A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


sábado, 30 de julho de 2011

Um Canal


Um ponto importante no caminho da espiritualidade é quando nos damos conta de que nada acontece devido a forças externas.
Seja o que for que me aconteça, positivo ou negativo, acontece porque precisei experimentá-lo nesse momento para meu desenvolvimento espiritual.
Quem quer que o “faça” só tem o mérito de ser o veículo para essa ação, mas, que ia acontecer de qualquer modo.
O indivíduo simplesmente foi o canal.
Isto destrói o paradigma do nosso mundo atual, que é um paradigma de confusão total.
Quando alguém nos trata mal e se desculpa, o respondemos dizendo: “Ah, tudo bem”.
Não aceitamos totalmente a desculpa porque ainda queremos que a pessoa se sinta mal pelo que fez.
Continuamos estando agarrados na ideia de que “eles nos fizeram”.
E ao contrário, quando fazemos algo por alguém e ele nos agradece, também respondemos: “De nada”.
Não estamos aceitando realmente os agradecimentos porque sentimos que ainda nos devem algo.
É uma visão equivocada do mundo.
Quando alguém faz uma boa ação para os outros, essa ação ia acontecer de qualquer jeito, e essa pessoa simplesmente foi o canal.
Ela não pode esperar um “obrigado”: é ele quem sai beneficiado pela bondade na qual participa..

Na história da Bíblia, José foi vendido como escravo por seus irmãos.
Na raiz de uma surpreendente cadeia de acontecimentos, José acaba sendo o segundo Comandante do Faraó no Egito, e quando seus irmãos vêm ao Egito pedir ajuda, ele revela sua verdadeira identidade.
Eles se sentiram, ao menos, assombrados e envergonhados por como haviam se comportados com ele. Entretanto, José, sendo uma alma tão elevada, não sentiu nenhum ódio nem ressentimento para com eles, reconhecendo que o feito de ter ido ao Egito havia sido a melhor coisa que lhe aconteceu, já que desta forma ele pôde revelar sua grandeza.
Os irmãos lhe pediram perdão por haver cometido tal atrocidade contra ele, mas José sentia sinceramente que eles não tinham nada do que se desculparem.
Quando uma pessoa vive assim, muda sua vida.
Quando reconhecemos que cada evento de qualquer forma ia acontecer, não podemos nos enraivecer nem necessitar que nos digam obrigado e nem cairmos vítimas do ressentimento.
Como todas as lutas ao longo do caminho da espiritualidade, isto é difícil de se fazer.
O vitimismo universal é difícil de arrancar, mas devemos tentar.
E o ponto final está relacionado com o não impor a verdade aos outros.
Nas palavras de um grande Cabalista:
 
“Quando vem a mim, sou um crente. Quando vou aos demais, sou um ateu”.
 
O que isso quer dizer é que não devemos julgar os outros.
Não diga a uma pessoa estressada que não há forças externas, e que tudo é para o bem.
Viva a verdade para si mesmo.
Mantenha para si mesmo um rigoroso nível espiritual, mas se aproxime dos outros com dignidade humana e amabilidade.
Igual a Deus.
 
Por: Michael Berg
 

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