A espiritualidade frequentemente sai pela janela no instante em que entramos em uma discussão, tropeçamos em uma crise ou caímos em depressão.



A escuridão toma conta tão rapidamente que esquecemos de tudo que aprendemos.



É por este motivo que é bom estudar diariamente, ler uma passagem da torah ou algum texto inspirador, decorar uma citação ou assistir uns minutos de uma palestra para nos lembrarmos do que é realmente importante.



Dê a sua mente algo para mastigar, para que ela não mastigue a si mesma.



Yehuda Berg


quarta-feira, 7 de março de 2012

É dia da festa de Purim

Hoje é dia 14 de Adar
É dia da festa de Purim

Nascemos com grande potencial para atingir alturas incríveis.
Mesmo assim, freqüentemente nos contentamos com menos porque fomos consumidos pela dúvida.
Por isto que nosso maior desafio na vida é derrotar nossa própria dúvida.
Não é fácil.
Incerteza esta tão engrenada em nossa consciência que somos cegamente condicionados à ela. Felizmente, o Criador nos fornece assistência para remover aspectos escuros de nós mesmos.
O feriado de Purim é uma destas assistência.
 
Conhecido como o feriado da Alegria, Purim tem a energia de destruir a dúvida. Assim como Rav Brandwein ensinou ao Rav:
"Não há nada que crie tanto prazer quanto a remoção da dúvida."
Pois quando removemos as dúvidas sobre nós mesmos, não há obstáculos bloqueando nossa grandiosidade.
Durante Purim podemos conectar com esta energia ao fazer simples ações: ler o Livro de Esther, fazer uma celebração festiva com os amigos, e dar presentes ao pobres.
Fazer estas conexões nos dá a habilidade de abrir nossas mentes e alma para manifestações muito maiores do que acreditamos poder atingir hoje.
E o despertar dura para o ano todo!
Isto significa mais prazer e certeza em tudo que fazemos.
Tenha uma noite de alegria.
Alegria extrema.
 
Bem, falemos mais de Purim
 
Purim - O Portal do Milagre
 
A Cabalá é uma Tradição que compreende que a todos os instantes estamos sendo regidos por uma energia presente em todo o universo.
Conhecendo o padrão energético de cada momento podemos saber que tipo de influência está a nossa disposição e assim evitar que conexões erradas possam acontecer e também fazer com que coisas boas possam se realizar.
Um cabalista tem o domínio do tempo.
Mas como pode fazer isso?
Através do conhecimento da astrologia cabalista.
Ela traduz, pela observação dos astros, as mudanças espirituais da natureza, as características de cada instante.
Um momento extremamente importante, dentro do calendário cabalista, é a lua cheia de Peixes (mês de Adar (Fevereiro-Março), período chamado de Purim.
 
Nesse período temos a nossa disposição uma energia que fortalece em nós aquilo que faz com que realizemos grandes milagres em nossas vidas, a “emuná” (certeza).
Purim se refere a todas aquelas situações que acreditamos estar sem saída, onde todas as evidências apontam para a derrota e a única força que se opõe a isso é a nossa emuná, a certeza que não estamos desamparados e que nada é impossível para a Luz Espiritual.
Purim vem da palavra Pur, que significa “sorte”, em persa e é uma permutação de letras da palavra pru “frutifique”, em hebraico.
O que normalmente se chama de sorte não é algo que acontece de repente, sem querer ou quando D-us “resolve” lembrar que nós existimos.
Mas sim é quando as coisas se encaixam perfeitamente,na sua hora certa e no seu lugar certo.
Quando estas duas formas se combinam, acabam formando algo especial.
Por isso Purim leva este nome.
Seria a sorte no plural. Ou seja, é um momento no tempo e no espaço que possibilita a sorte em nossas vidas.
Acontece uma espécie de portal para afastar os obstáculos e tornar possível o que até então poderia parecer impossível, a transmutação de algo potencialmente negativo em algo efetivamente positivo e essa é uma capacidade que só os seres humanos têm.
Nem mesmo os anjos são capazes disso.
 
Em Purim esse “poder” é renovado, revigorando a habilidade e comprometimento de iluminar o mundo.
Isso não inclui somente o desempenho de ações positivas, mas sim e também a ação de eliminar o caos e a negatividade, aonde quer que as encontremos.
Forças negativas surgem de maneiras bastante tangíveis no curso de nossas vidas. Ignorá-las pura e simplesmente não é o bastante.
Devemos nos opor a elas e derrotá-las, com o mesmo nível de energia que elas nos dedicam.
Ao fazer isso, podemos verdadeiramente trazer Luz para o mundo.
E desta forma revelarmos a porção da Luz Infinita que habita dentro de nós.
 
Um cabalista não tem a preocupação apenas de forma individual, entende que tem um papel social, uma responsabilidade com todo o planeta.
O conceito da Unicidade é o principal conceito da Cabalá.
A compreensão de que tudo está interligado e que cada ser existente influencia o todo. Suas ações são para tornar o mundo melhor.
Dedica-se a resolver os problemas sociais, como a fome, a pobreza, as doenças, empenha-se em proteger a natureza, preocupado com a questão da sustentabilidade e tem o foco na integração entre todos os povos, pois são assuntos que tornam todo e qualquer indivíduo igual, sem barreiras ideológicas, já que os objetivos são os mesmos.
Os cabalistas se utilizam das práticas meditativas para obter um estado de consciência mais elevado e, assim tomar as atitudes certas na hora certa e chegar a uma conclusão mais iluminada.
 
Purim é um evento astrológico universal, ou seja, qualquer pessoa ao redor do mundo estará com essa regência energética sobre si e poderá se conectar a essa força de milagre.
Purim é celebrado em 14 de Adar (Este ano será em 28 de Fevereiro)
No dia anterior ao dia de Purim, é feito um jejum (Jejum parcial: água+matsá ou biscoito sem fermento) de Ester: das 06h às 18hs) a fim de se esvaziar para receber esse enorme fluxo de energia.
Através deste ato, se restringe o desejo de receber só para si, deixando um espaço para o desejo de influenciar.
Recebe-se uma grande quantidade de Luz Espiritual, no dia seguinte, que poderá ser aplicada para gerar grandes milagres na própria vida e transformar o mundo a nossa  volta.
Lembrando que a palavra Purim vem de pur, que significa "sorte", e tem esse nome porque Haman, primeiro ministro do rei Assuero, "sorteou" o dia em que os filhos de Israel de toda a Pérsia deveriam ser exterminados.
O conceito de sorteio aqui não se refere a um processo aleatório.
Haman estudou por meses, com a ajuda de astrólogos e místicos de diferentes tradições, o período em que os filhos de Israel estariam supostamente mais vulneráveis à sua influência, pois ele tinha conhecimento dos grandes feitos que o Eterno já havia promovido no passado para protegê-los.
Os protagonistas desta história são a rainha Ester e seu tio Modechai.
Ester era judia e se tornou uma rainha persa sem que as pessoas tomassem conhecimento de sua origem. Instruída por Modechai, nunca abandonou suas raízes e, no momento que tudo parecia perdido, foi a peça-chave para a libertação dos judeus.
Haman odiava Modechai e para se ver livre dele influenciou o rei a decretar o fim de todos os filhos de Israel, alegando se tratar de um povo que vinha crescendo rapidamente e que seguia leis próprias, podendo vir a se tornar uma ameaça para a hegemonia do império - um argumento muito parecido com o do Faraó no Egito, depois da morte de Yossef.
Graças à emuná ("certeza") de Ester, a trama armada por Haman foi revelada e o povo recebeu a permissão de se defender de qualquer agressão, eliminando assim o inimigo. 
Toda a história que envolve a celebração de Purim deve ser lida na Meguilá (um rolo de pergaminho) de Ester na noite anterior a Purim e pela manhã deste dia.
É uma celebração que envolve grande alegria (simchá, o principal atributo do mês de Adar) porque "a virada" ocorre de maneira surpreendente e inesperada.
Haman, assim como Amalek no passado, surge para colocar a emuná dos judeus à prova.
O nome de D-us não é citado uma única vez em toda meguilá, mesmo quando Ester promove um jejum no dia 13 (uma das mitsvót de Purim, o Taanit Ester) para que ela seja inspirada pelas palavras certas ao desmascarar Haman diante de Assuero.
É óbvio que Ester espera ser inspirada pelo Eterno, mas isso fica apenas subentendido.
Interessante observar que duas frases se repetem várias vezes em Purim: baruch Modechai ("abençoado Modechai") e arur Haman ("maldito Haman"), ambas com o mesmo valor guemátrico, porque o que julgamos como Bem ou Mal tem o mesmo peso, logo possuem o mesmo grau de importância - todo obstáculo traz consigo a possibilidade de revelação da Luz.
Purim não deve ser comemorado como a lembrança de algo que ocorreu no passado, um fato histórico perdido no tempo, mas como algo que pode acontecer em qualquer momento de nossas vidas: a transmutação de algo potencialmente negativo (uma maldição) em algo efetivamente positivo (uma bênção). Nem os anjos são capazes de executar esta tarefa.
Purim se refere a todas aquelas situações que acreditamos estar sem saída: todas as evidências apontam para a nossa derrota e a única força que se opõe a isso é a nossa emuná, a certeza que não estamos desamparados e que não há nada de impossível para a Luz Espiritual.
Sendo assim, a alegria deste dia não reside no alívio do fim de uma ameaça, mas na comunhão que reafirmamos com os planos superiores, pois um coração leve é sempre o melhor receptor para a Luz.
A história de Ester é relatada num livro da Bíblia, e aparece inscrita num rolo separado, a Meguilá, cuja leitura faz parte do cerimonial religioso de Purim.
Não se acha especificada a data exata em que ocorreram esses fatos, porém, tratando-se de uma época em que os judeus constituíam uma minoria disseminada pelo reino persa, pode  ser situada no século V anterior à era atual.
Figura notável do relato é a de Mordechai, judeu austero que conserva impoluta sua fé, apesar de viver na corte.
Favorecido pela boa vontade do rei, não sonha, por um momento sequer, fazê- la valer em seu próprio benefício.
Junto à sua sobrinha, serve- lhe de mentor espiritual e mantém desperta a sua consciência judaica.
Não a deixa esmorecer ante o perigo e, a todo risco, obriga-a empreender a salvação de seu povo.
De todos os livros da Bíblia, é este o único em que não aparece escrito o nome de Deus. Talvez resida a razão desse curioso detalhe em que, sendo um livro que incita à resistência e a auto defesa, traz implícita a moral:
Ajuda-te e Deus te ajudará.
Foi composto, de fato, durante a época do Segundo Templo, quando os judeus viviam em seu próprio país, como súditos de uma nação estranha; e a intenção que animou seu autor foi, sem dúvida, a de estimular em seus compatriotas o espírito de luta contra o senhor estrangeiro.
Com o exemplo desse venturoso episódio de seu passado imediato, pretendia infundir em seus contemporâneos a confiança em suas próprias forças e a fé numa libertação próxima.
 
Celebração religiosa
Precede a festa um dia de jejum, chamado jejum de Ester como recordação do perigo de vida que correram os judeus daquele tempo, nesse dia. O traço distintivo do ofício religioso de Purim é a leitura do livro de Ester - Meguilá - e a oração de Purim, de agradecimento pela milagrosa derrota de Hamán.
Lê-se também o capítulo do Êxodo, que relata a luta contra os amalecitas, pois a tradição faz Haman descendente daqueles inimigos de Israel.
É  uso desenrolar-se a Meguilá e dobrá-la em quatro, imitando a carta que Mordechai enviou a todas as províncias, proclamando, pela primeira vez, a festa de Purim na Pérsia.
Sua leitura dá lugar a comentários buliçosos dos ouvintes.
Quando se pronuncia o nome de Haman, ao começar o terceiro capítulo, a indignação das crianças se exterioriza em tocar  matracas, que se repetem toda vez que o detestado nome é mencionado.
Mordechai convidou os judeus a dar esmola aos pobres, e hoje em dia ao entrar na sinagoga, na véspera de Purim, cada um deposita seu óbolo numa bandeja, e o dinheiro assim coletado se destina a obras de caridade.
 
Tradições
Entre a família, a celebração de Purim caracteriza- se por duas tradições, a saber: mishloach-manot e seudá.
a)Mishloach - manot
Costuma-se mandar presentes aos familiares e amigos, como doces, frutas, e sobremesas.
b)Seudá
Consiste em ingerir o vinho, como recordação dos banquetes de Assuero e Ester, essa bebida deve correr generosamente nas ceias de Purim. Atualmente, usa- se dar donativos pessoais, sob forma de dinheiro ou de artigos de primeira necessidade.
Por causa destes donativos chega também às casas humildes um pouco de alegria de Purim.
c)A ceia de Purim
Consiste em uma refeição de  caráter festivo, composta  de pão feito com passas, uvas e açafrão. Com a sopa são servidos os creplach, porém o prato predileto são os homentash, que são comidos por último, são doces recheados com uma mistura de mel e sementes de papoulas.
d)Festas
Festas e alegria são mencionadas na Meguilá. Costuma-se preparar celebrações festivas para comemorar Purim.
 
Purim - a festa dos contrários
Purim, a festa dos contrários – um pérfido decreto em oposição à felicidade; o ocultamento em oposição à revelação; Mordechai em oposição a Haman; o genocídio em oposição à salvação.
Mas qual é a verdadeira história contida nessa festividade?
Quais forças se movem na cena?
E o que nos vem dessa interessante lembrança?

O Cabalista é uma pessoa que busca na interioridade as causas de todos os eventos de sua própria vida. Para ele, é óbvio que tudo que está descobrindo se encontra dentro dele mesmo, esperando, e que portanto não deve fazer nada além de compreender como pode entrar em contato com a força que governa o mundo.
E esta será a força a guiá-lo, ajudando-o a obter o controle sobre os eventos futuros da própria vida, sobre sua felicidade individual e sobre a riqueza que, através dele, se difundirá pela humanidade inteira.
Do ponto de vista da sabedoria da cabala tudo é muito simples, porque é óbvio que o rolo de Ester (Meguilat Ester) fala apenas das forças presentes na interioridade da pessoa, forças que ilustram o que é o estado a ser descoberto na própria relação com o Criador – o Criador, aquela Força que dirige os eventos da vida de cada pessoa.
Essas forças são apresentadas como Mordechai, Ester, Haman, Vashti etc.

A história de Purim se desenvolve antes da edificação do segundo Templo, um pouco antes da grande imigração para Israel, e trata da última batalha antes da correção final (Gmar Tikun).
Nesse momento, o povo de Israel – que simboliza a nossa aspiração interior pela espiritualidade – vive pacificamente e tranqüilo, no reino de Achashverosh, Rei do mundo. Mordechai, a força interior dos Israelitas, que deseja somente exprimir sua própria devoção ao Criador, vive feliz em um reino pacífico.
O povo de Israel representa aqueles desejos da pessoa que querem dirigir-se diretamente ao Senhor do Universo (Yashar El, direto a D’us) e aprender dEle as leis e como usá-las.
No princípio da história, o narrador adverte que há algo indo mal:
‘Sois um povo discriminado e também, disperso entre os outros povos’
(Ester, 3,).
Portanto, Israel está disperso e é discriminado.
Exatamente o povo que deveria estar unido contra todas as outras nações – que desejam somente a gratificação individual – este povo, cuja única força provém da unidade, está fragmentado e dividido.
Isto assinala que a meta ainda não foi alcançada, pois somente o povo de Israel pode conduzir a humanidade ao seu destino final, que é a união com o Criador.
O pérfido Haman, que representa os impulsos egoístas presentes em nós, que se opõem ao povo de Israel, quer tirar vantagens pessoas dessa situação, com a ambição de substituir o Rei.
Ele entende que a dispersão do povo de Israel seja uma prova de sua fraqueza, confusão e falta de fé.
Pensa que essa circunstância representa uma rara oportunidade de eliminar os Israelitas da face da terra, já que eles são a única força que se interpõe entre ele e o seu desfrute indiscriminado do Criador.
Porém, aquilo que Haman não captou é que as razões dessa dispersão não são acidentais. O povo de Israel de fato subiu mais um degrau da escada espiritual que conduz ao Criador. Esse degrau indica uma conexão aberta e direta com o Criador; uma conexão a tal ponto aberta que ninguém no mundo poderá negá-la. E de fato nós vemos que no fim da história todos os outros povos se converteram: isto significa que todos os desejos presentes na interioridade da pessoa, chamados povos, aceitam no final a direção da vontade superior, chamada Israel, que conduz à felicidade e à segurança.
Porém, o israelita dentro de nós tem um poder limitado.
Essa limitação pode ser vencida somente com a ajuda do pérfido Haman – e é por isso que devemos encontrá-lo na nossa interioridade.

O início da narração nos conta como Mordechai, o hebreu, salvou o Rei de dois assassinos, Bigtan e Teresh.
Como conseqüência, esperaríamos que o Rei o recompensasse por sua ação, elevando-o de posto. Mas as coisas não são assim tão simples, pois Mordechai (o israelita interior) não deseja nada além de estar em contato com seu Criador.
Não pede por ganhos pessoais, e por isso, não aceita nenhum presente.
E então com grande surpresa lemos que entre todos os candidatos à honra de tornar-se primeiro ministro, em lugar de Mordechai, é eleito Haman.
Haman alcança o domínio absoluto sobre o reino e ordena que todos os escravos do Rei se ajoelhem perante ele. Isso significa que agora o egoísmo alcançou sua proporção máxima.
Entre todos, somente Mordechai recusa ajoelhar-se perante qualquer um que não o Rei em pessoa. A razão dessa decisão é que dentro dos seres humanos há sempre uma voz que pode fazê-los saber quem é o verdadeiro Rei, e a quem é necessário permanecer fiel a qualquer custo, mesmo que se seja o último a lembrar-se disso, e ainda que toda a cidade de Shushan tenha-se precipitado no caos.
Ainda sob ameaça de morte, o leal Israelita persiste em ser fiel somente ao próprio Rei.
Foi somente magnificando o ego de Haman que o povo compreendeu o quanto o caminho de Mordechai era justo.
A diferença entre os caminhos de Haman e Mordechai é o centro em torno do qual gira toda a narração.
Haman quer desfrutar do Rei e tomar-lhe o posto.
Pensa somente em si mesmo, e reúne em si todas as forças mais mesquinhas que agem no interior da pessoa: os desejos de apoderar-se do mundo a qualquer custo, ainda que ao preço da própria destruição.
Por outro lado, o único objetivo de Mordechai é a revelação do verdadeiro Rei do mundo, para aprender dEle, como se comportar.
É por isso que não pode se corromper.
Ele permanece no castelo do Rei e guarda as portas, enquanto todos os outros se ajoelham aos pés de Haman.
A sua lealdade não tem preço.
Ele sabe que virá o dia em que todos compreenderão as coisas, mas ao mesmo tempo, está ciente do fato de que não pode impor-se aos outros.
Então Haman obtém o controle do reino exatamente porque os seus desejos se recrudescem. O egoísmo deve ser revelado até o fim, para que as pessoas se tornem conscientes das forças destrutivas que abrigam em si mesmas.
E assim Haman toma a decisão de usar o poder de que dispõe para destruir seu principal inimigo – o Israel dentro de cada um de nós.
Ele planeja cuidadosamente as suas ações, e prepara a árvore e a corda, confiante de que rapidamente verá a pessoa que é um obstáculo à realização de seu sonho ser eliminada.
É então que se pergunta a Haman o que fazer com uma pessoa que o Rei queira honrar. Certo de ser o objeto dessa honra, Haman sugere que se faça essa pessoa montar no cavalo do Rei (a força interior dos seres humanos), e que ela seja conduzida pelas ruas declarando-se publicamente:
‘Isto acontece ao homem que o Rei deseja honrar’ (Ester, 9).
Nesse ponto o povo de Israel se reúne. Sua prece coletiva pelo sucesso da missão de Ester, que representa a força da fé, traz luz sobre aquilo que de início, parecia dividi-los.
Essa mudança de direção permite a Ester dirigir-se diretamente ao Rei – e este é o grande milagre de Purim. Antes disso, ninguém tinha podido dirigir-se diretamente ao Rei desse modo. Somente a força do povo unido em uma prece de socorro dá a Ester a proteção necessária para sair da escuridão (Ester, em Hebraico, “significa estar escondido”) e mostrar-se na presença do Rei.
Ela revela então o verdadeiro objetivo do Rei: dar prazer às Suas criaturas.
Então Haman (a força egoísta dos seres humanos) se dá conta do engano, mas já é muito tarde. Ele se dá conta de que o objetivo dos esforços humanos deve ser revelar o domínio e a benevolência do Rei.
Ele se dá conta de não ter sido nada mais do que um instrumento nas mãos do Rei, cuja verdadeira intenção era cultivar a força de Mordechai. E nesse ponto é impossível para ele mudar a decisão que havia tomado por sua espontânea vontade.
É apenas graças ao imenso desejo de Haman de governar o reino, que Mordechai obtém as honras e a fama que merece.
E é assim que os desejos humanos aprendem as reais intenções do Rei (dar prazer a Suas criaturas) e aprendem a reunir-se a Ele, graças à via do Israel interior.
Israel é aquele desejo dos seres humanos de estar em perpétua conexão com Aquele que dirige a realidade, o Rei.
Israel é aquele desejo que se recorda a cada momento
Quem é que governa nossas vidas e que usa todas as oportunidades para fortificar nossa ligação com Ele.
Israel é aquele desejo que não se desespera de modo algum, mesmo que o caminho seja difícil, com a certeza de que não deseja nada além de revelar a bondade do Rei.
Israel é aquele desejo que ao fim, vê a justiça do caminho que percorreu manifestar-se através da unificação de todas as forças em prol do próprio objetivo da existência: a união com o Criador.
Israel é aquele desejo que transforma o ocultamento em revelação e que escreve com suas ações a história de Ester.
 
Fontes:
Academia de Cabala
Escola de Kabbalah
Chabad

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