A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


domingo, 18 de março de 2012

Sobrevivendo à Vida



Parabéns!
Você começara a receber uma seleção de textos que tem o poder de mudar sua vida, mudar a vida de seus amigos e família, mudar a vida de todos em todo lugar.
 
Às vezes essas mudanças serão divertidas e às vezes extremamente desafiadoras. Mas, se seguir com cuidado os 13 passos a seguir, sua vida começará a se transformar naquilo que sempre sonhou.
 
Como você sabe, as coisas nem sempre são o que parecem ser num primeiro momento.
Seu melhor amigo no ano passado talvez não pareça mais ser uma pessoa tão legal este ano e aquele professor que parecia tão malvado no primeiro dia de aula pode ter se transformado agora em seu professor preferido.
Uma ilusão na vida, que nos mete em muitos problemas, é a sensação de que não há nada de bom lhe sendo destinado.
É como olhar sua sobremesa favorita ser cortada diante de seus olhos, todo mundo em volta pegar um pedaço grande e não estar nem longe de chegar a sua vez. Você começa a pensar que não vai sobrar para você, então rapidamente cria estratégias para se certificar de que vai conseguir pegar a sua parte.
A maior parte de seus pensamentos refere-se a como fazer com que as outras pessoas não peguem o que é seu.
Agora imagine o alívio que sentiria se sua mãe saísse da cozinha carregando mais duas bandejas dessa sobremesa — recém-saídas do forno — e anunciasse que tinha muito mais assando.
Você perceberia que há mais do que o suficiente para todo mundo.
E perceberia que não há necessidade de gastar toda a sua energia focando no seu pedaço — seu tamanho, sua qualidade, a ordem na qual a receberia.
Você poderia relaxar e ficar o tempo todo só curtindo.
 
Tive sorte.
Minha mãe entendia a ideia de que as coisas boas que realmente importam não têm limites.
Posso encher estes textos e muitos mais com histórias do carinho que dedicou não só a mim e ao meu irmão, mas a todos que cruzaram o seu caminho.
Meu pai e minha mãe estavam estudando uma forma de sabedoria antiga chamada Cabala numa época em que poucas pessoas sabiam do que se tratava.
Por causa disso, nossa família era, no mínimo, considerada excêntrica.
Os amigos eram poucos e o dinheiro, escasso, mas, honestamente, sempre tínhamos o coração pleno.
No ensino médio, frequentei uma yeshivá ou escola hebraica.
A maioria dos alunos não simpatizava muito comigo.
Era muito ridicularizado por causa das crenças incomuns de meus pais.
De fato, fui convidado a sair da escola antes do último ano — tudo isso porque meu pai estava ensinando a sabedoria da Cabala!
Mas os mesmos garotos que me atormentavam e ignoravam, adoravam a minha mãe.
Quando ela me deixava na escola de manhã ou me buscava no final da tarde, as crianças corriam até ela para dizer “oi” e se ofereciam para carregar as sacolas que ela estivesse trazendo.
Creio que isso é porque o amor e a compaixão da minha mãe são ilimitados. Lembro-me de uma vez em que eu e meus colegas de time estávamos indo para um jogo de basquete fora da escola e nossa van quebrou no meio de uma nevasca. Telefonei para a minha mãe e ela e uma amiga apareceram, nos espremeram todos em dois carros e nos levaram correndo para o jogo.
Não chegamos nem atrasados!
Nenhum de meus colegas se surpreendeu por minha mãe ter nos tirado do aperto. Ela era uma pessoa com a qual se podia contar e eles a amavam por isso.
Uma outra vez, um aluno da 9' série foi atropelado na frente da escola.
O acidente não foi grave e o garoto não era amigo meu (ele nem estava na mesma série que eu). No entanto, minha mãe, que estava nos esperando na saída, o pôs no carro junto com meu irmão e eu e partiu correndo para o hospital.
Ficamos todos esperando enquanto ele levava pontos e depois minha mãe o levou para casa.
Quando descobriu que ele vivia com um tutor num apartamento caindo aos pedaços, minha mãe contratou duas pessoas para limpar e consertar a casa. Lembre-se de que tínhamos muito pouco dinheiro até para nós mesmos.
Com frequência, nosso jantar era só feijão com arroz.
Mas de alguma forma minha mãe conseguia cuidar dos outros e ainda fazer com que a gente comesse bem e nos vestíssemos adequadamente.
Sua bandeja de sobremesa não acabava nunca.
 
Quando um garoto da escola foi diagnosticado com doença de Hodgkin, minha mãe preparou vários pratos para mandar para a família e conseguiu voluntários para ajudar a cuidar dele.
Os pais dele ficaram muito agradecidos e ela e o garoto ficaram muito amigos.
Na verdade, no dia em que ele faleceu, era aniversário dela.
Minha mãe nunca parava para pensar o que estava perdendo por ajudar a alguém ou como sua vida seria prejudicada por ajudar a melhorar a vida de outra pessoa. No entanto, esse nível de amor e compaixão não é fácil de alcançar.
Minha mãe e meu pai já estavam estudando Cabala (a base destes textos) há muitos anos nessa época. Minha mãe estava trabalhando com afinco os mesmos passos que você está prestes a aprender.
Mas guarde na cabeça — isso é importante — que antes que possamos ajudar os outros de verdade, primeiro precisamos aprender a nos ajudar a nós mesmos.
É como as máscaras de oxigênio no avião.
Somos orientados a pôr nossa própria máscara de oxigênio antes de ajudar crianças pequenas ou outros necessitados a porem as suas.
A razão para isso é que se você não sabe como se ajudar — e não estiver com suas plenas funções —, não será capaz de ajudar a quem quer que seja.
Sem sua própria máscara de oxigênio no nariz, você pode desmaiar antes de acudir outras pessoas com segurança.
Neste caso, é claro, não terá ajudado em nada!
 
A sabedoria contida nestes textos é muito antiga — mais antiga do que qualquer das religiões mais importantes praticadas hoje.
Voltando no tempo em mais de 4.000 anos, ela começou com Abraão, reconhecido como o pai do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.
Abraão escreveu um livro chamado Livro da Formação, que reconhece que existem duas esferas que afetam nossas vidas: a espiritual e a física.
A maior parte do nosso tempo é gasto no físico; é aqui que nos exigimos ter roupas bonitas, amigos legais e quem sabe até fazer experimentações com sexo, álcool e drogas.
Mas este não é o nosso único domínio.
Ao abrir a mente para o caminho espiritual, permitimos que uma transformação ocorra, depois da qual começamos a perceber que adquirir algo no mundo material nos preenche apenas por um tempo limitado.
A sabedoria de Abraão foi passada para Moisés e depois para Platão e Aristóteles. Inúmeros cientistas, inclusive Isaac Newton, estudaram Cabala — sem mencionar o psiquiatra Carl Jung e o maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare.
No entanto, por todo esse tempo, os ensinamentos da Cabala foram mantidos em segredo.
Avancemos rapidamente para o século XX, quando Rav Yehuda Ashlag decifrou esses textos profundos, tornando-os acessíveis para você e para mim.
Não fosse Rav Ashlag, ainda estaríamos parados vendo as boas coisas da vida passarem bem debaixo do nosso nariz sem saber como é fácil obter nosso quinhão. Rav Ashlag transmitiu os ensinamentos para Rav Yehuda Brandwein, que, por sua vez, os transmitiu para o meu pai.
Cada geração sofreu muito por divulgar esses ensinamentos.
Rav Ashlag foi espancado e abandonado à morte numa poça de seu próprio sangue. Meu pai teve imensa dificuldade para sustentar a família.
Mas hoje há uma nova geração florescente de mestres dedicados a tornar a Cabala acessível para todos.
Sem eles, você não estaria lendo estes textos neste exato momento.
Não que os prazeres desse mundo físico sejam "ruins".
Eles só são pálidos quando comparados com os prazeres do mundo espiritual.
 
Originalmente apenas os grandes estudiosos tinham permissão para ter acesso aos ensinamentos e livros cabalísticos.
Isso porque a Cabala ensina que a Bíblia na verdade foi redigida em código — que as palavras e histórias contidas em suas páginas, apesar de valiosas por si mesmas, também contêm uma outra camada potente de significado.
Muito temiam que, se essa sabedoria caísse em mãos erradas, ela poderia ser usada erroneamente.
Mesmo sem intenções de maldade, achava-se que o aluno despreparado para uma tal força poderia ficar extasiado, como se você recebesse as chaves de um carro de corrida quando nunca nem dirigiu em volta do quarteirão.
Mas estudiosos modernos descobriram que dados o apoio e a formação adequados, a Cabala pode ser entendida até pelos leigos.
É por isso que é importante que você leia estes textos com vagar, analisando cada passo com cuidado.
Não há pressa.
A Cabala existe há décadas sem conta.
Seu poder ainda existirá quando você chegar ao último texto
 
O que é mais impressionante na Cabala é que ela não pretende atingir um grupo étnico ou contingente religioso em particular.
Ela se dirige a você, exatamente onde você está, na sua vida agora.
O que quer que você tenha passado na vida e quaisquer que sejam as dificuldades que se apresentem no futuro, este é o momento perfeito para estar lendo estes textos.
Não tem macete.
Você não tem que praticar esses passos no alto de uma montanha deserta ou no fundo de uma caverna — apesar de poder fazê-lo, desde que conte para alguém onde está!
Você não tem que fazer nada estranho para começar a praticar.
O trabalho acontece dentro do seu coração e da sua alma, então você pode praticar ao tomar café da manhã, numa fila na locadora de vídeo, no meio de uma prova de matemática ou até mesmo durante uma discussão com seu melhor amigo.
É provável que, num momento ou outro da vida, você tenha lutado muito para entender o sentido da sua vida. Apesar de quase sempre ser dolorosa, essa batalha é boa!
Ela significa que você está instintivamente olhando para dentro de si mesmo, buscando um sentido maior.
A Cabala pode ajudá-lo a entender o propósito da vida, o propósito da dor e do sofrimento e as escolhas que podemos fazer para encontrar a paz e a realização não só para nós mesmos, mas para os outros.
Em primeiro lugar, uma palavra-chave: Luz.
Esta é a alegria inesgotável que minha mãe permitiu entrar em sua vida.
É amor incondicional e compaixão.
Já existia antes de nós; é de lá que surgimos e é para lá que rumamos.
Todos nós a experimentamos por momentos fugidios.
Todos os momentos em que você se sentiu genuinamente feliz, quando a alegria o envolveu totalmente — isso é a Luz.
Quando você está satisfeito com um trabalho bem feito, quando todo o seu corpo está formigando por estar apaixonado, quando está completamente relaxado num barco navegando no mar, quando está dando tanta gargalhada com os amigos que acha que está prestes a explodir, quando você observa alguém que ama conseguir algo que merece — a fonte de tudo isso é a Luz.
 
A sensação é incrível, não é?
Não seria ótimo se a vida fosse assim o tempo todo?
Bem, isso é possível.
Mas há regras.
 
Observe a lâmpada no teto.
Você mexe num interruptor, e ela se acende.
Mas a lâmpada não é a fonte da luz; a fonte verdadeira é um gerador elétrico localizado num local que você não pode ver.
E há regras em relação a quanto de luz pode ser emitida, assim como de quando e por quê.
O mesmo se dá com a Luz da Cabala.
Um dos erros mais comuns que todos cometemos é confundir uma pessoa ou coisa com a Luz.
Por exemplo, nada é tão bom como se apaixonar.
Por isso, naturalmente, associamos nosso namorado ou nossa namorada com essa sensação de felicidade e pressupomos que a pessoa é a fonte da felicidade.
Não é assim que funciona.
Nenhuma outra pessoa pode nos garantir os sentimentos de amor que buscamos.
É a maneira como agimos em relação às outras pessoas que traz a Luz.
 
Estes textos são sobre isso.
A Luz é o que nos anima, o que nos enche de alegria, abundância e generosidade.
É nosso lar.
Sempre que abrimos nosso coração, nossa mente e nossa alma para a Luz, ficamos mais perto de casa.
Pense nestes textos como o seu caminho bem iluminado.
 
Por: Yehuda Berg
 

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