de Israel e, especificamente, os residentes de Jerusalém, escolheram não se comportarem com dignidade humana para com os outros, esta energia foi criada e acumulada em Yessod.. Finalmente teve que se manifestar, e assim o fez numa explosão de negatividade durante o nono dia de Av, em um curto-circuito mortal.
O nono dia de Av é um dia de jejum, não porque os dois Templos Sagrados foram destruídos, mas sim porque é um dia de calamidade.
Quando não há unidade, um mínimo de dignidade humana entre as pessoas, esta energia negativa é acumulada e culmina o nove de Av.
Qual é a solução?
Uma mudança de consciência e comportamento.
É muito fácil apontar e jogar a culpa nos outros, mas é mais difícil se transformar e mudar a si mesmo e mudar as atitudes para com os outros, ser paciente, perdoar e dar amor. Se cada um de nós pudêssemos perceber si mesmo como se fosse uma bomba relógio, e qualquer atitude egoísta nossa fizesse acender o pavio, seríamos muito mais cuidadosos com nossas ações e palavras.
O nove de Av é um dia de destruição, mas ao mesmo tempo, quando há maior escuridão, também há um imenso potencial de revelar Luz.
Mas tudo depende de nossas ações.
Para diminuir o julgamento deste mês, também temos dois eventos muito positivos:
O quinto dia de Av que é o aniversário da morte de Rabi Isaac Luria (O Ari).
Ele escolheu deixar este mundo no quinto dia, que representa a emanação luminosa de Hod, para assim transformar davê (pobre e débil) em Hod (Glória).
A morte do Ari, que não representa na realidade uma morte física, nos prove, durante essa noite, uma abertura de uma assombrosa Luz para conectarmos a ela através do estudo de suas escrituras..
O décimo quinto dia de Av é o dia mais feliz do ano.
Neste dia, ambos, o Sol e a Lua estão cheios.
O Sol – Zeir Anpin, o polo positivo – representa o aspecto masculino de nosso universo.
A Lua – Malchut, o polo negativo – representa o aspecto feminino do universo. Quando a Lua reflete a luz do Sol, recebemos este poder de “retornar Luz”: a força do dar, de ajudar e de amar incondicionalmente. Por este motivo nossos sábios declararam que não há um dia mais feliz no ano; e esta rara oportunidade cósmica nos permite encontrar a nossa alma gêmea.
Da mesma forma que neste dia o Sol e a Lua estão em harmonia, nós também podermos atrair esta união para nossas vidas.
 
É muito importante sabermos as energias que estão “disponíveis” no Universo em cada mês
Segundo o Sêfer Yetzirá, cada mês do ano cabalista tem uma letra do alfabeto hebraico, um signo do Zodíaco, uma das doze tribos, um sentido e um membro controlador do corpo que correspondem a ele.
Neste mês de Av, cultivamos a "audição correta," mencionada no nome da tribo deste mês, Shimeon, que vem da palavra para "audição"
No dia 9 de Av, pranteamos o Templo Sagrado, destruído por nações, Babilônia e Roma, que se assemelhavam a leões - daí a associação com o signo de leão.
A letra que governa este mês, Teth tem o significado negativo de "areia movediça", mas, é também a primeira letra da palavra "bom" (tov), pois podemos atingir os níveis mais elevados transformando os níveis mais baixos no bem
 
Bem, vamos falar mais do mês de Av, o mês de Leão
Espero que gostem
 
O Mês de Av – Julho-Agosto – Mês de Leão
 
Av é o quinto mês do calendário religioso e o décimo primeiro do calendário civil.
Considerado o mês "mais negativo do ano", devemos ter um olhar cabalístico sobre os elementos presentes em Av para reverter esta expectativa, até porque o mês que guarda o dia mais negativo (dia 9) traz, na semana seguinte, o dia mais positivo (dia 15) e as duas situações devem ser ponderadas.
Os 9 primeiros dias, em especial, são os últimos de um período chamado Bein HaMeitzarim ("Entre Angústias") que começou em 17 de Tamuz.
Por ser um período com uma forte energia de julgamento, evitamos ingerir carnes vermelhas e vinho nestes dias, exceto no Shabat, pois estes alimentos contém a energia do julgamento e, portanto, devem ser evitados neste período.
Corte de cabelo, ações legais, investimentos em novos empreendimentos e aquisições que não são prioritárias estão entre as coisas que devem ser adiadas até o dia 10 de Av.
Neste mês temos de estar atentos à energia da vaidade.
No dia da lua crescente de Leão é onde a vaidade estará em seu auge.
Jejuar neste dia é uma forma de reverter esta energia.
É o que deve ser corrigido.
Devemos calar mais e ouvir mais.
Este mês rege a audição.
Neste mês, Satan (a energia negativa que nos cria obstáculos - Satan em hebraico  significa também obstáculo) irá usar a eloquência/argumentação para críticas.
Daí o saber calar este mês.
Já no dia da lua cheia de Leão, é considerado o dia do amor.
Neste dia deve-se fazer uma doação (de que espécie for - dinheiro/comida/roupas e etc...) em nome da família.
 
Este mês é conhecido como o mês de Av ou Menachêm Av (consolador do pai).
Esse nome soma 191, total correspondente à expressão acotz (acordarei), referindo-se à iluminação.
Começa com a letra Alef e está na primeira pessoa do singular, denotando a iluminação coletiva, de todos como um, ou seja, a vinda do estado de Mashiach.
Esse período narra o encontro do noivo (mundo espiritual) e da noiva (mundo físico) em nós.
No mês anterior (Tamuz), a letra Chet forma a Chupá (cobertura de casamento).
Chet é formada pelas letras Vav e Zain, o homem e a mulher, respectivamente.
Nesse mês nos encontramos com nossa alma-gêmea.
A letra Teth, regente deste mês, é conhecida como a letra grávida.
Representa o momento seguinte ao casamento.
No próximo, vivemos para ela.
Sendo o segundo mês seguido sem a presença da Shechiná no mundo físico, o nosso esforço para alcançar a Luz é ainda maior.
A sensação de abandono, contudo, é ilusória:
A palavra Av é escrita com Alef e Beit.
De acordo com a pontuação, Beit tem o som de "v" ou de "b", de modo que podemos transformar Av em Ab, que significa "Pai".
Pai, por sua vez, é uma referência à sefira de Chochmá (Sabedoria) e ao pilar da direita da Árvore da Vida, também conhecido como Pilar da Misericórdia.
Em um mês onde a lembranças das punições sofridas por nossos antepassados são fortes, a energia de Misericórdia (o Pai) se faz presente para distanciar causa e efeito, permitindo a meditação sobre os nossos atos e o tikun ("correção") necessário em cada circunstância.
Não é por acaso que celebramos Hilulá (aniversário de morte) de Aaron no dia primeiro.
Aaron é a representação da sefirá de Hod na Árvore da Vida.
No momento em que muitos recuam diante da energia de Av, o cabalista levanta a cabeça e pergunta:
"O que o Eterno deseja de mim?".
Esta postura é de fundamental importância.
Tudo na vida cumpre um propósito.
Se negamos o desafio, somos engolidos pelo nosso próprio medo e ali permaneceremos acumulando clipót ("cascas").
Se abrimos o peito confiantes que fomos talhados para o que ora se apresenta diante de nós, a possibilidade de revelação da Luz é grande.
O mês hebraico de Av (ou Menachem-Av, o consolador de Av), é o quinto dos doze meses do calendário cabalista.
O nome Av que literalmente significa "pai", é derivado do radical que significa "querer" ou "desejar".
É o mês do "ponto baixo" do calendário cabalista (o 9 de Av, o dia do pecado dos espiões e a destruição tanto do primeiro quanto do segundo Templos em Jerusalém) bem como o mês do "ponto alto" do calendário cabalista (o 15 de Av – "não existe dia mais feliz para um Cabalista que o 15 de Av e Yom HaKippurim" (Mishná Ta'anit 26) – o dia de encontrar a alma gêmea predestinada).
Isso está de acordo com o ensinamento de Nossos Sábios de que "Mashiach nasce a 9 de Av".
Relativamente a todas as outras almas, a alma de Mashiach, que vem para redimir o Povo de Israel de seu estado de exílio (tanto físico quanto espiritual), é como um noivo para sua noiva.
Após seu nascimento em 9 de Av, ele se revela a sua noiva e se compromete com ela em 15 de Av.
 
As Letras do Mês de Av - Teth e Caf
A letra Teth, que se assemelha a um útero, é igual a 9, correspondendo aos 9 meses de gravidez.
No mês de Av os 9 meses são condensados e concentrados em 9 dias, de Rosh Chôdesh (Inicio do mês) de Av – dia primeiro - (o Yahrtzeit – data de falecimento - de Aharon, o Sumo Sacerdote, cujo nome vem da raíz hará – gravidez) até o 9 de Av, o dia, que como foi mencionado acima é o dia de nascimento de Mashiach.
Teth é a nona letra do alfabeto.
Geralmente associada à palavra tov ("bom"), identifica sempre algo impregnado pela energia da Shechiná, o que reforça o conceito de que, no mês de Av, a Shechiná pode estar oculta, mas não está ausente.
Mas não é só isso: tov também se refere à imensa bondade do Eterno, que assiste seus filhos em todos os momentos e, em especial, durante os períodos mais difíceis, quando os nossos limites são testados para que provemos a nossa fidelidade ao pacto.
Conta o Midrash que existe uma diferença entre a primeira versão das Tábuas da Lei (Shemot 20:2-14) e a segunda (Devarim 5:6-18): o acréscimo da letra Teth, a única letra do alfabeto que não aparece na primeira versão.
O Eterno já sabia que as primeiras Tábuas seriam quebradas e omitiu a letra Teth para que a bondade não desaparecesse do mundo.
Na segunda versão, Teth entra no quinto pronunciamento ("Honrarás a teu pai e a tua mãe, como te ordenou o Eterno, teu Deus, para que se prolonguem os teus dias e para que seja bem para ti na terra que o Eterno, teu Deus, te dá").
Como nada é por acaso, a segunda versão das Tábuas da Lei contém 17 palavras a mais que a primeira (em hebraico, obviamente), a guematria de Tov.
Meditar na letra Teth reforça a nossa bondade e o reconhecimento da bondade de
D´us em todas as coisas.
Também auxilia na revelação de coisas perdidas, ocultas ou escondidas.
O Midrash nos conta que, mesmo antes da terra ser formada, o nome do Mashiach já era conhecido.
E seu nome é Menachêm.
Daí, podemos permutar "Menachêm Av" por "Ba Menachêm" (venha consolador!). Esse nome se refere ao atributo do estado de Mashiach, pelo qual percebemos todos os eventos a nossa volta, sejam eles "bons" ou "ruins", como uma expressão da Luz.
Menachêm tem também o mesmo valor numérico de "ein mazal" (não há mazal), mostrando o atributo de superação do fatalismo e da determinação astrológica. Esta letra representa o signo de Leão (Arieh), cuja guematria é 216, continuando a energia de julgamento de Tav, no mês anterior.
Nesse período é importante o equilíbrio dos pilares para harmonizar esse julgamento.
Isso pode ser traduzido pela expressão: 216 ÷ 3 = 72.
Esse é o número da palavra Chessed (benevolência).
O terceiro pilar é encontrado a partir da restrição em processos reativos e no fortalecimento das mitzvot (conexões).
 
Caf é a décima-primeira letra do alfabeto e representa a palma da mão.
É inicial de kisay ("trono") e, na verdade, é dito que "o trono do Eterno" tem a sua base formada por uma seqüência de letras Caf, daí a sua associação com a Lei do Retorno, pois tudo o que fazemos é projetado para a base do trono e enviado de volta.
Não há injustiça no mundo: cada um colhe o que semeou, sempre.
Meditar na letra Caf faz surgir em nossa consciência o motivo pelo qual estamos passando por determinadas situações.
Também esclarece o propósito de acontecimentos que se repetem ciclicamente em nossas vidas.
Embora este exercício possa ser feito em qualquer momento do ano, trabalhar com Caf nos dias que antecedem o 9 de Av pode ser realmente útil no despertar de uma nova visão das coisas, lembrando que, muitas vezes, o erro se encontra oculto nos detalhes.
O que isto significa?
Significa, entre outras coisas, que não são poucas as pessoas que em nome do que é certo agem de forma errada, e isso coloca tudo a perder.
Por isso devemos injetar Entendimento (atributo da sefira de Biná) em todas as nossas ações, que é, a um só tempo, fazer o que deve ser feito da forma adequada e no momento apropriado.
A letra Caf rege o sol.
Ela trata da lei do retorno, pois sua forma de ferradura retorna ao lugar de partida, em seu movimento de escrita.
Isso reforça as possibilidades de percebermos os padrões repetitivos de nossas vidas e nosso caráter avaliativo.
Caf rege a vida e a morte.
Caf se escreve como Caf-Pê que somam 100, mesmo número de Col col (tudo de tudo), das 10 sefirot dentro das 10.
Portanto é um mês marcante no ano que influencia todos os níveis da existência. Por isso também devemos estar ocupados, mais que qualquer outro mês, com propósitos maiores que nossa mera existência.
 
O Mazal do Mês de Av - Aryê (Leão)
O leão simboliza o poder supra racional da vontade Divina (o significado do nome Av).
A manifestação inicial da vontade de D’us para destruir (o Templo) na verdade foi puramente pelo mérito da reconstrução (o Templo com todo seu significado espiritual e importância para o mundo inteiro) para toda a eternidade.
Nas palavras de Nossos Sábios (Yalkut Shimoni, Yermiyáhu, 259):
"O leão [Nevudchanetzar, ao qual a Bíblia se refere como um leão – Yermiyáhu 4:7] veio no mês do leão [Av] e destruiu o leão [o Templo, ao qual a Bíblia se refere, especialmente no que diz respeito ao segundo, como um leão], a fim de que o Leão [D’us, de Quem se diz 'o leão ruge, quem não sente medo' – Amós 3:8] vem no mês do leão e reconstrói o leão."

Este segredo está também refletido no valor numérico de Aryê.
Aryê em guematria = 216 = sefira de Guevurá ("severidade").
Guevurá é o poder Divino responsável por tzimtzum (contração e diminuição) da Divina luz e energia, como se afirma a respeito do início de Av:
"Quando entra Av, diminuímos em alegria" [Mishná Ta'anit 26:]) e destruição.
Mas 216 = 3 x 72.
E 72 = Chessed (bondade), o poder Divino que "constrói" toda a realidade, como está escrito (Tehilim (Salmo) 89:3):
"o mundo é construído com [pelo poder de] Chessed."
Três vezes Chessed corresponde à construção de todos os três Templos, que estão todos contidos e encontram sua consumação eterna no Terceiro Templo, para ser construído brevemente em nossos dias por Mashiach.
Por este motivo, o Aryê (o Leão) aparece à direita, no lugar de Chessed, na Carruagem Divina (Ezequiel 1:10).
Como já dito, a palavra Aryê ("Leão") tem guematria 216, a mesma que Guevurá, o que reforça a presença da energia de Julgamento no mês de Av.
216, contudo, também pode ser visto como 3 x 72 e, a partir deste ponto, outras possibilidades surgem diante de nós: 72 é a guematria de Chessed (Misericórdia) e com 72 Nomes formados por 3 letras cada, Moshé abriu o Mar do Fim (Mar Vermelho).
A figura do Leão simboliza a força humana e divina.
Ele é imponente, orgulhoso e cheio de moral.
É o único signo regido pelo Sol, o que, dentro de nossa limitada percepção, é a fonte de luz e calor.
Quanto mais nos aproximamos de uma fonte de Luz, maior a sombra atrás de nós. Esta sombra é a contra inteligência, que cresce neste momento para nos impedir de alcançar esta fonte.
O mês de Av é marcado pela destruição dos templos, mas também traz consigo a possibilidade de início da Era do Mashiach.
Não devemos deixar que fatos passados marquem nossas vidas porque tudo o que importa é o que você pode fazer por você mesmo e pelo outro neste exato momento.
Outra informação importante relativa ao mazal de Aryê é a regência de Chamah ("Sol"), sendo que, com as mesmas letras de Chamah, podemos escrever Chemah, que significa "ira", daí a fama de signo mais colérico do zodíaco.
O controle da reatividade é uma pauta constante na vida do cabalista, e ele deve estar com a sua atenção redobrada em Av para que pequenos contratempos não se transformem em grandes batalhas..
 
A tribo do Mês de Av – Shimon
Shimon é a tribo referente ao mês de Av.
Sobre o nascimento de Shimon é dito:
"E engravidou novamente, e pariu um filho. E disse: ‘Pois [ele] ouviu haShêm porque odiada era eu. E também deu para mim este [filho].’ E [ela] chamou seu nome Shimon."
(B’reshit 29:33).
Shimon vem do raiz shama (ouvir), assim como a letra Teth está associada à audição, segundo o Sêfer Yetzirá.
Esse mesma palavra tem também o sentido de entender e está associada à experiência da sefira de Biná.
Porém o caminho deve ser guiado pelos desígnios divinos, não pelos apetites humanos.
Av vem da raíz avá (ter vontade, permitir).
Isso é o que transformará sham avon (aqui há transgressão) em sham anav (aqui há um humilde), divisões do nome Shimon.
O pecado dos espiões em 9 de Av resultou neles falando mal da Terra de Israel e o povo aceitando – "ouvindo" – a maledicência.
Assim a retificação geral do mês de Av é a retificação da audição.
Shimon é a única tribo que Moshê não abençoou explicitamente no final da Torá. Isso se deveu à sua "frustração" com a tribo de Shimon devido a seu envolvimento (mais que todas as outras tribos) no pecado de Pe'or (prostituição com mulheres estrangeiras, que resultou em idolatria).
O nome Shimon se divide em duas palavras que se escrevem sham avon, "existe iniqüidade".
Num certo sentido, Moshê (da tribo de Levi) era mais proximamente relacionado (em espírito) a Shimon que a qualquer outra tribo.
"Shimon e Levi são irmãos" (Bereshit 49:5) disse nosso Patriarca Yaacov ao abençoar seus filhos.
Os dois juntos (Shimon liderando seu irmão mais jovem Levi) vingaram-se pelo estupro de sua irmã Dina, e destruiram toda a cidade de Shechem.

Na Cabalá, aprendemos que a alma de Moshê era também a de Rabi Shimon bar Yochai, ele que mais que qualquer outro dos Sábios revelou a dimensão interior da Torá de Moshê (no sagrado Zohar).
A "degeneração" do poder de Shimon leva à destruição do Templo.
A retificação e elevação daquele mesmo poder provoca a eterna reconstrução do Templo.
A retificação de Shimon (a retificação dos pecados e iniqüidades do Povo de Israel que levaram à destruição do Templo no mês de Av, o mês de Shimon) deu-se pelo seu apego ao atributo mais essencial de Moshê – a humildade.
A palavra avon (pecado) permuta-se para grafar anav (humilde), o termo singular pelo qual a Torá louva Moshê (Bamidbar 12:3):
"E o homem Moshê era muito humilde [anav], mais que qualquer outro homem na face da terra."
Assim, como já dissemos, o nome Shimon se transforma (no mês de Av) de "existe iniqüidade" (sham avon) em "existe o humilde" (sham anav).
A habilidade de Shimon de assim "metamorfosear-se" depende de seu senso interior de audição.
Moshê se dirige ao Povo de Israel com a declaração mais abrangente da Torá: "Ouve [shemá] ó Israel…"
(Devarim 6:4)
Moshê fala a Israel por meio da alma-raiz de Shimon.
Audição interior (derher em iídiche) vem com o profundo senso de humildade na alma.

Embora Moshê não abençoasse explicitamente Shimon, nossos Sábios nos ensinam que ele aludiu a Shimon na primeira palavra de sua bênção a Yehuda:
"Ouve [shemá] D’us a voz de Yehuda…"
(Devarim 33:7)
Esta frase complementa o versículo "Ouve ó Israel…"; em guematria, "Ouve D’us a voz de Yehuda" = 602 = 7 x 86 [Elohim, D’us],
"Ouve ó Israel…" = 1118 = 13 x 86).
Na divisão da Terra de Israel entre as doze tribos, Shimon herdou sua porção dentro da porção maior de Yehuda (este é o único exemplo em que uma tribo herda sua porção dentro de outra).
Quando os dois nomes Shimon e Yehuda são adicionados um ao outro:
466 mais 30 = 496 = Sefira de Malchut (reino)..
Assim aprendemos que o Malchut de Yehuda depende da "presença" e "parceria" de Shimon.
Yehuda corresponde ao mês de Nissan e ao sentido da fala.
Shimon corresponde ao mês de Av (as primeiras duas letras e "sub radical" em hebraico da palavra aviv, o nome da Torá para o mês de Nissan) e o sentido da audição.
Av é o quinto mês a partir de Nissan, cuja letra é Hei = 5.
Os dois sentidos, falar e ouvir, são obviamente um par, assim como no pecado do povo ouvir (aceitar) a "maledicência" falada pelos espiões, no pecado de 9 de Av.
Assim concluímos que o poder do mês de Av (o mês da [aparente] destruição) é para "ouvir" a mensagem "falada" pelo mês de Nissan (o mês da redenção), e integrar o primeiro e mais importante poder do Povo de Israel – a liderança – na consciência do povo hebreu.

O Sentido do Mês de Av - Audição
"Ouvir", em hebraico, significa "entender", integrar-se totalmente na consciência da pessoa (no coração da pessoa, não apenas entender intelectualmente no cérebro). Ouvir o outro é entender por completo seu dilema e ter empatia com ele.
Ouvir é receber – cabalá (primeiro revelada por Rabi Shimon bar Yochai).
No início de Yeshayáhu (lido no Shabat antes de 9 de Av), está escrito:
"Se você desejar [tovu, da palavra Av] e ouvir [o sentido de Av], partilharás da bondade da terra."
O sentido da audição é o sentido do equilíbrio interno, o alicerce da existência retificada.
O desequilíbrio é a fonte de toda queda e destruição.
Um ouvido bem equilibrado, um sentido de audição bem orientado, possui a capacidade de discernir e distinguir em tudo que se escuta a verdade da mentira, como está escrito:
"O ouvido discerne palavras" – ozen malin tivchan (as iniciais desta frase escrevem emet – "verdade").
(Job 12:11 e 34:3)

O Membro controlador do Mês de Av - Rim esquerdo
O "conselho" dado pelo rim esquerdo é como ouvir adequadamente e integrar a verdade na própria consciência.
Segundo o princípio geral de que "direita" é sempre mais espiritual que "esquerda", o sentido do raciocínio (do mês de Iyar), controlado pelo rim direito, é relativamente mais espiritual que o sentido da audição, controlado pelo rim esquerdo.
Os dois rins são os conselheiros "masculino" e "feminino" da alma.
O rim direito aconselha como retificar os próprios traços de caráter por meio do processo de cuidadosa introspecção ( o sentido de raciocínio do mês de Iyar).
O rim esquerdo aconselha como absorver a verdade na própria consciência (o sentido de audição do mês de Av).
A palavra para rim, kulyá, vem de kol = "tudo".
Kol = 50.
Nossos Sábios nos ensinam que "à idade de 50, a pessoa está apta a dar conselhos."
Os dois rins são dois conjuntos complementares de 50 (como os 50 equivalem às 50 voltas dos dois conjuntos de cortinas penduradas no Tabernáculo).
50 mais 50 = 100 = 10 ao quadrado, o consumado estado de retificação, 10 (poderes da alma) "inter incluídos" em 10.
 
Academia de Cabala e Kabbalah Centre

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