A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


domingo, 25 de março de 2012

Nunca – Mas Nunca Mesmo – Coloque a Culpa em Outras Pessoas ou em Eventos Externos


Vamos direto ao assunto.
Imagine que você acabou de tirar sua carteira de motorista e pegou o carro do seu pai para ir visitar um amigo. Você dirige com cuidado — o que é elogiável — mas, ao voltar para casa, começa a nevar.
De início, a neve é fraca e, com as duas mãos firmes no volante, você vai indo bem. Então a neve engrossa. Ainda com as mãos firmes e concentração total, você sabe que pode chegar em casa a tempo para assistir ao seu programa favorito na televisão e impressionar seus pais.
Você está quase chegando, deslizando um pouco nas curvas escorregadias perto de casa, quando de repente passa num buraco no meio estrada.
O carro gira fora de controle e bate num veículo vindo na direção contrária. Felizmente ninguém se machuca, mas todos ficam abalados.
Tinha um buraco na estrada, você fala para a motorista do carro atingido.
Um buraco enorme e fundo!
Seus pais não se convencem!
Você fica de castigo por um mês e não pode pegar no carro por dois meses.
Mas tinha um buraco na estrada!
Você bem que tentou.
 
Sim, tinha um buraco.
A vida é cheia de buracos no caminho.
Às vezes há vários deles esperando por nós durante uma mesma tarde. Mas se ficarmos culpando os buracos no caminho — se ficarmos apontando para eles e gritando, não foi culpa minha — você não conseguirá se conectar com a Luz.
Quando começou a nevar, você poderia ter parado no acostamento e esperado para ver se o tempo ia melhorar; normalmente a neve logo para de cair.
Quando você chegou na estrada sinuosa perto de casa, poderia ter parado num posto de gasolina e telefonado para casa para pedir que alguém viesse lhe buscar e vir buscar o carro no dia seguinte.
Cada momento dessa volta para casa apresentou uma escolha — não necessariamente uma escolha que você gostou (e com certeza não uma escolha que seu ego gostou), mas uma escolha, de qualquer forma.
Entenda que você optou por dirigir de volta para casa naquele momento específico sem ligar para pedir ajuda. Esta não é necessariamente uma decisão "errada".
Na verdade, de acordo com a Cabala, não há certo e errado; só há resultados diferentes.
Com toda certeza, se o buraco não tivesse aparecido na sua frente, você teria chegado em casa são e salvo. Mas, quando o buraco aparecer, reconheça que suas escolhas o levaram àquela situação, então você e só você é responsável pelo resultado.
Apesar de o fato de assumir a responsabilidade por seus atos poder causar algum desconforto no início, no longo prazo você ficará impressionado como isso pode mudar a sua vida.
Se for responsável por seus erros, você terá o poder de mudá-los e de se transformar. Se não for responsável por seus erros — se sempre houver uma circunstância atenuante ou se alguém ou algo sempre for o responsável —, que chance você terá de melhorar a sua vida?
Se algo externo está lhe causando sofrimento, é a situação externa que tem de mudar para que seu sofrimento acabe. E, como vimos, nem sempre controlamos as situações, logo não há muito a fazer além de esperar que sua sorte mude.
É assim que muitos de nós encaramos a vida — esperando receber uma boa mão no jogo.
Mas, como você leu nestes textos, a vida não acontece para você; você acontece para você mesmo!
Uma das maneiras mais concretas de vivenciar isso é começar a assumir a responsabilidade por como você vê e sente a sua vida neste exato momento.
Esta não é uma oportunidade para se julgar e se achar incapaz.
Trata-se de ter a oportunidade de realmente começar a se conhecer.
Quanto mais você confessar abertamente suas vulnerabilidades e erros, mais material terá para transformar.
Lembre-se do que aprendemos no último texto — que atos positivos não nos garantem o acesso à Luz ou a realização que buscamos. A Luz nos é revelada quando transformamos nossos traços negativos. Então em vez de fingir que seus traços negativos não existem, abrace-os.
E depois transforme-os.
Preste atenção em seus pensamentos neste exato momento.
Provavelmente estará pensando algo do tipo: "Mas sei que só serei feliz se ...... " (complete o espaço). Isso é só mais uma maneira de culpar as situações externas. Algo externo lhe está sendo negado por um de seus pais, um amigo ou a vida em geral, e é isso que está impedindo de viver a vida que deseja ter.
Com esse tipo de pensamento, você está constantemente tornando algo ou alguém a causa, reduzindo-se, assim, a ser o efeito.
Se algo sai errado e você reconhece a sua responsabilidade nisso, estará também se reconhecendo como a causa.
Certo, ótimo.
Agora que deixamos isso muito claro, podemos realmente fazer algum bem, lá no fundo de nós.
Então vamos dar um passo mais adiante.
 
Crescemos brincando de jogos.
Não importa de onde você venha — não importa qual seja sua origem socioeconômica ou sua raça —, na infância brincou com muitos jogos e o objetivo desses jogos era ganhar. Ao ganhar, você tinha uma sensação palpável de alegria, enquanto que, quando o adversário ganhava, era um desapontamento.
O mais importante era ganhar! Mas será que era mesmo?
Vamos voltar para o Receptor um instante.
Num certo sentido, o Receptor ficava só ganhando, ganhando e ganhando.
Assim, o Pão da Vergonha só se acumulava, pois ao não fazer por merecer as vitórias, o Receptor não era a causa e não proporcionava nenhuma realização nem alegria duradoura. O Receptor teve que decidir resistir à Energia para fazer por merecer as vitórias.
Acontece a mesma coisa conosco.
Imagine fazer parte de um time em que se combinou com todos os jogadores que o time só venceria. Os adversários se enfrentarão e os torcedores comparecerão ao estádio, mas não há sombra de dúvida de que vocês vencerão todos os jogos. Como acha que se sentiria?
Entediado, frustrado e até mesmo aborrecido?
Sem o risco de perder, vencer não quer dizer nada.
Para experimentar uma luta justa, é necessário ter um oponente digno.
Na Cabala, o adversário é chamado de Satan.
Talvez esteja se perguntando se estamos falando do demônio.
Estes textos fizeram muito sentido até agora. Mas o cara com chifrinhos e um tridente? Para com isso!
Esse Satan que você está imaginando é o produto da superstição e do comércio.
O Satan de que estou falando é mais um de nossos códigos.
É a palavra em código para comportamento reativo, o assunto de um dos nossos textos passado.
Há dois mil anos, o mais importante texto da Cabala, conhecido como O Zohar, revelou o Oponente, ou o Satan. Até mesmo identificou algumas das armas e estratégias do Oponente.
Ele é a causa oculta do caos no mundo físico e no espírito humano.
É ele que aponta seus dedos acusatórios para os outros.
Se nos sentimos ansiosos, sobrecarregados, temerosos, inseguros, pessimistas,
deprimidos, com raiva, com ciúmes ou em dúvida, é o Satan que está por trás de tudo isso.
Se escutarmos uma voz sussurrando no ouvido para que façamos algo que sabemos que não deveríamos fazer, essa voz pertence ao Satan.
O mesmo vale para a voz que nos encoraja a refrear um ato que sabemos muito bem que deveríamos praticar. E, pior do que tudo, é a voz dele que, com astúcia, nos convence a não resistir e nos livrar do comportamento reativo de uma vez por todas. Ao nos livrar do comportamento reativo, estamos nos livrando dele!
E nenhum hóspede convenceria o anfitrião a botá-lo porta afora, certo?
Ele fará tudo o que puder para convencer seu anfitrião de que pôr fogo na sala de leitura é uma boa coisa, uma coisa necessária, assim como comer toda a comida da geladeira sem repor, ou alagar todo o banheiro.
Sim, é verdade que cada uma dessas situações cria uma oportunidade para a mudança (construir uma nova sala de leitura, comprar comida fresca e limpar o banheiro) — mas a mudança já é inevitável; tudo é impermanente.
O que estamos buscando não é o caos da mudança, mas a realização que vem junto com a transformação.
Não deixe que o Oponente o confunda!
Vamos analisar alguns exemplos de como o Oponente nos convence a fazer o que ele quer.
- Você prometeu a seu pai de ir jantar com ele e a mulher, mas um jogo importante na escola surgiu na última hora (com a chefe de torcida que você está paquerando liderando a torcida). Você quer entrar para o time no ano que vem e acha que impressionará o técnico se for ao jogo, então cancela o jantar de última hora.
- Sua melhor amiga lhe conta um segredo muito sério e faz você jurar que não vai contar para ninguém, e você promete que não. Mas, alguns dias depois, depois de ser inesperadamente incluída numa conversa de fofocas com a meninas mais populares da escola, você se pega contando o segredo da sua amiga, incapaz de se segurar, mesmo sabendo naquele exato momento que o que está fazendo está errado.
- Você promete fazer o dever de matemática sozinha no resto do semestre, pois sabe que, fazendo o dever com uma amiga, não está aprendendo de verdade, mas só copiando os resultados dela. Mas sua amiga se oferece para ir à sua casa, e tê-la por perto facilita as coisas. Sem contar que isso liberará mais tempo para ficar de papo no telefone ou no MSN.
- Seu melhor amigo está querendo largar o vício de cheirar cocaína e pede que você passe a noite com ele para ajuda-lo a não ter uma recaída. Você quer ajudá-lo, mas tem uma festa nessa mesma noite, cheia de gente legal. Além disso, é ele que tem problemas com drogas e não você!
- Uma de suas amigas se muda para uma casa enorme — a casa dos seus sonhos — ou aparece na aula de inglês com umas botas que você namora há meses na vitrine. Você tenta se convencer de que está feliz por ela e, apesar de que uma parte de você está realmente feliz, a outra parte está morrendo de inveja. Ressentimento e felicidade se enfrentam numa guerra pelo controle de suas emoções.
- Por acaso, você vê uma das meninas da sua turma vomitando no banheiro. Você sente que ela faz isso sempre depois que come. Você sabe que deveria contar para a professora, mas tudo mundo ia chamá-la de dedo-duro e ficar contra você.
Essa lista poderia prosseguir indefinidamente.
É raro reagirmos a uma situação com uma só emoção.
Se examinarmos nossas reações com honestidade, inevitavelmente encontraremos o fio que pertence ao Oponente e daremos nele um bom puxão
Fazer isso dói, mas é só porque ele nos convenceu de que somos dependentes dele. Mas não somos!
Quando o Satan surgiu, uma das primeiras coisas que fez foi alterar o DNA do Desejo de Receber. Antes dele, o Desejo de Receber podia ser reconfigurado no Desejo de Compartilhar.
O Oponente mudou isso.
O Desejo de Receber se tornou o Desejo de Receber Somente para Si Mesmo. Como um buraco negro no espaço sideral, esse desejo consome tudo à sua volta para que a Luz espiritual não possa escapar de seu controle!
Todos nós já sentimos isso — e muito provavelmente nos sentimos desprezíveis por agirmos assim.
Se seu amigo aparecer com uma bicicleta de titânio aro 29 e seu coração bater mais forte porque você quer uma igualzinha, este é o Desejo de Receber. Em si, isso não é perigoso; tudo depende do que você faz com ele. Se, no entanto, você comprar a bicicleta de titânio primeiro e depois ficar ressentido porque seu vizinho comprou a mesma bicicleta, mesmo que isso de forma alguma diminua a sua posse, este é o Desejo de Receber Somente para Si Mesmo.
Esse sentimento torna a vida exaustiva.
Você se lembra da sobremesa de que falei no nosso primeiro texto e de como sentimos que, se alguém comesse um pouco, nossa porção ficaria menor ou talvez não sobrasse para nós?
Desde então aprendemos que isso simplesmente não é verdade.
O Oponente nos atacou e continuará a nos atacar em nossa mente.
Portanto, é com a mente que precisamos combatê-lo.
Pare um instante e aponte para a sua mente.
Provavelmente você terá apontado para a cabeça, o cérebro.
Mas será que cérebro e mente são a mesma coisa?
O cérebro é o órgão físico que pode ser tocado e dissecado.
Pode-se dizer o mesmo da mente? Imagine um homem de uma tribo primitiva se aventurando fora da selva, sem saber nada do mundo moderno. Depara com um aparelho de rádio tocando música e olha-o com espanto, acreditando que a caixa é a fonte da música. Abre o rádio e sem querer tira fora a bateria.
A música para.
Ele acha que matou uma criatura milagrosa.
É claro que sabemos que a fonte da música é uma transmissora de rádio localizada a quilômetros de distância.
Nossos pensamentos não se originam da matéria física do cérebro, assim como a música não se origina da matéria física do rádio. Em vez disso, o cérebro é como uma antena, uma estação receptora que capta o sinal e depois o transmite para a mente consciente.
Há dois transmissores cósmicos: a Luz e o Satan.
Se conseguíssemos distinguir os dois, como a vida seria mais fácil!
Eis aqui alguns bons pontos de partida.
Se nossos pensamentos parecem lógicos e racionais e se a transmissão é alta e clara e nos impele a reagir a uma situação, então é o Satan.
Sempre que reagimos, estamos nos sintonizando com o Oponente.
No entanto, se a transmissão é fraca e quase inaudível, talvez emanando de algum recanto escondido da mente, neste caso é a Luz.
Um lampejo repentino de intuição ou inspiração, um sonho nítido, tudo isso se origina do Domínio dos 99%.
O Oponente não tem mais nada a fazer a não ser pressionar nossos botões — nada mais. Ele não precisa dormir, comer ou ir ao banheiro, sem pausa para descanso.
Devemos partir para a batalha de imediato.
E o único meio de combatê-lo é sendo proativo.
Talvez este seja o momento certo para apresentar a Fórmula da Transformação.
Já a discutimos em termos gerais, mas agora daremos um passo a passo.
Isso lhe ensinará a silenciar as ondas de rádio do Satan e deixar entrar a Luz.
1. Ocorre um obstáculo.
2. Perceba que sua reação (o Oponente) - não o obstáculo — é o verdadeiro inimigo e que o Oponente é, na verdade, o seu ego.
3. Desligue seu sistema reativo e permita que a Luz entre.
4. Expresse sua natureza proativa.
Veja-se como a causa, como o Criador, como um ser que compartilha.
O momento da transformação ocorre durante os passos três e quatro.
É nesse momento que você é capaz de se ligar ao Domínio dos 99%, quando pode tocar a Luz.
Vamos ver como esses passos ficam quando aplicados a uma situação de vida real.
 
Digamos que você encontre com uma amiga na lanchonete e ela inesperadamente se irrite com você. Colegas seus estão por perto, ouvindo pedaços do discurso exaltado dela.
Apesar de você nem sequer saber do que ela está falando, ela o está aborrecendo. Agora você está ficando com raiva e, antes que se dê conta, se vê gritando com ela também.
Já viu este filme?
Como já falamos, ao gritar, você sentirá algum tipo de contentamento por reagir tão espontaneamente à sua amiga. Talvez perceba um fluxo de sensação — bem parecido com o que sente depois de uma corrida — que rapidamente perderá a força e lhe deixará exausto, confuso e deprimido.
Vamos aplicar a essa situação a fórmula que acabamos de aprender e ver como as coisas evoluem se nos sintonizarmos com a Luz e resistirmos ao Satan.
 
1. Um obstáculo ocorre. Sua amiga explode com você no refeitório.
2. Perceba que sua reação é o verdadeiro inimigo. Seus sentimentos de raiva, mágoa e frustração são o que precisa combater, não a sua amiga.
3. Desligue seu sistema reativo e permita que a Luz entre. Tire proveito dos décimos de segundo antes de tomar uma decisão.
Deixe suas reações emocionais irem embora. Em vez de gritar de volta, torne-se um observador. Mesmo que você não tenha culpa de nada, deixe sua amiga desabafar. O que importa não é quem tem razão. O que importa é a sua decisão de não reagir. Não reagir, no entanto, não é o mesmo que suprimir as emoções. Vamos discutir essa distinção em mais detalhes num texto futuro.
Nesse meio tempo, pense em não reagir como assumir responsabilidade pelo que está acontecendo. Se se magoar com muita facilidade e não confiar nos outros são problemas que você precisa superar, então essa briga é uma boa oportunidade para fazer isso. Só ao não reagir, você abrirá para si essa oportunidade.
4. Torne-se a causa. Assuma responsabilidade por ser parte desse momento.
Sua amiga está trazendo à tona uma questão a que você precisa estar atento. Neste caso, pode ser que você se magoe com excessiva facilidade e reaja com raiva, ou talvez esteja preso demais ao que os outros pensam a seu respeito.
Honre o presente que sua amiga está lhe dando. Então observe que no resto desse momento a questão é a sua amiga.
Como você pode fazer o melhor por ela? Talvez você possa chamá-la num canto e perguntar-lhe calmamente o que há de errado.
Agora você está em contato com o Domínio dos 99%.
Seus próximos atos estarão enraizados na Luz, o que significa que é muito provável que você veja uma mudança positiva surpreendente na situação externa com a qual estava sendo confrontado.
Sua amiga pode muito bem reagir de uma forma que você nunca sonhou.
Talvez ela lhe diga que os pais dela andam brigando muito nos últimos tempos ou que ela e o namorado terminaram.
 
Durante o dia todo, pessoas e situações disparam reações dentro de nós.
Um colega na escola tira uma nota mais alta.
Seu amigo vai passar férias exatamente no lugar para onde você queria ir.
O filme que você quer ver está lotado.
Seus pais não têm dinheiro para comprar o computador que lhe prometeram.
Seu professor preferido pega no seu pé na aula.
Seu pai sai de casa de novo depois de uma discussão com a sua mãe.
Agora você sabe que essas circunstâncias externas são o Satan.
E você sabe também que você não é impotente diante dele.
Você tem o poder da Luz do seu lado.
Retire forças dela.
Quando eu estava nos últimos anos do colégio, não bebia nem usava drogas, mas com certeza muitos ao meu redor o faziam. Por causa do meu ADD e de minhas crenças cabalísticas, poucos dos meus colegas me convidavam para sair, mas as oportunidades se apresentavam ocasionalmente.
Essas situações nunca eram fáceis.
Acredite-me, durante grande parte de meu tempo de escola, eu queria mais do que tudo ser descolado e estar por dentro.
E o que era mais descolado do que usar drogas? Só nos últimos anos do ensino fundamental, normalmente era maconha que me ofereciam, mas no ensino médio, era cocaína.
Os garotos que usavam essas drogas afirmavam que se sentiam como se fossem Deus, perdendo o medo de tudo, ficando em paz consigo mesmo e com o mundo.
Além disso, ser descolado poderia me ajudar com as garotas.
Um desejo enorme me agitava por dentro.
Drogas e álcool pareciam um paliativo lógico para a dor da solidão.
Seus benefícios soavam muito como o Domínio dos 99%, o que chamava a minha atenção. Felizmente, me lembrei que o Satan fala com uma lógica incrível!
E, por sorte, meus pais me criaram respeitando a minha intuição, que me dizia que nada vindo do Infinito poderia ser reduzido ao tamanho de uma pílula.
Apesar de ter sorte o bastante para não sucumbir, tive que aplicar a Fórmula da Transformação para resistir à sedução das drogas.
Meu obstáculo era o garoto na minha frente me oferecendo não apenas drogas, mas popularidade e libertação do sofrimento!
Era uma tentação e tanto.
Minha reação foi desejo.
Eu poderia ter aceitado as drogas com facilidade, mas descobri aquele momento a tempo antes de tomar uma decisão e resistir a um anseio. E, em vez de arranjar desculpas ou adotar um comportamento que poderia prejudicar meu colega ou a mim mesmo, simplesmente balançava a cabeça e saía andando.
Confesso que isso não ajudou muito para o aumento da minha popularidade.
Mais uma vez eu fiquei excluído.
Mas nesse momento de Resistência — nesse momento em que reconhecia que meu anseio era simplesmente o Oponente —, eu me conectava com o Domínio dos 99%. E depois de experimentar esse tipo de barato, você não pode ser incomodado por mais nada.
Você só quer saber de fazer essa coisa durar.
Este texto trata de travar batalhas.
O primeiro passo numa batalha é aceitar a responsabilidade por cada um de seus pensamentos, atos e suas palavras. Enquanto ficarmos culpando os outros, Satan está feliz.
Na verdade, não só feliz, mas rejuvenescido. E um Satan rejuvenescido vai lhe apresentar tantos obstáculos que você pode sentir que está sendo tratado injustamente.
Pare de nutrir esses sentimentos.
Resista.
Pratique a Fórmula da Transformação o máximo possível.
Use-a quando não conseguir o skate que está querendo.
Use-a quando seu vizinho ganhar esse skate.
Use-a quando sua mãe estiver muito aborrecida com você.
Use-a quando você estiver muito aborrecido com a sua mãe.
Você pode ler estes textos milhões de vezes, mas, se não puser em prática o que está lendo, as palavras continuarão a ser apenas palavras.
E o Satan se fortalecerá.
Você não pode entrar numa batalha se não passar por um treinamento primeiro.
Se você faltar aos treinos, suas chances de ficar ferido, ou de morrer, crescem muito. Muito provavelmente você sairá ferido, e talvez até morra.
Então pense nestes textos como um campo de treinamento militar.
Você está treinando a sua mente para entrar na batalha mais importante da sua vida: a batalha para vencer o Satan.
 
Por: Yehuda Berg

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